Imunização: por que devemos seguir o esquema vacinal?
Hoje, 9 de junho, é o dia Nacional da Imunização, que reforça a importância da vacinação para proteger crianças e adultos. A essa altura, sabemos que a vacina previne doenças e complicações de infecções como o Covid-19. Apesar disso, a adesão às vacinas no Brasil está em queda desde 2015, época em que a cobertura vacinal chegava a quase 100%. Afinal, por que paramos de priorizar a imunização em um momento tão crítico para a saúde pública — e por que esse declínio é um potencial perigo à vida?
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Falso sentimento de proteção
Em relação à imunização infantil, uma causa provável é que o PNI (Programa Nacional de Imunização) foi responsável por erradicar e controlar doenças como o sarampo e a poliomielite. Como resultado, ao longo do tempo muitas pessoas adquiriram a falsa crença de que enfermidades desse tipo não são mais uma ameaça à saúde. Portanto, a vacinação deixou de ser uma prioridade. Outro motivo é a falta de infraestrutura e comunicação do governo, que possui horários restritos aos postos de saúde e a ausência de campanhas publicitárias massivas de conscientização.
Fake news sobre a imunização
A pandemia do coronavírus trouxe uma série de informações inverídicas sobre a vacina. Esse cenário descredibilizou a ciência e gerou ainda mais insegurança a respeito da eficácia do imunizante. Dessa forma, muitas pessoas perderam a oportunidade de se vacinar, mesmo com a rápida iniciativa do país em disponibilizar a fórmula.
Por que a imunização deve ser levada a sério?
Atualmente, muitas doenças não são mais um problema graças à criação da vacina. Por exemplo, tuberculose, poliomielite, paralisia infantil, difteria, sarampo e muitas outras enfermidades que eram um risco à vida estão sob controle devido à proteção dos imunizantes. No entanto, ao deixar de vacinar uma criança ou adulto, essas doenças podem se tornar um novo problema de saúde pública. Afinal, para chegar à proteção coletiva, a imunização precisa ter entre 90% e 95% de pessoas vacinadas. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, a atual média de imunizados é de apenas 67%.
Novo avanço da Covid-19 no Brasil
O aumento de casos nas últimas semanas tem preocupado o Ministério da Saúde. A flexibilização das medidas de segurança associadas à queda de aplicação das doses da vacina contribuíram para o agravamento da pandemia, com novas variantes e óbitos. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, formado pelo G1, Folha, O Globo, Extra, Estadão e UOL, 83,23% da população vacinável (com 5 anos ou mais) recebeu uma ou duas doses da vacina contra o Covid-19. Já o percentual de aplicação da dose de reforço é menor — 52,95%. Ou seja, pouco mais da metade da cobertura ideal. Ao todo, foram mais de 440 milhões de vacinas aplicadas em todo o Brasil.
Campanhas de imunização que estão em vigor
Hoje, a maioria dos estados possui campanhas contra a gripe, Covid-19 e sarampo. Veja os grupos alvo de cada uma:
Influenza (Gripe)
- Pessoas com 60 anos ou mais.
- Trabalhadores da saúde e professores.
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade.
- Gestantes e puérperas.
- Povos indígenas.
- Pessoas com comorbidades ou deficiência.
- Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas.
- Caminhoneiros, trabalhadores portuários e de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano.
- População do sistema carcerário (funcionários e detentos).
Covid-19
Crianças com 5 anos de idade ou mais podem se vacinar a partir da primeira dose. Por sua vez, adolescentes de 12 a 17 anos são elegíveis à primeira dose de reforço. Desde o início de junho, indivíduos com 50 anos ou mais devem receber a segunda dose de reforço. Alguns estados, inclusive, já reduziram a faixa etária a partir dos 40 anos. Por isso, é importante consultar a unidade de saúde de sua cidade e se informar sobre os critérios.
Sarampo
A princípio, a campanha é voltada para trabalhadores do segmento da saúde e crianças entre 6 meses e prestes a completar 5 anos.
Outras formas de se proteger contra doenças infecciosas
Além da vacina, a máscara continua sendo eficaz para evitar a transmissão de enfermidades como a gripe e o Covid-19, que se disseminam por meio do ar e do contato com pessoas contaminadas, assintomáticas ou não. Embora não seja obrigatório na maioria dos ambientes abertos e fechados, o item de proteção ainda é regra em transportes públicos.
Além disso, instituições públicas no estado de São Paulo voltaram a exigir o uso de máscaras no interior de suas dependências para evitar o contágio da Covid-19. A recomendação de reforçar as medidas de higiene — lavar as mãos com frequência e utilizar álcool em gel, por exemplo — continua válida. Por fim, em caso de suspeita de doenças contagiosas, é fundamental buscar auxílio médico para o diagnóstico e respeitar as orientações de cuidados e isolamento.