Câncer de pele: conheça os principais tipos e como prevenir

Saúde
11 de Outubro, 2022
Câncer de pele: conheça os principais tipos e como prevenir

No verão, geralmente ficamos muito preocupados com a alta exposição aos raios solares, que aumentam o risco de câncer de pele. Porém, essa preocupação deve ocorrer em todos os meses do ano.

Até no inverno, por exemplo, é necessário lembrar que o sol continua enviando raios UVA e UVB (ultravioletas) para a atmosfera. “E eles permanecem sendo prejudiciais, pois mesmo com índices mais baixos, o dano promovido por eles é cumulativo”, explica a dermatologista Ana Maria Bertelli, professora da Universidade Santo Amaro (Unisa).

Vale lembrar, então, que exposição solar “mais segura” é aquela feita antes das 10 horas e após as 16. Além disso, o uso do protetor solar com FPS mínimo de 30 deve ser mantido mesmo em ambientes fechados.

Dados sobre o câncer de pele no Brasil

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular) é o tipo mais frequente no Brasil, e sua incidência tende a ser maior em pessoas com mais de 40 anos.

A expectativa é de que ocorram mais de 176 mil novos casos no Brasil (83 mil em homens e 93 mil em mulheres) entre 2020 e 2022. Além disso, se somarmos a esses números os dados referentes à neoplasia do tipo melanoma (que é a mais agressiva), o número total sobe para 185 mil casos.

Principais tipos de câncer de pele

Carcinoma basocelular (CBC)

O mais prevalente, o CBC surge nas células basais da epiderme. Entretanto, tem baixa letalidade, pode ser curado quando há detecção precoce e geralmente ocorre em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

Esse tipo de câncer se apresenta na pele como uma bolinha, geralmente no rosto e em outras áreas do corpo que ficam expostas ao sol, como braço e pescoço. Essa bolinha tem características bem definidas: um brilho perláceo (que lembra uma pérola) e vasinhos sanguíneos, o que pode facilitar a identificação pelo dermatologista. Ela é de crescimento lento e às vezes pode sangrar com uma simples batida ou se a pessoa coça o local. 

Carcinoma espinocelular (CEC)

É o segundo mais prevalente dentre os tipos de câncer de pele. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte da camada superior da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, face, couro cabeludo e pescoço.

Nessas regiões, normalmente a pele apresenta sinais de dano solar como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.

Geralmente, as lesões de CEC têm coloração avermelhada e forma de machucados ou feridas ásperas que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Ao contrário do carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular pode ser bastante agressivo e causar metástases (quando o tumor migra para outras partes do corpo). A detecção precoce e o tratamento adequado resultam em grandes chances de cura para o doente.

Leia também: Vitamina B3 pode reduzir risco de câncer de pele

Melanoma

O melanoma é o tipo menos frequente de câncer de pele, mas é o que tem o pior prognóstico e o índice mais alto de mortalidade. “Embora o diagnóstico de melanoma normalmente gere medo e apreensão ao paciente, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce e tratamento adequado da doença”, tranquiliza Ana Maria Bertelli.

O melanoma tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Contudo, a mancha muda de cor, de formato ou de tamanho e pode apresentar sangramento.

Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um especialista caso detecte qualquer lesão suspeita. O melanoma pode surgir em áreas de difícil visualização pelo paciente, embora seja mais comum nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo pode ser suspeita para um médico.

O melanoma tem origem nos melanócitos, células que produzem melanina (o pigmento que dá cor à pele). Nos estágios iniciais, se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor.

Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental.

Causas do câncer de pele

A princípio, não existe uma causa definida para o desenvolvimento do câncer de pele. No entanto, algumas características e condições podem ser fator de risco para a doença. Por exemplo:

  • Pessoas de pele clara e albinas, que se queimam (ficam vermelhas) com facilidade.
  • Exposição ao sol sem a devida proteção.
  • Predisposição genética, com histórico da doença entre familiares de primeiro grau.
  • Pele que possui muitas pintas.
  • Ingestão ou contato com substâncias químicas e radioativas.

Diagnóstico

A anamnese, que consiste na análise dos sinais da pele é o primeiro passo para identificar o câncer de pele. Entretanto, a biópsia é necessária para avaliar o tipo de câncer e a melhor forma de tratá-lo. Se houver suspeita de melanoma, esse tipo de exame é o único meio de diagnosticá-lo. Já os exames de imagem pode checar se o câncer se disseminou para outros locais — processo chamado metástase.

Tratamento

Irá depender do tipo de câncer e gravidade da lesão. De forma geral, a retirada cirúrgica é a principal ação contra a doença, que pode requerer sessões de quimioterapia ou radioterapia, caso seja grave.

Perguntas frequentes

Como prevenir o câncer de pele?

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do câncer de pele. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

O mais importante é a conscientização sobre a importância do uso do protetor solar para evitar o desenvolvimento de câncer de pele. “Em paralelo, é importante que todos estejam atentos a novas ‘pintas’ ou mudanças nas lesões já existentes. Nessas situações, busque imediatamente um especialista. Não tenho dúvida ao afirmar, portanto, que a melhor forma de combater o câncer de pele ainda é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Já a melhor prevenção é o uso de protetor solar”, finaliza a profissional.

Quais médicos procurar?

Ao notar qualquer sinal suspeito na pele, é importante procurar um dermatologista, que pode encaminhar o caso para um oncologista para acompanhar os cuidados.

Um câncer não melanoma pode evoluir para um melanoma?

Não é possível esse tipo de acontecimento, porque cada câncer tem uma origem diferente. Dessa forma, não há como um tumor evoluir para outro.

Toda pinta pode ser um sinal de câncer?

Não necessariamente, e não precisa se preocupar com qualquer pinta em sua pele. No entanto, se o sinal muda de cor, tamanho, sangra ou dói ao toque, vale procurar um dermatologista para checar a saúde.

Fonte: Ana Maria Bertelli, dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.

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