Como fica a digestão depois da cirurgia bariátrica? Médico explica possíveis alterações
A cirurgia bariátrica consiste em uma intervenção com o objetivo de reduzir o excesso de gordura corporal. Ela é indicada para pacientes com obesidade grau III (IMC > 40) ou para quem possui obesidade grau II (IMC entre 35 e 40) e alguma outra condição relacionada (como diabetes, hipertensão ou dislipidemia). Por ser um procedimento invasivo realizado no aparelho digestivo, muitas pessoas relatam algumas mudanças na digestão depois de fazerem a cirurgia bariátrica.
De acordo com o Dr Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e cofundador da ONG Obesidade Brasil, tais alterações no processo digestivo dependem do tipo de intervenção (se por bypass ou sleeve, por exemplo).
“Gorduras, principalmente, podem ter a digestão reduzida e o paciente pode notar ‘gotas de óleo’ nas fezes. Há uma tendência a fezes mais pastosas e, eventualmente, com mais frequência”, ele explica.
Contudo, os sintomas podem variar, e tem quem apresente prisão de ventre. Por fim, outra coisa que muda é o odor das fezes, que geralmente fica mais forte.
E a síndrome de dumping?
Trata-se de uma complicação que também pode acontecer. Nela, o alimento chega mal processado ao intestino delgado, puxando a água presente no sangue para ajudar na quebra da comida e, consequentemente, fazendo com que o corpo tenha reações inesperadas.
Ou seja, a água do sangue, convocada para ajudar na digestão desses alimentos, principalmente do açúcar refinado, dos carboidratos simples e da gordura, gera alguns sintomas bastante perceptíveis. São eles:
- Tontura;
- Mal-estar;
- Fadiga;
- Diarreia explosiva.
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O que fazer para evitar problemas de digestão depois da cirurgia bariátrica?
Segundo o especialista, é fundamental contar com uma boa orientação nutricional. “Com alguma frequência, pacientes passam a apresentar intolerância a alguns alimentos, como leite e derivados. Os chamados FODMAPs também podem causar algum desconforto.”
Conhecer bem o seu corpo, identificar itens que geram incômodos e evitar os mesmos ajuda a manter uma boa qualidade de vida após o procedimento. Além disso, o uso de probióticos também pode ser indicado — converse com o seu médico para entender se é o seu caso.
No mais, é preciso manter uma dieta saudável e equilibrada, rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras boas.
Fonte: Dr Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico especialista em Cirurgia Bariátrica e Metabólica e cofundador da ONG Obesidade Brasil.