Dicas de como decorar a casa a favor da saúde mental
Cada vez mais, saber como cuidar da saúde mental é importante para ter uma boa qualidade de vida e bem-estar. Se o psicológico vai ruim, ele pode afetar diversas áreas da vida, e também ter reflexos em doenças físicas. Por isso, vale usar tudo a favor desse cuidado, até mesmo a decoração da casa! Manter o seu lar organizado e aconchegante tem uma função imensa nessa questão. Isso porque a decoração e a saúde mental também estão ligadas.
De acordo com Fátima Rocha, professora do curso de Psicologia da Estácio, é importante que a casa seja um lugar seguro, confortável e que proporcione prazer e felicidade para quem mora no ambiente. “Se pensarmos historicamente nos espaços onde as pessoas viviam, a insalubridade fazia com que elas adoecessem mais. Então, o espaço em si tem que ser saudável e salubre o bastante para que a saúde física e mental das pessoas fique em dia”, pontua.
Itens de decoração
No quesito decoração e saúde mental, há muitos objetos que trazem uma imagem de conforto, como explica André Sato, professor de Arquitetura e Urbanismo da Estácio. Ele conta que é possível investir em objetos que oferecem conforto visual e são luminosos, como lustes e pendentes. Além disso, dá para apostar naqueles que fornecem a sensação de aconchego, como plantas, almofadas, tapetes e quadros.
Se o espaço for pequeno, usar espelhos é uma dica de ouro para que o local pareça maior. “Além disso, é importante prestar atenção no tipo de material e na cor desses objetos. Madeiras e tecidos de cores claras tendem a passar a sensação de um ambiente mais leve, o que pode ser um grande aliado para descansar e relaxar”, afirma.
Vale, ainda, investir em quadros e objetos divertidos, que deixam a ambientação da casa mais descontraída, melhorando o humor —mesmo que inconscientemente. Fotos reveladas e dispostas em móveis e paredes também são ótimas opções para recordar bons momentos com a família e os amigos.
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Decoração e saúde mental: Cores em casa
A psicóloga Fátima Rocha explica que existe a psicologia das cores. Isso é, como cada cor pode nos influenciar, especialmente as cores das paredes. Ela ressalta que a questão da arquitetura e da psicologia não segue necessariamente uma regra. Então, o que importa é que o ambiente te faça bem!
“A sua casa tem que ter a sua cara e muitas casas refletem como a pessoa é ou como a pessoas está. Então, quando a pessoa se sente pertencendo ao seu lugar e gosta dele, ela cuida. A casa é quase como uma extensão da pessoa. E é importante que você exista naquele lugar, que não seja inóspito, em branco, sem vida e sem objetos pessoais. Sem coisas que façam sentido para a pessoa”, afirma.
O arquiteto André Sato ressalta que as cores têm potencial de evocar sensações e emoções nos seres humanos. Então, embora a percepção de diferentes tonalidades seja individual, a sensação é universal. Para uma casa com cara mais feliz, ele recomenda investir em cores claras e tonalidades de amarelo — cor mais vibrante em um círculo cromático. Ele ainda conta que nesse sentido, evita-se o uso de cores escuras e muito frias, como roxo, cinza e preto. Elas remetem a dias cinzas e desanimados.
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Plantas deixam o espaço mais aconchegante
Sato conta que as plantas deixam o ambiente mais confortável, pois atrelamos o verde e a presença da natureza com sentimentos bucólicos e de relaxamento, que fazem falta em dias cinzas. Ele relembra que durante o período mais pesado da pandemia, muitas pessoas se tornaram “pais e mães de planta”, justamente por essa ligação.
O tempo que levamos para cuidar das plantas ajuda a manter a mente mais ocupada. “Isso tem uma implicação muito grande no bem-estar e na saúde mental das pessoas. Precisamos manter o contato com a natureza para ficarmos bem, pois isso é algo ancestral que está impresso no nosso DNA enquanto seres humanos. Dessa maneira, as plantas são uma maneira de levar para dentro dos espaços a calmaria e as emoções positivas de um campo, uma zona rural ou até uma floresta”, diz.
Decoração e saúde mental: organização
A organização traz aquela sensação de paz, certo? Alguns objetos ajudam a deixar o ambiente sempre arrumado. A dica do professor André Sato é investir em uma boa marcenaria, que forneça espaços adequados para guardar as coisas de forma mais organizada. Assim, buscar por projetos de rack ou armários com prateleiras e nichos é uma boa indicação.
Mas se a marcenaria não for uma opção, não se preocupe! A organização pode ser feita com o uso de estantes desmontáveis, que possibilitam regular a altura das divisões. Além disso, prateleiras nas paredes, caixas e cestos de plástico ou madeira, divisores de gaveta e “porta-objetos” cumprem muito bem o papel de deixar o ambiente organizado.
“Outra recomendação final é possuir móveis e objetos que sejam versáteis. Essa questão de adaptabilidade de uso se mostrou bem favorável em termos de saúde mental, visto que a possibilidade de modificarmos o nosso ambiente de acordo com os nossos próprios desejos e necessidades faz com que gostemos mais de permanecer em casa”, completa o professor André Sato.
A importância de cuidar da saúde mental em casa
Por fim, a psicóloga Fátima Rocha conta que a importância de cuidar da saúde mental em casa está diretamente relacionada a quão produtivo você pode ser. “Se a casa estiver organizada, habitável e com senso de ordem, esvazia sua mente da bagunça e você consegue focar no que você tem que fazer. Estar num lugar organizado te faz se sentir bem, o caos te deixa incomodado, o caos que está fora pode refletir em caos interno. A casa ser um espaço saudável, seguro e prazeroso é importante para saúde mental porque o ser humano precisa de abrigo e tem muito prazer visual. Você ter prazer de estar naquele lugar faz você se sentir bem.”
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