Dieta cetogênica pode aumentar a resistência dos músculos ao estresse, aponta estudo
Recentemente, um estudo publicado na revista Cell Metabolism mostrou que o jejum e a dieta cetogênica podem tornar as nossas células musculares mais resistentes ao estresse. Isso aconteceria porque os dois protocolos estimulam a chamada cetose. Isto é, quando o corpo usa a gordura, e não o carboidrato, como principal fonte de energia. Desse modo, as células-tronco musculares entram em uma espécie de “repouso” profundo, que retarda o reparo dos músculos, mas também os tornam mais resistentes ao estresse.
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Dieta cetogênica, jejum e estresse muscular: como funcionou a pesquisa
Os pesquisadores da faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, fizeram vários experimentos com roedores.
Em um deles, por exemplo, os animais que jejuaram de um a 2,5 dias tiveram uma regeneração mais lenta dos músculos de suas patas traseiras (que estavam lesionadas) do que aqueles que não passaram pelo jejum. Essa capacidade reduzida persistiu por até três dias depois de voltarem à alimentação normal.
Já em outro ensaio, células-tronco musculares de camundongos mais velhos receberam tratamentos com corpos cetônicos (compostos gerados durante a cetose) por uma semana. Apesar de as células-tronco musculares envelhecidas terem um crescimento pior quando comparadas com as de animais mais jovens, elas sobreviveram por bastante tempo durante o período do estudo.
Para entender melhor, o autor do estudo Thomas Rando, professor de neurologia e ciências neurológicas, deu uma breve explicação sobre o assunto. A maioria das células-tronco musculares morre quando são cultivadas em laboratório e precisam ser transplantadas. Contudo, quando estão nesse estado de “repouso” profundo provocado pela cetose, elas se tornam capazes de resistir a muitos tipos de estresse.
O que isso significa?
Mais pesquisas ainda precisam ser feitas, assim como estudos mais avançados — afinal, esses experimentos foram realizados apenas em animais. Porém, se os cientistas conseguirem equilibrar a questão da diminuição da regeneração muscular vs. maior resistência ao estresse, as descobertas podem um dia ajudar a combater o envelhecimento. E até melhorar a utilização das células-tronco em todo corpo, especularam os especialistas.
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O que é a dieta cetogênica?
Também chamada de keto, uma metodologia que propõe um consumo reduzido de carboidratos e a priorização de gorduras e proteínas no cardápio. Analisando essas características, muita gente fica em dúvida sobre as diferenças entre as dietas cetogênica e low carb.
Na verdade, a principal diferença se dá no nível de restrições de cada uma, sendo a keto mais restritiva que a low carb.
Na dieta low carb, temos a proposta de diminuir o consumo de carboidratos para uma média de 50g a 150g por dia. Já a keto indica a diminuição na ingestão de carboidratos para uma quantidade ainda menor – de no máximo 50g por dia.
Outra diferença entre as duas dietas se dá no consumo de proteínas e gorduras. Enquanto a low carb recomenda apenas a diminuição do carboidrato, a alimentação cetogênica pede o aumento do consumo de proteínas e gorduras.
Um dos objetivos da dieta low carb é não gerar picos de insulina no organismo, por isso é aconselhado o consumo de carboidratos de absorção lenta. Dessa forma, o organismo queima a gordura disponível no corpo e impede a produção de novas células de gordura.
A dieta keto pretende quase que zerar os níveis de insulina no sangue para que o corpo entre em cetose e recorra ao estoque de gordura para manter seu funcionamento adequado. Por isso, a perda de peso é mais perceptível em menos tempo. Não é uma estratégia fácil de manter, e nem todo indivíduo se adapta ou tem indicação para uso — por isso, contar com o acompanhamento nutricional é essencial.