Candidíase e calor: Entenda a relação e como prevenir no verão

Saúde
01 de Dezembro, 2023
Candidíase e calor: Entenda a relação e como prevenir no verão

A candidíase é uma infecção comum, causada pelo fungo Candida abicans, presente naturalmente no organismo. No entanto, quando a nossa flora enfrenta algum desequilíbrio, o fungo se prolifera excessivamente e causa o problema. Por isso, a maioria das mulheres poderá sofrer com o incômodo em alguma fase da vida — é comum, inclusive, que as queixas de candidíase aumentem no calor. Entenda:

Leia também: Dieta para candidíase: Alimentos que combatem a infecção

 Os principais sintomas da candidíase 

  • Ardência ao urinar;
  • Coceira persistente;
  • Inchaço da vulva e da vagina;
  • Corrimento espesso e esbranquiçado;
  • Dor durante a relação sexual.

De acordo com a Dra. Raíssa Ribeiro, ginecologista, muitas vezes, o que parece ser um simples corrimento ou desconforto pontual, pode ser sinal de candidíase.

“Primeiramente, para chegar a um diagnóstico mais preciso, é necessário realizar uma anamnese e um exame físico completo em consultório. Sobre o corrimento, se estiver transparente, esbranquiçado ou levemente turvo, sem cheiro característico e nenhum ardor ou coceira na região vaginal, fique em paz, pois isso não passa de uma secreção fisiológica, ou seja, natural”, explica a ginecologista. Além disso, ela acrescenta que a vagina é úmida e suas glândulas, juntamente com a microbiota naturalmente ali presente, produzem uma secreção o tempo inteiro.

Causas da candidíase

São muitas razões pelas quais a candidíase se manifesta. Imunidade baixa, dieta rica em carboidratos, uso de roupas apertadas, uso de produtos como desodorantes, perfumes e outros neutralizadores de odor, favorecem o desenvolvimento da infecção genital.

Atenção à candidíase no calor

A probabilidade de contrair a candidíase durante o verão ou em épocas de clima mais quente é maior. Isso porque o calor e o suor propiciam a reprodução do fungo da candidíase, pois alteram o pH vaginal, que torna-se mais ácido. Desse modo, a acidez favorece o cenário perfeito para a proliferação desenfreada.

Se você frequenta praia ou piscina, as chances são ainda maiores, pois a tendência é permanecer com a roupa de banho úmida por longos períodos. Logo, a umidade aliada ao calor tornam-se as responsáveis pela candidíase.

Além disso, de acordo com a Dra. Raíssa, os sintomas podem tornar-se recorrentes e, inclusive, permanecer por meses se não houver tratamento adequado e cuidado para prevenção. Não é somente à base de comprimidos, cremes ou pomadas. “Começa na mudança do estilo de vida, com adaptações no dia a dia”, comenta a médica.

Hábitos que favorecem a candidíase no calor

A Dra. Raíssa também faz recomendações em relação à roupa na região íntima. “Biquíni molhado nunca deve ser utilizado, assim como permanecer com calça ou bermuda de ginástica úmidas por muitas horas. Outro hábito bastante comum e que deve ser eliminado da rotina é o uso de roupa íntima ou de banho que tenha ficado pendurada no box do banheiro após a lavagem. Essas peças devem secar ao ar livre e lavadas, de preferência, com sabonetes neutros, sem cores ou perfumes fortes. Isso porque o resquício destes produtos pode causar irritação da região íntima”, explica a Dra. Raíssa.

Além disso, o ideal é evitar duchas e lavagem com sabonete no interior do canal vaginal. “A higiene íntima deve ocorrer na vulva, parte externa do aparelho genital feminino”, orienta a especialista.

Por fim, a médica também comenta sobre outro costume que é prejudicial às mulheres: o uso de protetor diário de calcinha fora do período menstrual. “O uso regular pode gerar um abafamento da região, causando aumento da temperatura e da umidade, o que  favorece o aparecimento de infecções da região íntima, como a candidíase”, esclarece a Dra. Raíssa.

Como prevenir e tratar a candidíase no calor

Veja algumas recomendações para evitar ser pega pela candidíase. E fique tranquila: o tratamento geralmente é simples, mas os cuidados devem ser seguidos à risca, o.k.?

  • Utilize roupas íntimas confortáveis e tecidos respiráveis, como o algodão. Pois quanto maior a ventilação da área íntima, menor o risco de o pH sofrer alterações;
  • A higiene íntima é importantíssima, mas todo excesso também é prejudicial. Evite lavar a região muitas vezes ao dia e usar protetores íntimos e produtos que perfumam a genital;
  • Não use o absorvente por muito tempo. Sendo assim, troque sempre que possível;
  • Se estiver curtindo a praia ou a piscina, leve um maiô ou biquíni extra na bolsa para trocar depois de um mergulho ou se ficar suada;
  • Quando for ao banheiro, faça a higiene de frente para trás, para não espalhar as bactérias ou leveduras do ânus para a vagina;
  • A alimentação pode ajudar: alimentos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias (como cúrcuma, gengibre e alho, por exemplo) e prebióticos protegem a imunidade e auxiliam no equilíbrio da flora;
  • Evite o consumo de alguns tipos de alimentos, como os derivados do leite. Isso porque a lactose, açúcar presente no leite e seus subprodutos, tem potencial de fermentação que pode estimular o desenvolvimento do fungo da candidíase;
  • O tratamento para a candidíase dura entre 7 e 15 dias, e deve ser prescrito por um ginecologista. Geralmente são indicados cremes vaginais e/ou comprimidos de dose única para combater o fungo, além de cuidados específicos, bem como evitar relações sexuais nesse período.

Fontes:

  • Dra. Ana Paula Mondragon, médica ginecologista e obstetra pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especialista em Medicina Fetal.
  • Dra. Raíssa Ribeiro, ginecologista e obstetra na clínica-boutique Elaine Dias JK Health & Beauty. Possui especialidade em estética íntima, reposição hormonal e contracepção.

 

Sobre o autor

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