Autoexame de mama não é suficiente para diagnosticar câncer. Entenda

Saúde
10 de Outubro, 2022
Autoexame de mama não é suficiente para diagnosticar câncer. Entenda

Neste mês de outubro, diferentes países do mundo, entre eles o Brasil, voltam seus olhos para as campanhas do “Outubro Rosa”. A finalidade é a prevenção e o diagnóstico precoce de um dos cânceres mais prevalentes entre as mulheres, o de mama. Segundo o ginecologista Dr. Igor Padovesi, consultor do Minuto Saudável, uma das atitudes tradicionais de prevenção da doença, que é o autoexame feito pela própria mulher, deixou de ser recomendado. Isso porque, sozinho, o autoexame de mama não é suficiente para diagnosticar o câncer de mama ou outras condições de saúde, sendo necessário outros tipos de testes.

“A prática do autoexame das mamas, ou seja, realizado pela própria mulher, não é mais recomendada pelas sociedades médicas como antigamente, por ser uma prática que, sozinha, não tem se mostrado eficaz em reduzir a mortalidade por câncer de mama”, aponta.

Leia mais: Câncer de mama: sintomas, tipos e tratamentos 

Porque realizar apenas o autoexame de mama não é suficiente?

De acordo com o médico, é alta a possibilidade de cura do câncer de mama, especialmente quando ele é descoberto em estágios mais iniciais. Por isso, a principal forma de prevenção da doença é realizar, além do autoexame, a mamografia regularmente, já que o exame possibilita o diagnóstico precoce.

“Obviamente, a mulher não consegue apalpar as alterações como um médico, e em certas pessoas a ação pode gerar estresse, preocupação e exames invasivos desnecessários. Além disso, quando o câncer está de um tamanho que a mulher já consegue apalpar, ele já está em um estágio mais avançado”, continua o médico.

De qualquer forma, o médico alerta que, além da consulta anual ao ginecologista, as mulheres que notarem alterações devem procurar o médico. “Qualquer alteração precisa ser averiguada pelo médico o quanto antes, para que uma malignidade possa ser descartada”, explica o médico.

Sintomas do câncer de mama

Primeiramente, os sinais de alerta que precisam ser averiguados incluem:

  • Lesões mamárias, que podem surgir em mulheres após a menopausa
  • Caroços (nódulos), geralmente endurecidos, fixos e indolores
  • Pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja
  • Alterações no bico do peito (mamilo).

O Dr. Igor esclarece que a capacidade da mamografia de diagnosticar o câncer de mama em mulheres jovens é mais baixa. Isso porque as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia, nestes casos, é reduzida. Por isso, existem outros exames de rastreio, como ultrassom e ressonância magnética.

“Mulheres com histórico de câncer de mama na família devem começar a fazer o exame clínico das mamas e exames de rastreamento anualmente já a partir dos 35 anos”, aponta o especialista.

Números no Brasil

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados 66.280 novos casos de câncer de mama em 2022. Esse tipo de câncer é o de maior incidência em mulheres de todas as regiões do País, excluídos os cânceres relacionados a tumores de pele não melanoma, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Ele também constitui a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Autoexame de mama não é suficiente: a importância do diagnóstico precoce

De acordo com o Dr. Igor, a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) é de que mulheres a partir dos 40 anos de idade procurem o serviço de saúde para fazer uma mamografia anual. Mas essa recomendação diverge: o INCA e o Ministério da Saúde recomendam que mulheres comecem a realizar a mamografia de rastreamento aos 50 anos. Além disso, recomendam que, até os 69 anos, elas façam o exame a cada dois anos.

“Estas recomendações valem mesmo para as mulheres que não apresentam qualquer sintoma. Isso porque o câncer de mama pode ser descoberto em estágio inicial, quando ainda não há qualquer sinal evidente”, afirma o ginecologista.

Estilo de vida

Por fim, além da realização dos exames, manter um estilo de vida saudável é importante para a prevenção de inúmeras doenças. Por isso, parar de fumar, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, manter o peso controlado, baixar o índice de gordura corporal e praticar atividades físicas regularmente são ações que contribuem para a diminuição da incidência de câncer.

“No desenvolvimento do câncer de mama, o estresse também está associado a alterações no sistema imunológico, levando mulheres a adotar hábitos pouco saudáveis que podem contribuir para o surgimento da doença, como o aumento no consumo de açúcares e o sedentarismo”, pondera o médico.

Fonte: Dr. Igor Padovesi. É especialista em Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Atualmente, é médico do Hospital Albert Einstein em São Paulo.

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