Câncer de pênis: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Saúde
11 de Fevereiro, 2022
Câncer de pênis: conheça as causas, sintomas e tratamentos

O pênis é um órgão do aparelho reprodutor e urinário masculino que pode ser acometido por algumas doenças, como as infecções sexualmente transmissíveis, ou tumores. É o caso do carcinoma espinocelular, popularmente chamado de câncer de pênis, caracterizado por lesões, feridas e úlceras indolores que aparecem no órgão. 

A doença é considerada um problema de saúde pública no Brasil, especialmente em nações com menor IDH (índice de desenvolvimento humano). Por aqui, representa 2% dos tumores malignos que atingem os homens, sendo que os índices mais preocupantes estão nas regiões Norte e Nordeste.

As causas e fatores de risco do câncer de pênis

O desenvolvimento do câncer de pênis tem relação direta com a má higiene íntima e com a falta de circuncisão (fimose), ou seja, homens que não removeram o prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis. Os principais fatores de risco para o surgimento do câncer de pênis são:

  • Baixas condições socioeconômicas. 
  • Más condições de higiene associadas à presença de fimose, uma pele que dificulta a exposição da glande.
  • Idade.
  • Tabagismo.
  • HPV’s oncogênicos.

Ademais, outras questões também podem estar associadas ao câncer de pênis, como a obesidade, o vírus do HIV e a zoofilia. Além disso, alguns pacientes que têm psoríase nas áreas próximas ao pênis e que fazem tratamento com luz ultravioleta têm o risco aumentado para o desenvolvimento do tumor ao longo do tempo. 

Sintomas

O principal sintoma do câncer de pele é o aparecimento de uma ferida no pênis que não cicatriza facilmente. Essa ferida é, geralmente, indolor, e vai crescendo e destruindo os órgãos do local, principalmente no caso do tumor espinocelular do pênis, que cresce localmente infiltrando profundamente o órgão e aumentando o risco de metástase em outras regiões. 

“Toda ferida na ponta do pênis que demora para cicatrizar ou que não cicatrize deve ser avaliada por um médico o mais rápido possível. Quanto mais rápido o diagnóstico, menos mutilante é o tratamento”, afirma o médico.

Também é necessário ficar de olho naquela pele que fica em volta da cabeça do pênis, a fimose. O sinal de alerta precisa ser aceso quando o homem não consegue puxar a pele que encobre a glande, o que não a deixa ficar exposta, ou quando tem a sensação de que o órgão está sendo esmagado.

Como prevenir o câncer de pênis

A boa notícia é que é possível prevenir o câncer de pele. Para isso, de acordo com o médico, o tratamento deve ser o mais cedo possível. Além disso, deve-se lavar o pênis com água e sabão diariamente. A vacinação contra o HPV também diminui o risco de desenvolver tumores no pênis. O imunizante está disponível no SUS para garotos de 11 a 14 anos. Por fim, fazer o tratamento e prevenção da obesidade também ajuda a diminuir a incidência e gravidade desse tumor.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer de pênis é clínico, realizado após o aparecimento de ferida, lesão ou úlcera no pênis. Ainda de acordo com o especialista, já o tratamento para câncer de pênis é, basicamente, cirúrgico em todas as suas fases. “Quanto menor e mais superficial for o tumor, mais conservadora será a cirurgia para tratar de câncer de penis. Quando os tumores se infiltram profundamente, há a necessidade de amputação do órgão, que pode ser parcial ou total. Por isso, quanto antes o diagnóstico, mais chance de cura”, completa o Dr. Gustavo.

Reconstrução de pênis já é realidade no Brasil

Anualmente, em média, 510 homens têm o pênis amputado por causa de câncer no órgão. Além disso, a doença, nos últimos 14 anos, levou 7.186 pessoas a removerem o membro. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Na maioria das vezes, a parte que sobra da amputação permite ao paciente urinar de pé, mas dificulta a penetração, o que gera vários problemas psicológicos e emocionais. Por isso, cirurgias de reconstrução de pênis podem trazer de volta a autoestima desses homens e já estão disponíveis no Brasil.

Fonte: Gustavo Guimarães, cirurgião oncológico e diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Jornal Folha de São Paulo.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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