Bruxismo afetou mais pessoas na pandemia, diz estudo

Saúde
14 de Março, 2022
Bruxismo afetou mais pessoas na pandemia, diz estudo

Casos de bruxismo lideraram os primeiros meses da pandemia de Covid-19. É o que sugere um estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) e do Instituto Neurológico de Curitiba (INC), publicado na revista Brazilian Journal of Pain. De acordo com a pesquisa, 76% dos 1.476 entrevistados apresentaram aumento do estresse e ansiedade nos primeiros meses da pandemia. Os participantes também tiveram episódios de bruxismo nesse período, o que indica a correlação entre o problema e a saúde mental.

Veja também: Como a saúde bucal influencia na saúde emocional

7 em 10 participantes relataram bruxismo

Os dados foram coletados por meio de um questionário on-line entre maio e agosto de 2020, com perguntas sobre informações sociodemográficas, sintomas de bruxismo, qualidade de vida e autocompaixão. Segundo os pesquisadores, o forte elo entre emoções negativas e sinais de bruxismo evidencia a necessidade de prevenção e tratamento para o problema.

Com a proposta de avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 em aspectos psicológicos e associados ao bruxismo, o estudo revelou a alta prevalência de sintomas físicos em decorrência da piora na saúde mental. “Fizemos a pesquisa esperando um aumento nos sintomas de bruxismo, mas não tantos. As oscilações da pandemia ainda impactam a população, e precisamos pensar em como diminuir o risco destas disfunções”, afirma Marcelo Lourenço da Silva, professor da Faculdade de Fisioterapia na Unifal-MG.

A maioria dos participantes do estudo relatou sons de clique na articulação (85%), dor no ouvido (78%) e fadiga mandibular (64,8%), sintomas que demandam atenção.

Afinal, o que é o bruxismo?

A doença consiste no ranger de dentes involuntário durante o sono, sem que a pessoa perceba. A princípio, as causas da condição são psicológicas, mas a origem ainda pode ser estrutural, envolvendo músculos, articulações e outras regiões da face. Além disso, o bruxismo afeta a qualidade do sono e provoca o desgaste dos dentes e até deslocamento da mandíbula devido à força do movimento. As principais queixas dores de cabeça, na mandíbula e fadiga muscular.

Tratamento

Antes de mais nada, é importante notar se os incômodos citados acima são persistentes e recorrer a um ortodontista. Feito isso, o profissional poderá recomendar o uso de placa dental durante o sono minimizar o impacto do bruxismo. No entanto, se o caso for severo, será necessário buscar a origem do problema. “O ideal é encaminhar para fisioterapia para o controle de dor e das alterações mecânicas, assim como tratamento psicológico. Essa associação faria com que os sintomas diminuíssem e a população tivesse menor incidência de bruxismo”, aconselha Silva.

Fonte: Agência Bori.

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