Dislexia: o que é e como acolher alguém com a condição

Gravidez e maternidade Saúde
29 de Junho, 2022
Dislexia: o que é e como acolher alguém com a condição

Na idade escolar ou até um pouco antes de iniciar essa fase, muitas crianças sentem dificuldades para aprender a ler, decorar canções e a falar corretamente as palavras. Chamada dislexia, esse distúrbio genético precisa de compreensão e acolhimento, dois requisitos ainda precários nos ambientes escolares e familiares. Segundo um estudo da British Dyslexia Association, 70% dos profissionais das áreas de saúde e educação não sabem como lidar ou têm pouco conhecimento sobre o transtorno. Como consequência, a criança sente-se incapaz e inferior em relação aos demais colegas de sala de aula, além de estar sujeita ao bullying.

Veja também: Afinal, falta de organização pode causar problemas psicológicos?

Características da dislexia

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a criança com dislexia geralmente embaralha letras ao escrever, soletrar ou ler uma palavra. Mas também pode apresentar outra série de sinais que indica a presença do transtorno. Em contrapartida, é importante ressaltar que uma pessoa não necessariamente possui todos os sintomas, mas alguns que levantam a suspeita da dislexia. Por exemplo:

  • Problemas para se concentrar.
  • Atraso na fala e no processo de alfabetização.
  • Dificuldade em aprender canções e rimas.
  • Facilidade em perder o foco — os episódios de dispersão são muito comuns.
  • Pouco repertório de fala, que gera dificuldade de interação e conversação.
  • Falta de coordenação motora e de diferenciação entre esquerda e direita.
  • Desorganização em geral, que vai desde o desafio de cumprir prazos a manter os pertences em ordem.
  • Pouca capacidade de resolver quebra-cabeças e jogos com proposta similar.

Tipos de dislexia

Dependendo do conjunto de características da pessoa, a dislexia se classifica em:

  • Visual: reúne os clássicos problemas em ler e distinguir os lados direito e esquerdo, gerados pela confusão visual.
  • Auditiva: envolve dificuldades em falar e assimilar rimas e canções, pois a percepção dos sons é mais comprometida.
  • Mista: junção de dois ou mais tipos de dislexia. Em outras palavras, o indivíduo poderá ter sintomas da dislexia visual e auditiva.

O que causa a dislexia?

Ainda não se sabe ao certo o que dificulta a capacidade de aprendizagem. Contudo, há o consenso de que a dislexia pode ter origem genética. Assim, essas mutações genéticas provavelmente causam desordem no funcionamento cerebral, alteram o desenvolvimento normal do sistema nervoso central, que por sua vez atrapalha as funções motoras. Outra curiosidade é que a dislexia afeta mais meninos do que meninas, cujos sinais tornam-se mais perceptíveis na idade pré-escolar.

Diagnóstico

Antes de mais nada, pais e educadores precisam prestar atenção ao comportamento da criança e notar se há uma dificuldade incomum em acompanhar o ritmo de aprendizagem. Ao mesmo tempo, os responsáveis devem procurar um médico neurologista e psicólogo especialista no assunto. Dessa forma, o diagnóstico torna-se mais assertivo, pois é comum que a dislexia se confunda com déficit de atenção e hiperatividade. Além da análise clínica, o médico aplica exames de audição, visão, fluência verbal e avaliação cognitiva para confirmar a condição e descartar outras causas.

Tratamento

A princípio, não existe uma cura para a dislexia, que vale o esclarecimento: trata-se de uma condição, e não uma doença ou deficiência. Esse discernimento ajuda na conscientização do quadro, que exige acompanhamento multidisciplinar. Por outro lado, é possível trazer mais qualidade e curso normal de vida para o portador de dislexia.

Logo, incluir a rotina com fonoaudiólogos e psicopedagogos pode ser eficaz, pois existem métodos que estimulam a criança antes e durante a alfabetização. Em ambos os casos, o profissional propõe atividades que instigam a atenção da criança e ajudam a deixá-la à vontade para se expressar. O apoio dos pais, familiares e professores também é valioso para o desenvolvimento, que deve ser pautado na compreensão e paciência. Afinal, a criança poderá superar os limites de aprendizado, mas à própria maneira e com o suporte profissional adequado.

Instituto ABCD

Disponibiliza um curso on-line gratuito sobre a dislexia. Útil para todas as pessoas que convivem com uma criança portadora da condição. Clique aqui para acessar a home.

Associação Brasileira de Dislexia (ABD)

Dedica-se a levar informação sobre o transtorno, democratizar o acesso ao diagnóstico e tratamento, além de realizar parcerias científicas para a investigação da dislexia. Neste link, há uma coletânea de materiais informativos gratuitos.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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