Dieta da fertilidade: Alimentos que ajudam a engravidar
Quem planeja ter um filho em breve deve se preocupar com uma questão fundamental: a fertilidade. Nesse sentido, fatores como alcoolismo, estresse, má alimentação, peso e idade podem impedir ou adiar a experiência da maternidade. Para dar um verdadeiro empurrãozinho para quem quer engravidar, dois pesquisadores – Jorge Chavarro e Walter C. Willett, da Harvard Medical School – criaram a dieta da fertilidade, que consiste em uma reeducação alimentar com foco em elevar as chances de concepção.
A ideia é substituir o consumo de carboidratos refinados e doces por leguminosas, frutas e carnes magras. Continue lendo e entenda como funciona.
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Dieta da fertilidade: A importância de uma dieta saudável para engravidar
Criada em 2009, a dieta da fertilidade foi desenvolvida sob uma premissa: uma alimentação saudável pode influenciar diretamente no bom funcionamento do organismo. Especificamente no caso das mulheres, o hábito alimentar pode ser importante também na hora de aumentar a família, já que alguns ingredientes específicos ajudam o sistema reprodutivo.
Nesse sentido, o zinco, ômega 3, vitamina E, ácido fólico, licopeno e ferro ajudam a preparar o corpo, melhoram a produção de hormônios, glóbulos vermelhos, possuem ação antioxidante e ainda equilibram as funções dos óvulos.
O plano alimentar é promissor, desde que a mulher mantenha hábitos saudáveis, evite cigarro e bebidas alcoólicas. A ingestão de ingredientes específicos ainda contribui para diminuir a fadiga, controlar o sono e melhorar o humor.
Alimentos que ajudam a engravidar
- Inclua de 3 a 5 porções de frutas e hortaliças na rotina, e substitui carboidratos por integrais;
- Carne bovina e peixes (salmão, atum, sardinhas, anchovas);
- Gérmen de trigo, linhaça, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, semente de abóbora, macadâmia), grãos integrais, óleos vegetais, grão de soja;
- Feijão, azeite, leite;
- Caqui, melancia, tomate, pitanga, morango e goiaba;
- Vegetais verdes escuros e leguminosos, couve, agrião, azeitonas.
Alimentos que reduzem as chances de engravidar
Industrializados e congelados, como hambúrguer, batata, pizzas e tortas, são ricos em sódio e possuem baixo índice de vitaminas, antioxidantes e minerais. Também é preciso evitar sal em excesso para que não haja retenção de líquido e toxinas acumuladas.
O café não é proibido na dieta, mas deve ser consumido com cautela. A cafeína prejudica a capacidade do organismo de absorver ferro e cálcio. Pão, macarrão e bolachas de farinha de trigo, conhecidos como carboidratos refinados, também requerem moderação por conta do fitoesterol – um tipo de hormônio vegetal que pode interferir no estrógeno, hormônio feminino da ovulação.
Fertilidade do homem
A infertilidade masculina também pode atrapalhar os planos de trazer um novo integrante para a família. Nesse sentido, mudar os hábitos alimentares também pode ajudar, visto que já se comprovou que a alimentação do homem também influencia nesse processo e, por isso, também deve receber atenção. Assim, os mesmos alimentos da dieta da fertilidade que ajuda mulheres a elevar as chances de concepção, podem ser adicionados na rotina alimentar do homem.
De acordo com a nutricionista Karla Lacerda, as mudanças devem começar cerca de 90 dias antes da primeira tentativa de engravidar. É preciso que haja, sobretudo, uma ingestão rica de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, além de outros micronutrientes.
Porém, vale reforçar que a fertilidade deve ser analisada sob um olhar holístico, ou seja, contemplar todos os fatores que possam impactá-la, como exercícios físicos em excesso, sobrepeso, desnutrição, determinados medicamentos e até mesmo fatores relacionados à relação sexual.
Infertilidade: enfrentar o diagnóstico e buscar tratamentos
Cerca de 8 milhões de casais sofrem atualmente com infertilidade no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Reprodução Assistida. Infelizmente, muitos demoram demais para buscar ajuda. Nesse sentido, a idade pode agir como uma bomba-relógio contra a fertilidade e representa um fator determinante para o sucesso de uma concepção.
Além da má alimentação, a mulher também pode enfrentar problemas como ovários policísticos, alterações de tireoide, alterações da prolactina, uso de medicamentos e até falência ovariana precoce. Problemas que indicam a necessidade de medicamentos, cirurgias e acompanhamento médico. Ou seja, intervenções que vão além da alimentação saudável.
Para enfrentar o tabu da infertilidade, a orientação é procurar um médico especialista quando o casal está tentando engravidar sem sucesso há um ano. Em mulheres acima dos 35 anos, o recomendado é buscar ajuda médica após seis meses de tentativa sem sucesso.
“Isso porque a idade da mulher é o principal fator prognóstico de gravidez. O tempo é implacável não só na quantidade de óvulos, mas também na qualidade deles. Essa queda da fertilidade acontece a partir dos 30 anos, mas a partir dos 35 anos é uma queda muito mais acentuada”, enfatiza o Dr. Rodrigo Rosa, médico ginecologista e obstetra.
Dessa forma, lidar com a multiplicidade de decisões médicas e as incertezas que a infertilidade traz pode criar uma grande agitação emocional para a maioria dos casais. “Mas, a orientação especializada consegue minimizar esses impactos, dando espaço à esperança, com o tratamento, e à felicidade, com a concepção – quando ela é conquistada”, finaliza.
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Fonte: Dr. Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.