Novembro Dourado: Tipos de câncer que mais afetam o público infantojuvenil
Novembro Dourado é uma campanha que destaca a importância do diagnóstico precoce de câncer em crianças e adolescentes. O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil ocorre em 23 de novembro, e até foi instituído por uma lei brasileira.
E o assunto é extremamente sério: de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença já é a primeira causa de morte (representando 8% do total) entre pessoas de 1 a 19 anos no país. Além disso, em 2020, foram registrados 8.460 novos casos de câncer infantojuvenil, sendo 4.310 em meninos e 4.150 em meninas.
Contudo, cerca de 80% das crianças e dos adolescentes com a condição podem ser curados. Por isso, são essenciais o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Saiba mais:
Causas e principais tipos de câncer infantojuvenil
Diferentemente do que ocorre em adultos, a doença em crianças e jovens não está tão relacionada a fatores externos (como o estilo de vida, por exemplo). Mas, sim, a alterações no DNA do pequeno antes do seu nascimento ou no começo da vida. Além disso, são raros os casos de câncer familiar ou hereditário. Confira os tipos mais comuns (em ordem decrescente):
- Leucemia (que afeta os glóbulos brancos);
- Câncer no sistema nervoso central;
- Linfomas (que afetam o sistema linfático).
Ademais, outras doenças que também acometem as crianças são neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), câncer ósseo, tumor de Wilms (tipo de tumor renal) e retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho).
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Sintomas
Muitas vezes, os sinais dos diferentes tipos de câncer infantojuvenil são confundidos com doenças comuns da infância. Portanto, é extremamente necessário o acompanhamento médico nessa fase da vida. Além disso, pais e responsáveis devem dar atenção ao pequeno, e nunca menosprezar suas queixas. De acordo com o GRAAC, uma consulta médica é válida em caso de:
- Febre persistente sem causa aparente e que não melhora com o uso de medicamentos;
- Perda de peso recente, mas sem causa conhecida;
- Manchas roxas na pele, mas sem causa conhecida;
- Pressão alta;
- Dor de cabeça matutina frequente;
- Palidez e/ou sangramentos, mas sem causa aparente;
- Convulsão sem febre;
- Fraqueza ou paralisia de um lado do rosto ou corpo;
- Gânglios aumentados (ínguas) por período superior a 3 semanas;
- Reflexo branco no olho ao tirar fotografia com flash;
- Inchaço em um dos olhos, olho torto ou estrabismo;
- Inchaço nas gengivas, amolecimento repentino dos dentes com perda dentária anormal para a idade;
- Falta de ar sem histórico de febre, asma ou alergia;
- Presença de sangue na urina;
- Aumento do tamanho de um ou dos dois testículos;
- Barriga inchada ou endurecida;
- Desenvolvimento puberal muito adiantado para a idade;
- Dor óssea persistente ou progressiva;
- Dor ou inchaço nas articulações, mas sem causa conhecida;
- Por fim, aparecimento de inchaço, nódulo, “bola” em alguma parte do corpo sem relação com trauma.
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Tratamentos
O câncer infantojuvenil é considerado agressivo e tende a se desenvolver de forma muito rápida. Contudo, os pequenos geralmente respondem muito melhor aos tratamentos do que os adultos, o que aumenta a eficácia dos mesmos e a expectativa de vida dos pacientes.
O tratamento é planejado de acordo com o diagnóstico do tumor, as suas características biológicas e a presença ou não de doença à distância do tumor. Ele compreende três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, e é aplicado de forma individualizada.
“Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente”, afirma o INCA.
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Referências: GRAAC, E Se For Câncer Infantil?, 2020; INCA, Câncer Infantojuvenil, 2021; Flavio Luisi, Novembro Dourado e o Câncer Infantojuvenil, 2020.