Cerclagem uterina: o que é, como é feita e processo de recuperação

Gravidez e maternidade
14 de Novembro, 2022
Cerclagem uterina: o que é, como é feita e processo de recuperação

Você já ouviu falar na cerclagem uterina? Apesar de ser um procedimento pouco conhecido pelas mulheres, ele é extremamente útil em alguns quadros. Vitat conversou Emybleia de Meneses Amedi, ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) para tirar as principais dúvidas. A seguir, saiba mais sobre a técnica.

Veja também: Afinal, quando o homem deve ir ao urologista pela primeira vez?

O que é a cerclagem uterina?

É um procedimento que consiste em dar pontos no colo do útero para prevenir um parto prematuro

Com o avanço da gestação, o colo do útero amolece e afina, principalmente quando o parto se aproxima. Este é um processo natural em que o corpo se mobiliza para o nascimento do bebê. 

No entanto, em alguns casos, isso pode acontecer antes do previsto. Dessa forma, a cerclagem evita a prematuridade depois do primeiro trimestre da gravidez. 

Como é feita a cerclagem uterina?

Emybleia de Menezes conta que a cirurgia é feita sob anestesia, em centro cirúrgico. “Fazemos pontos no colo do útero para mantê-lo fechado até o final da gravidez”, explica. A princípio, a cerclagem é rápida – dura de 20 a 30 minutos. 

Tipos de cirurgia

A princípio, há três maneiras de realizar a cerclagem uterina: via vaginal, laparoscópica e videolaparoscopia. 

A do tipo vaginal sutura a falha uterina para fechar o colo do útero. Já a laparoscópica é mais indicada no insucesso de alguma gravidez anterior. Assim, pode ser feita antes da tentativa de engravidar. 

Embora a laparoscópica seja mais cara, a paciente pode tentar engravidar naturalmente logo após a recuperação do procedimento — em torno de 1 mês.

Por fim, a cirurgia por videolaparoscopia é uma das mais modernas para corrigir a falha uterina, feita a pelo interior do órgão. Para isso, o médico realiza pequenas incisões no abdômen para inserir os instrumentos que permitem a visualização da cavidade uterina.

Quando fazer a cirurgia?

De acordo com Emybleia, ela é ideal para mulheres com histórico de perdas gestacionais recorrentes tardias ou partos prematuros extremos (entre 21 e 32 semanas).  

“Nesses casos, a gestante conta que foi ao hospital devido a um sangramento e sem dor. Contudo, ao ser examinada, apresentou dilatação. Na gestação subsequente, essa história precisa ser contada ao obstetra logo no início. Dessa forma, programamos a cerclagem entre 12 e 16 semanas de gestação”, sugere.  

Além disso, a médica afirma que a cerclagem é recomendável até as 24 semanas, caso a situação seja emergencial. Veja outros casos:

  • Histórico de aborto espontâneo no segundo trimestre da gestação, incluindo dilatação do colo do útero ou descolamento prematuro da placenta.
  • Perda espontânea ou parto prematuro com menos de 34 semanas de gravidez, por conta do colo do útero curto.
  • Dilatação do colo do útero durante o segundo trimestre de gravidez.
  • Histórico de cerclagem uterina devido à dilatação do colo do útero indolor no segundo trimestre.
  • Colo do útero curto, com menos de 25 milímetros, antes das 24 semanas da gestação.

Como se preparar para a cirurgia? 

Segundo a especialista, é fundamental esclarecer todas as dúvidas sobre a cirurgia, possíveis complicações e recuperação.  “Antes da cerclagem, realizamos um ultrassom para verificar se o feto tem alguma malformação”, acrescenta. 

Outros exames podem ser necessários, como avaliação das secreções do colo do útero e a amniocentese para identificar infecções.

Como é o parto após a cerclagem?

A extração dos pontos ocorre assim que a gestante começa a ter contrações de trabalho de parto ou próximo do nascimento, entre 37 e 38 semanas. 

Em contrapartida, se o parto for cesariana, não é preciso remover a cerclagem com antecedência — a remoção pode ser feita no dia do nascimento do bebê.  

Recuperação da cirurgia

A princípio, a reabilitação da cerclagem é tranquila, de acordo com a ginecologista do HSPE. “A internação dura de 1 a 2 dias para observação da gestante. Nesse meio tempo, fazemos um ultrassom para avaliar o feto e os pontos do colo do útero. Após a alta, a mulher precisa de repouso relativo e seguir abstinência sexual”, explica. 

Possíveis riscos da cerclagem uterina

Como todo procedimento cirúrgico possui riscos, as possíveis complicações da cerclagem uterina são o rompimento das membranas amnióticas (bolsa), sangramento vaginal, desenvolvimento de infecção e laceração do colo uterino.

Fonte: Emybleia De Meneses Amedi, ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

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