Câncer de fígado: causas, sintomas e como tratar

Saúde
07 de Junho, 2022
Câncer de fígado: causas, sintomas e como tratar

O fígado é um órgão vital para o bom funcionamento do corpo. Dentre as suas funções, se destacam a filtragem do sangue para eliminar as toxinas, metabolização de nutrientes e enzimas, produção de proteínas, gorduras e colesterol e bile. Outro diferencial do órgão é sua capacidade especial de regeneração após uma lesão ou doença. Por exemplo, em um transplante, a pessoa doadora consegue recuperar a parte doada em pouco tempo. Porém, o câncer de fígado pode ser extremamente agressivo, sobretudo se estiver relacionado a outras doenças crônicas como fator de risco, o que exige o diagnóstico precoce.

Veja também: Afinal, o que é insuficiência cardíaca? Conheça sintomas e causas

Tipos de câncer no fígado

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem dois tipos. O primário se desenvolve no próprio fígado; já o secundário tem origem em outro órgão, quando as células cancerígenas migram para o fígado e se instalam no tecido. Este último é mais comum, pois o fígado recebe um grande volume sanguíneo, o que favorece a contaminação pelas células tumorais. Por sua vez, as classificações de câncer possuem manifestações diferentes. São elas:

  • Carcinoma hepatocelular: também conhecido por hepatocarcinoma, é o tumor maligno primário mais comum, com cerca de 80% dos casos ou mais.
  • Colangiocarcinoma: se desenvolve nos ductos de fluxo biliar do órgão.
  • Angiossarcoma: mais raro, as células cancerígenas se proliferam nos vasos sanguíneos do fígado.
  • Hepatoblastoma: outra forma bem rara que afeta crianças recém-nascidas ou na primeira infância.

Causas e fatores de risco

O câncer de fígado é mais mortal entre homens — segundo o INCA, a cada 10.764 mortes, 6.093 equivalem ao público masculino. Boa parte dos casos de câncer no fígado ocorre quando existe alguma infecção crônica. Por exemplo, a cirrose, que atinge especialmente o fígado pelo excesso de álcool; hepatites B e C e HPV. Além de quadros infecciosos variados, a enfermidade tem relação com outros problemas. Alguns deles:

  • Obesidade, que provoca a inflamação generalizada do organismo e favorece a formação anormal de células malignas.
  • Uso de esteroides.
  • Histórico de câncer em outros órgãos.
  • Diabetes, pois favorece o desequilíbrio do metabolismo.
  • Doenças gastrointestinais e renais sem tratamento adequado.
  • Acúmulo de gordura no fígado causado pela esteatose.

Sintomas do câncer de fígado

Muitas vezes, as fases iniciais do câncer são silenciosas, o que dificulta a rapidez do diagnóstico. Ou, ainda, quando há sintomas, eles se confundem facilmente com outras doenças e atrasar a ida ao médico.

Sinais como pele amarelada, perda de peso, cansaço, falta de apetite, dor abdominal, febre e fraqueza constantes precisam de investigação profissional imediata, pois indicam estágios avançados da doença. Além disso, se o câncer for secundário, é provável que o órgão de origem apresente sintomas específicos, como uma falta de ar se houver câncer de pulmão.

Como diagnosticar

Para identificar a doença, são necessários exames laboratoriais e de imagem local (tomografia computadorizada e ressonância magnética), além de biópsia por meio da laparoscopia. Esse teste consegue analisar o interior do órgão, principalmente com o auxílio da ultrassonografia. Dessa forma, o conjunto de resultados permite a confirmação ou descarte do diagnóstico.

Tratamento do câncer de fígado

A linha de cuidados será de acordo com o estágio do câncer, tamanho, local e tipo. Em pacientes cujo tumor é pequeno e ainda não comprometeu a função hepática, o ressecamento cirúrgico é uma opção. Por outro lado, situações mais complexas em que o órgão está muito debilitado, o transplante torna-se uma alternativa para salvar o indivíduo e recuperar sua qualidade de vida. No entanto, quando o risco cirúrgico é alto ou inviável, entram outros métodos de tratamento, como:

  • Alcoolização: consiste na aplicação de álcool absoluto no interior do tumor.
  • Ablação por radiofrequência: uso de estímulos elétricos sobre o tumor para eliminar os agentes malignos.
  • Quimioterapia e radioterapia.
  • Criocirurgia: procedimento que congela as células cancerígenas.

Perguntas frequentes

O câncer de fígado tem cura?

Muitos pacientes oncológicos conseguem ter uma vida livre do câncer após o tratamento. Todavia, não há como controlar a recidiva da doença, que pode se manifestar novamente. Vale ressaltar que uma parte da população recebe o diagnóstico quando o câncer dominou um ou mais órgãos e alcançou o estágio terminal. Nessas condições, os cuidados são paliativos para amenizar as dores e limitações da pessoa, que não obteve a resposta adequada ao tratamento. Por isso, quando há sucesso no combate à doença, manter o acompanhamento periódico é essencial para evitar recaídas.

Qual a relação do câncer de fígado com o consumo de álcool?

O abuso de bebidas alcoólicas influencia bastante no desenvolvimento de vários tipos de câncer. Afinal, o álcool é uma substância tóxica ao organismo e desencadeia reações variadas, como a disfunção metabólica.

Dá para prevenir o câncer no fígado?

A princípio, o estilo de vida saudável é a melhor maneira de evitar o câncer e outras doenças graves. Ou seja, eliminar o uso de álcool, cigarro e outras substâncias nocivas, seguir uma alimentação equilibrada e fazer exercícios físicos. Além disso, fazer check-ups a cada ano ajudam a diagnosticar antecipadamente problemas como o câncer e melhoram as perspectivas de tratamento.

Qual médico pode ajudar a identificar e tratar esse tipo de câncer?

Ao sentir algum desconforto súbito, a primeira providência é ir a um pronto-socorro para receber atendimento de um clínico geral. Entretanto, em casos de suspeita de câncer, o profissional encaminha a um hepatologista ou oncologista. O primeiro é especialista em cuidados relacionados ao fígado; e o oncologista, em acompanhar e sugerir formas de tratar o câncer. Portanto, ambos podem trabalhar em conjunto para dar mais possibilidades ao paciente.

Referência: Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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