Probióticos podem evitar a candidíase?

Saúde
23 de Agosto, 2022
Probióticos podem evitar a candidíase?

Utilizados para melhorar a saúde do intestino e do corpo como um todo, os probióticos são microrganismos vivos que ajudam a regular o trânsito intestinal, melhoram a absorção de nutrientes e a digestão. Mas será que os probióticos podem evitar a candidíase ou ajudar na saúde vaginal?

A resposta é sim e, ao mesmo tempo, depende. Para entender melhor o uso de probióticos na saúde vaginal conversamos com a ginecologista e obstetra, Mariana Rosario. Confira!

Mito ou verdade: probióticos podem evitar a candidíase?

De acordo com Mariana, os probióticos ajudam sim, na saúde vaginal. “A gente já sabe, através de estudos, que a flora intestinal reflete na flora vaginal, do útero, do endométrio e até da boca e esôfago”, conta. “Então, se o intestino estiver em ordem, a flora vaginal também vai estar.”

Em relação as vaginoses, os corrimentos vaginais, a médica conta que os probióticos são capazes de proteger contra a candidíase, porque ajudam a equilibrar a flora. A cândida e a gardnerella, as principais causas de corrimento, são microrganismos que habitam a flora vaginal vivendo em simbiose, ou seja, em harmonia. Contudo, quando há uma alteração, uma disbiose, pode haver o crescimento exagerado desses fungos ou bactérias. “O desnível das bactérias do intestino vai refletir na flora vaginal e permitir que esses microrganismos, que estavam quietinhos, se proliferem causando uma infecção”, explica a ginecologista.

Além disso, o nutrólogo Fernando Cerqueira explica que o uso dos probióticos ajuda a equilibrar o PH vaginal. “O probiótico faz com que o PH da vagina que é acido seja mantido, com isso ajuda a inibir infecções.”

Leia mais: Afinal, o que são probióticos?

O que dizem os estudos

O assunto vem atraindo destaque nos últimos anos e alguns estudos já foram feitos para avaliar a ação dos probióticos na saúde vaginal. Um estudo realizado por pesquisadores da China e dos Estados Unidos mostrou a eficácia das cápsulas probióticas vaginais para prevenção da vaginose bacterial recorrente. Já outra pesquisa avaliou mais de 1300 pacientes de 12 estudos clínicos, que mostraram que o uso é seguro dos probióticos para tratamento da vaginose. Por outro lado, outros dois estudos apontam que novas pesquisas precisam ser realizadas para entender a eficácia dos probióticos na saúde vaginal.

“Deve-se levar em conta, que o probiótico, sozinho, não é capaz de curar doenças como candidíase, vaginoses e infecções importantes. Ele atua mais na prevenção”, destaca o nutrólogo.

Como usar os probióticos

Apesar de os probióticos serem vendidos livremente nas farmácias, existem diversos tipos de microrganismos e somente o médico saberá orientar qual é o melhor para o seu caso. “A gente tem diversas cepas de probióticos, então avaliamos o que cada paciente precisa para, então desenhar o tipo de probiótico que é mais favorável para determinada infecção e sintomas”, conta a especialista. Em geral, o mais utilizado para a saúde vaginal é o crispatus lactobacillus.

Para ajudar nessa tarefa, existe até exame genético que ajuda a mapear a flora intestinal, mas também identificar qual tipo de probiótico o paciente presa. Além disso, existem diferentes tipos: prebiótico ou probiótico via oral ou vaginal. Outros cuidados também são necessários. “Cada um age de uma forma e tem uma administração diferente. Alguns, não podem ser usado com estômago vazio e nem com as refeições.” Na dúvida, o melhor caminho é buscar orientação médica.

Leia mais: Probióticos e prebióticos: Qual a diferença?

 

Fonte: Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein e Fernando Cerqueira, nutrólogo e membro da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia.

Referência: Lactobacilli-containing vaginal probiotics to cure or prevent bacterial or fungal vaginal dysbiosis: a systematic review and recommendations for future trial designs

Sobre o autor

Beatriz Libonati
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em diabetes e obesidade.

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