Colesterol equilibrado na meia-idade reduz risco de Alzheimer
A saúde do corpo funciona bem quando todas as áreas do organismo estão sendo bem cuidadas. No momento em que um aspecto é negligenciado, outros tantos são impactados. E essas consequências podem surgir anos depois. Alguns hábitos ruins corroboram para quadros deficitários, como o do colesterol alto. Além de todas as complicações já conhecidas ocasionadas por essa condição, um estudo recente mostrou que o colesterol alto pode aumentar o risco do desenvolvimento de Alzheimer décadas mais tarde, enquanto o colesterol equilibrado reduz o risco de demência.
Acima de tudo, o colesterol é um composto orgânico essencial para o funcionamento do organismo. Além de contribuir para a produção de cortisol, hormônio que controla o estresse, ele ajuda na síntese de vitamina D e ácidos envolvidos na digestão de gorduras no trato gastrointestinal.
Entretanto, você já deve ter ouvido falar da existência de um colesterol “bom” e um “ruim”, certo? Na verdade, de acordo com a nutricionista Caroline Possato: “O que influencia o colesterol ser saudável ou prejudicial à saúde é o tipo de lipoproteína que transporta os lipídios na circulação sanguínea”.
Assim, enquanto a lipoproteína LDL (low density lipoprotein) transporta o colesterol do fígado para as artérias (o que pode atrapalhar a circulação sanguínea), a HDL (high density lipoprotein) faz o papel contrário, extraindo o composto da parede das artérias e devolvendo-o ao fígado para ser eliminado.
Colesterol ruim
Existem alguns motivos pelos quais o nível de colesterol “ruim”, LDL, fica alto. Entre as causas, obesidade, comer de forma errada, sedentarismo e fumar são as mais comuns.
Tal quadro causa acúmulo de gordura nas veias, dificultando a passagem de sangue. Dessa forma, diversas outras doenças e complicações passam a ter mais chances de se desenvolverem. O colesterol alto está ligado a doenças cardiovasculares, pressão alta, infarto e AVC.
Além disso, um estudo conduzido por especialistas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e UnB (Universidade de Brasília) descobriu que o colesterol alto tem efeitos negativos para o cérebro. Já uma pesquisa da Universidade de Medicina de Duke, nos Estados Unidos, revelou que os níveis de colesterol estão ligados a células cancerosas, deixando-as mais resistentes.
Risco de Alzheimer
Recentemente, um estudo da Universidade de Boston chegou à conclusão de que apresentar o colesterol desregulado e a glicose alta na meia idade pode aumentar o risco de Alzheimer. A pesquisa publicada no Alzheimer’s and Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association envolveu e acompanhou pessoas a partir dos 35 anos até a idade na qual o diagnóstico de Alzheimer costuma acontecer.
Pessoas entre 35 e 50 anos que tinham altos níveis de triglicerídeos e níveis baixos de colesterol bom tinham mais chances de Alzheimer ao envelhecerem.
Em pessoas com idades entre 51 e 60 anos, o estudo concluiu que níveis mais altos de glicose também aumentavam o risco de Alzheimer. “Para cada 15 pontos que o açúcar no sangue aumenta, o risco de Alzheimer aumenta 14,5% mais tarde”, afirmou a autora do estudo.
Colesterol equilibrado na meia idade
Por outro lado, a pesquisa descobriu que aumentar os níveis de colesterol bom (HDL) ajuda a diminuir as chances de desenvolver demência. De acordo com o estudo, pessoas entre 51 e 60 anos que aumentaram a taxa reduziram o risco da doença em 17,9%. Já as de 35 a 50 anos poderiam reduzir o risco de Alzheimer em 15,4%.
Para manter um colesterol equilibrado, com índices mais altos do colesterol bom, é preciso adotar alguns hábitos saudáveis na rotina e, principalmente, no prato. Ter uma alimentação saudável é parte essencial do processo. Veja algumas sugestões de alimentos:
Além disso, a prática regular de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos nesse caso, também é indispensável. Não fumar e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ajuda no processo.
Leia mais: Como baixar o colesterol e a glicose com ajuda da alimentação