Dilatação para o parto: importância e como medi-la
A gravidez tem algumas fases até que o bebê finalmente vá para os braços da mamãe. Pouco antes de chegar na reta final, a gestante começa a sentir a famosa dilatação para o parto. Definitivamente, essa é uma das fases mais importantes, pois auxilia para que o parto normal aconteça de forma saudável. No entanto, a mesma pode ocorrer antes ou depois do rompimento da bolsa, etapa que também é fundamental, podendo ser natural ou induzida.
Veja também: 10 mitos e verdades sobre o parto
Quando a dilatação para o parto começa?
Logo depois da 35ª semana, é possível que as mulheres comecem a sentir as contrações de treinamento, chamadas de Braxton Hicks. Em outras palavras, são contrações que ainda não têm a condição de dilatar o colo do útero. A única contração efetiva é aquela que consegue ocasionar a abertura até 10 centímetros. Dessa forma, a Braxton Hicks começa a preparar o corpo da mãe para entrar em trabalho de parto. Na sequência, a partir da 37ª semana de gestação, o bebê deixa de ser considerado prematuro e passa a ter condições clínicas para nascer a qualquer momento.
Dessa forma, a dilatação costuma ocorrer de 12 a 20 horas antes do nascimento. Além da dilatação, a mamãe sentirá contrações cada vez mais efetivas, até finalmente ocorrer o rompimento da bolsa. Ocasionalmente, a bolsa não rompe naturalmente durante o trabalho de parto. Sempre que isso acontecer, a equipe médica romperá a bolsa para que a dilatação ocorra. É nesse momento que a mamãe precisa se preparar para ir ao hospital, pois a equipe médica irá avaliar a dilatação.
Como é medição a dilatação para o parto?
A análise geralmente é feita pelo exame de toque, quando o profissional introduz o dedo no canal vaginal para medir o tamanho da dilatação e o estágio do trabalho de parto.
O procedimento costuma ser desconfortável pois, devido a situação em que a mãe se encontra, é natural que ocorram contrações vaginais. Por isso, o partograma é o mais indicado, sendo um registro de hora em hora sobre a evolução, ou não, do trabalho de parto.
Consentimento no exame de toque
Durante toda a gravidez, a mulher passa por alguns exames de toque para verificar as possíveis alterações no colo da gestante. Por ser um exame incômodo e doloroso, o toque deve ser cuidadoso e acontecer somente em casos realmente necessários.
Neste caso, existem gestantes que relataram violência obstétrica no momento do exame. Essa situação pode acontecer quando a mulher é constrangida, humilhada ou até mesmo não tem conhecimento do que está acontecendo. Portanto, o médico precisa, obrigatoriamente, informá-la sobre o procedimento e só iniciar com a sua autorização. Situações que envolvem agressividade ou realização do procedimento de maneira incorreta também são caracterizadas como violência obstétrica.
Evolução da dilatação para o parto
O posicionamento do bebê pode começar a partir da 37ª semana. Portanto, à medida que o colo do útero se afina, ele se posiciona cada vez mais para baixo. Então, a bolsa se rompe e começa o processo de dilatação do colo, que dará passagem para o bebê.
Na imagem a seguir, confira a escala de dilatação:
Fase inicial ou latente: De 3 a 4 cm de dilatação
Nessa fase, as contrações são bem espaçadas, de curta duração e fraca intensidade. É um dos primeiros sinais de que o bebê está à caminho, porém, este estágio de dilatação pode durar entre 8 e 12 horas em média. Portanto, a mãe pode sentir falta de apetite e mal estar, porém, é importante que se alimente e se hidrate frequentemente.
Fase ativa: Até 7 cm de dilatação
Esse é o momento em que as dores ficam mais intensas e é possível identificar a regularidade das dores que podem acontecer de 2 em 2 minutos. Assim, o processo de dilatação nessa fase pode durar até 8 horas.
Fase de transição: Até 10 cm de dilatação
Na última etapa que precede o nascimento, as contrações atingem o seu pico de intensidade e passam a ter curtos espaços de intervalo, cerca de 60 a 90 segundos. Nesse momento, colo do útero atinge seu limite de dilatação, e o bebê pode nascer, no máximo, em até 3 horas.
Como acelerar a dilatação
Para aliviar a dor e se concentrar no momento final do parto, a gestante deve inspirar e expirar profundamente durante a contração. Nesse período, a futura mamãe também pode caminhar e fazer movimentos leves que ajudam a posicionar o bebê para sua saída. A seguir, confira algumas dicas de como acelerar a dilatação.
- Caminhar: ajuda na dilatação e também contribui com o encaixe do bebê na pelve. Porém, lembre-se que neste caso, o objetivo da caminhada não é fazer esforço físico puramente, e sim contribuir com o trabalho de parto. Por isso, não exagere nas doses;
- Dançar: além de ter um efeito relaxante para a gestante, dançar antes do parto incentiva o aumento da dilatação, em especial, os movimentos de rebolado que facilita o nascimento do bebê;
- Relações sexuais: o sexo pode ser muito benéfico para facilitar a dilatação do útero. Isso acontece porque, durante a relação sexual, a mulher libera ocitocina, um hormônio que contribui com o trabalho de parto;
- Comer tâmaras: as tâmaras ajudam no amadurecimento do colo do útero reduzindo a duração do trabalho de parto e fazendo com que a gestante não tenha tanta necessidade de ocitocina e prostaglandinas;
- Exercícios com bola suíça: essa bola que é utilizada no pilates pode ser um reforço para facilitar a dilatação, já que os movimentos podem liberar a tensão e melhorar a circulação sanguínea da gestante;
- Banho quente: a água quente relaxa a grávida e contribui com a dilatação dos vasos sanguíneos.
Veja também: Descolamento da placenta: Entenda o que é e quais os riscos
Fonte: Dra. Carolina Curci – Atua com Ginecologia, reprodução humana e obstetrícia. Hoje é diretora técnica da Clínica Curci, onde atende gestantes de 18 a 55 anos, mulheres tentantes e que buscam acompanhamento ginecológico.