Dicas da Juliana Goes para cuidar da saúde mental
Cuidar da saúde mental nunca esteve tão em pauta como atualmente. Seja porque a pandemia nos mostrou que precisávamos desacelerar, ou porque a sociedade parece mais aberta a desmistificar antigos tabus; a verdade é que o cuidado com a mente está deixando de ser considerado algo superficial — ainda que aos poucos.
A jornalista e criadora de conteúdo Juliana Goes também enxerga essa projeção. E tem propriedade para afirmar isso: ela escreve sobre estilo de vida, autocuidado e bem-estar há muitos anos.
De acordo com ela, pelo menos no Ocidente, nunca houve uma cultura forte de promoção da saúde mental. Pelo contrário: o ritmo ocidental sempre exigiu performance, velocidade e sucesso. Mas também acabou cobrando o seu preço, e baixando a qualidade de vida da população com horas de trânsito, muita poluição, má alimentação, excessos de todos os tipos… “As pessoas têm dormido pior, têm estado à flor da pele. E os relacionamentos também sentem isso. Felizmente, as discussões estão, cada vez mais, vindo à tona”, diz.
“Antigamente, você falava de acompanhamento profissional, e diziam que terapia era para louco. E não é, é para todos. A terapia pode te ajudar grandemente a fazer uma prevenção da sua saúde mental.”
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Autocuidado em prol da saúde mental
Pensando além da psicoterapia, é muito importante adotar alguns hábitos no dia a dia para priorizar o autocuidado.
“De que adianta estarmos com a saúde física em dia, se a mental está comprometida com estresse, ansiedade e pensamentos negativos? Você estará gerando uma descarga química muito pesada e tóxica para o seu corpo”, explica Ju Goes, que defende que a saúde deve ser enxergada de forma holística, afinal, ela é uma junção de mente, corpo e espiritualidade.
Mas como praticar o autocuidado? A primeira dica dela é simples: sermos mais gentis com nós mesmos. “Nos diálogos internos, muitas vezes nos maltratamos. Então, é preciso se apoiar, reconhecer o seu possível e pegar leve, mas sem se acomodar.”
Além disso, ela destaca a importância do conhecimento. “Vale estudar sobre a saúde mental e entender de que forma você consegue trazer práticas mais positivas para a sua vida. Também se abasteça de caminhos e ferramentas que podem te ajudar — o próprio APP da Vitat é maravilhoso para trabalhar o autocuidado”, recomenda.
E se priorizar a saúde mental pode trazer inúmeros benefícios para o nosso físico, o contrário também é válido — os cuidados com o corpo também refletem na mente. “Muito do estresse pode ser amenizado com uma atividade física de impacto, como a corrida — ou qualquer treino que te faça suar.”
Por fim, é necessário saber procurar e aceitar ajuda externa (de amigos, familiares e até conhecidos). “Muitas vezes, precisamos de um momento para colocar tudo para fora […]. Eu acho que a gente não precisa se cobrar para resolver tudo sozinho.”
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Saúde mental na maternidade
Alguns grupos são mais vulneráveis a pressões que impactam a saúde mental. Juliana, que tem dois filhos, sabe que as mães, infelizmente, estão inseridas nesse contexto.
“Eu vejo que a maternidade é muito invadida pela sociedade, pela própria família. As pessoas questionam o que a gente faz, por que a gente faz e a maneira como a gente faz. Isso compromete a autoconfiança, né?”, diz.
Fatores como cansaço, privação do sono, demandas absurdas e, muitas vezes, falta de uma rede de apoio sólida contribuem para piorar ainda mais o bem-estar dessas mulheres.
Diante da sobrecarga, fica quase impossível se dedicar a um projeto pessoal ou voltar ao mercado de trabalho, por exemplo. Como lidar com tudo isso?
Ju Goes fala em entender que trata-se de um processo. “A gente não veio pronto, estamos aqui para aprender, e não existe uma receita de bolo [para ser mãe]. Então, o primeiro passo é desenvolver um olhar mais acolhedor e carinhoso para si mesma. E aprender a filtrar aquilo que vem de fora”, explica.
No mais, reservar um espacinho na agenda para fazer o que gosta é essencial. Isso porque ela lembra que sair com os amigos, dar risada e se divertir são hábitos que não têm nada a ver com ser uma mãe ruim — pelo contrário, ajudam a aliviar o estresse e, consequentemente, a lidar com a maternidade de uma forma mais leve.
“É gradativo: quanto mais você faz, nem seja de pouquinho em pouquinho, mais você percebe que está se reconectando com quem você é.”
Fonte: Juliana Goes, jornalista e criadora de conteúdo.
Referência: Portal da Juliana Goes.