Como comer para viver mais? Estudo aponta estratégia
Você não quer seguir o mesmo cardápio sempre, mas gostaria de saber como comer para viver mais? Um novo estudo aponta que se você consumir alimentos de sua escolha, mas dentro destes quatro padrões alimentares, pode reduzir o risco de morte por qualquer motivo em até 20%.
A pesquisa foi publicada na última segunda-feira (09) no JAMA Internal Medicine. De acordo com o artigo, as pessoas que seguiram com mais afinco qualquer um dos quatro padrões alimentares — dieta mediterrânea, dieta DASH, dieta semi-vegetariana e diretrizes dietéticas dos Estados Unidos — também diminuíram a probabilidade de morrer de câncer, doenças cardiovasculares, problemas respiratórios e neurodegenerativos.
Lembrando que os quatro protocolos têm em comum o fato de serem caprichados em grãos integrais, frutas, vegetais, castanhas e legumes. Mas cada um possui as suas particularidades. O que pode ser ótimo para quem não gosta de comer sempre as mesmas coisas.
“Isso significa que temos muita flexibilidade em termos de criar nossos próprios padrões alimentares saudáveis que podem ser adaptados para alimentos e preferências individuais, condições de saúde e culturas”, explicou Frank Hu, coautor do estudo, professor de nutrição e epidemiologia e presidente do departamento de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard.
“Se você está fazendo uma dieta mediterrânea saudável, por exemplo, e depois de alguns meses quer tentar algo diferente, pode mudar para uma dieta DASH. Ou então pode mudar para uma dieta semi-vegetariana. Ou você pode seguir as diretrizes dietéticas dos Estados Unidos e criar seu próprio prato de alimentação saudável”, complementou o especialista.
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Como comer para viver mais? Entenda o estudo
Para chegar à conclusão, os cientistas acompanharam 75 mil mulheres participantes do Nurses’ Health Study e 44 mil homens voluntários do Health Professionals Follow-up Study durante 36 anos. Nenhum deles tinha doença cardiovascular no início da pesquisa, e poucos eram fumantes.
Assim, os indivíduos tiveram que responder a questionários sobre seus padrões alimentares a cada quatro anos. Segundo Frank Hu, esse é um dos maiores e mais longos estudos de coorte (estudo observacional) que examina os padrões alimentares recomendados e o risco de morte.
Desse modo, os pesquisadores dividiram os participantes em cinco grupos, de acordo com suas adesões a quatro padrões alimentares considerados saudáveis pelas diretrizes dos EUA:
- Dieta mediterrânea;
- Dieta saudável à base de plantas, ou dieta semi-vegetariana;
- Dieta DASH;
- Por fim, índice de alimentação saudável, estratégia criada em Harvard que segue as recomendações estadunidenses.
Quem estava no grupo que seguia um dos quatro protocolos de forma mais assídua apresentou uma redução no risco de morte por qualquer causa de até 20% — em comparação com aqueles que adotaram as dietas com menos afinco.
Além disso, quem melhorou a qualidade do cardápio em até 25% diminuiu a chance de morte por doença cardiovascular em até 13%; de câncer em até 18%; de doenças neurodegenerativas em até 7%; e de problemas respiratórios em até 46%.
Vale lembrar, no entanto, que a pesquisa apenas faz uma relação, e não aponta causas e efeitos entre os hábitos alimentares e os marcadores de saúde.
Referência: Healthy Eating Patterns and Risk of Total and Cause-Specific Mortality.