Creatina faz mal? Veja esta e outras dúvidas comuns sobre o tema
A creatina é um suplemento popular entre quem treina. Recomendado por diversos especialistas para ajudar no desempenho e no desenvolvimento de massa muscular, há muitas dúvidas sobre o suplemento. Uma delas é: apesar dos benefícios, será que a creatina faz mal?
Para ajudar a esclarecer as questões mais comuns, Vitat consultou a nutricionista esportiva Carla Cabral, que ainda dá algumas dicas para “otimizar” a função do suplemento. Confira!
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Creatina realmente faz mal?
Há alguns anos, existe a crença de que o uso contínuo de creatina pode fazer mal, principalmente para a saúde dos rins. Então, muitas pessoas tomavam o suplemento por algumas semanas, interrompiam o uso por um tempo e, então, retomavam o ciclo.
Contudo, Carla afirma que a creatina não apresenta perigos para a maioria das pessoas. Portanto, não há motivos para pausar o uso. “Mas como qualquer suplemento nutricional, pode ter alguns efeitos colaterais em determinados indivíduos”, pondera.
Além disso, ressalta que tomar suplementos ou medicamentos por conta própria é potencialmente prejudicial à saúde, mesmo que a pessoa seja livre de doenças e fatores de riscos.
Principais efeitos adversos da creatina
De acordo com a nutricionista, as reações mais comuns são:
- Retenção de líquidos: “a creatina pode causar retenção de líquidos em algumas pessoas, o que pode levar a um aumento de peso temporário. No entanto, este efeito geralmente é mínimo e desaparece quando se interrompe a suplementação”, explica.
- Distúrbios gastrointestinais: náusea, dor abdominal ou diarreia podem surgir com o consumo da creatina. “Esses efeitos colaterais são mais comuns quando o indivíduo ingere altas doses do suplemento”, comenta.
- Aumento da pressão arterial: quem convive com o quadro de hipertensão, a creatina faz mal se não houver recomendação médica. A razão é que a substância pode elevar a pressão arterial.
- Problemas renais: “em pessoas saudáveis, a suplementação com creatina não é prejudicial para os rins. Todavia, em indivíduos com doença renal pré-existente, a suplementação com creatina pode aumentar o risco de danos ao órgão”, alerta a especialista.
Existe uma hora específica para ingerir o produto?
Muitos estudos apontam que o consumo pós-treino pode ser uma boa pedida para o corpo. A nutricionista explica que o fluxo sanguíneo maior depois do esforço possivelmente favorece a absorção da substância.
Entretanto, opina que a ingestão não precisa seguir uma hora específica, que o mais importante é incluí-la com assiduidade na rotina.
Devo consumir o suplemento todos os dias?
Quem começa uma rotina de treinos e recorre ao uso da creatina pode se fazer essa pergunta. Carla orienta que a substância precisa da ingestão regular, “inclusive nos dias em que você não treina”. Afinal, a creatina atua no aumento gradual de creatina fosfato nos músculos. “Isso pode ajudar a melhorar o desempenho físico e aumentar a força muscular”, diz.
Mas, o que é essa tal de creatina fosfato? A nutricionista explica que é uma fonte de energia primordial em exercícios de alta intensidade e de curta duração. Por exemplo, levantamento de peso e sprints, os famosos “tiros” na corrida.
“Mesmo nos dias em que você não treina, a creatina continua a ser armazenada nos músculos e pode ajudar a manter os níveis de creatina fosfato”, complementa.
Creatina não faz mal, porém requer certos cuidados
Embora seja um suplemento seguro para a maioria das pessoas, não é só a recomendação profissional que conta. Para Carla, é importantíssimo escolher produtos de marcas confiáveis, assim como seguir as instruções de dosagem de cada uma.
Portanto, nem sempre o melhor preço é sinônimo de qualidade — pesquise sobre o produto na internet, se há certificações e registro da Anvisa, por exemplo. Na dúvida, sempre dialogue com seu nutricionista sobre a composição do rótulo.