Apendicite: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais
A apendicite é uma condição comum, mas que pode ser perigosa se não houver atendimento médico. Neste artigo, saiba mais sobre a inflamação para preveni-la.
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O que é apendicite?
Primeiro, é importante conhecermos o apêndice, um pequeno órgão que se assemelha a um dedo, com 5 a 10 cm de comprimento. Ele está localizado no começo do intestino grosso, na parte inferior direita do abdômen. Logo, o apêndice faz parte do sistema digestivo, cuja função já foi muito discutida pela ciência.
Hoje, é consenso que ele auxilia na produção de bactérias benéficas para o intestino, assim como possui células linfoides, que integram o sistema imunológico. “No entanto, quando ocorre uma obstrução de uma parte do apêndice chamada luz, instala-se um quadro inflamatório, a apendicite”, explica Celdo Monaco Rosella Junior, gastroenterologista do Dr.Consulta.
Ou seja, de forma simples, o apendicite é a inflamação do apêndice.
Como é a dor da apendicite?
Esta é uma dúvida muito popular. O desconforto pode começar na parte superior da barriga, incluindo o umbigo e pode ficar mais intenso, migrando para a região inferior do abdômen. A dor fica mais forte e insuportável, a ponto de causar náuseas e vômitos no indivíduo.
A área fica muito sensível ao toque, mesmo suave. Ao realizar um teste clínico, o médico pode pressionar o apêndice e, ao interromper a pressão, a dor aumenta de maneira aguda.
Logo, a dor da apendicite é muito desconfortável, que pode ficar mais incômoda ao tossir ou se movimentar. No entanto, este sintoma não é uma regra para todos os casos. Às vezes, a pessoa sente uma dor abdominal generalizada, acompanhada de outros sintomas.
Além disso, a intensidade pode variar de acordo com a faixa etária. Jovens de 20 a 30 anos, que são as maiores vítimas da apendicite, sentem os sintomas agudos; em idosos e gestante, a manifestação do quadro é menos dolorosa e sensível.
Quais são os outros sintomas da infecção?
- Falta de apetite.
- Alterações intestinais com tendência a constipação.
- Febre.
- Vômito.
- Queda do estado geral.
Causas
Não existe uma causa específica para a apendicite. Contudo, a inflamação pode ser fruto do acúmulo de gordura, fezes, vermes e pus no interior do órgão, provocando a obstrução da luz e a contaminação por bactérias.
Até a presença de tumores pode influenciar o quadro, assim como infecções do sistema gastrointestinal, que refletem na saúde do órgão.
Diagnóstico
Ao sentir quaisquer um dos sintomas acima, é importante ir ao médico, que avalia o estado de saúde e realiza o teste do toque abdominal. Com a suspeita de apendicite, são necessários exames de sangue, de imagem — tomografia computadorizada e ultrassonografia, por exemplo.
Em alguns quadros, o médico pode solicitar uma laparoscopia, a fim de investigar a cavidade abdominal e confirmar a apendicite.
Por outro lado, há pacientes que chegam ao hospital muito debilitados e já vão para o centro cirúrgico, pois o quadro pode indicar o início de uma sepse (infecção generalizada), que você verá a seguir.
Por que a apendicite é grave?
A localização do apêndice pode favorecer complicações, já que o risco maior está no rompimento ou perfuração do órgão (apendicite supurada). Quando isso acontece, ocorre a peritonite, resultante dessa ruptura que promove a disseminação de bactérias e micro-organismos nocivos para o restante do organismo.
Como resultado, pode ocorrer a sepse, que causa a infecção de outros órgãos a partir de uma área infectada. O quadro requer intervenção imediata, pois é potencialmente mortal.
Tratamento da apendicite
A única forma de tratamento é a apendicectomia. Isto é, a retirada cirúrgica de todo o órgão. Assim, é por isso que essa é uma condição emergencial — ao sentir qualquer dor semelhante às descritas aqui, o ideal é buscar um médico imediatamente.
E, como você deve imaginar, infelizmente não existe uma forma se blindar completamente contra a apendicite. No geral, o médico recomenda uma alimentação saudável e de fácil digestão, que favorece um ritmo intestinal regular, de forma a evitar que o apêndice inflame.
Como a alimentação pode ajudar
O bom funcionamento do sistema digestório é essencial para prevenir apendicite e para ajudar em seu tratamento. Sendo assim, a alimentação é uma excelente forma de favorecer e facilitar a digestão.
Por isso, há alimentos especialmente recomendados a fim de garantir a boa saúde do apêndice, assim como existem alimentos que devem ser evitados pelo mesmo motivo.
Portanto, uma alimentação pobre em fibras e rica em alimentos gordurosos e ultraprocessados é a maior inimiga da saúde do apêndice.
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Melhores alimentos
A princípio, os melhores alimentos para a saúde do apêndice são aqueles ricos em fibras. Dessa forma, os principais itens recomendados em caso de apendicite são as frutas, os vegetais, as folhas e verduras, as leguminosas, os grãos integrais e as oleaginosas.
Alimentos fibrosos não apenas facilitam a digestão e promovem maior sensação de saciedade, mas são também naturalmente anti-inflamatórios. Portanto, ajudam a prevenir a inflamação no apêndice.
Piores alimentos
Alimentos escassos em fibras, porém ricos em gorduras e em açúcar e sódio são os piores inimigos da saúde do apêndice e do sistema digestório de forma geral. Então, é importante evitar alimentos ultraprocessados, fast food e quaisquer alimentos com baixo teor de fibras e nutrientes importantes para a saúde.
- Embutidos (salame, mortadela, salsicha e outros).
- Doces e chocolate ao leite.
- Biscoitos, bolachas e salgadinhos.
- Sucos de caixa e comidas congeladas.
Perguntas frequentes
Quantos dias duram a evolução da apendicite?
De acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, a progressão da inflamação pode levar até 72 horas. Por isso que os primeiros sinais de dor e febre precisam de atenção médica, a fim de evitar o rompimento do apêndice e, consequentemente, a peritonite. Fique de olho se as dores estiverem persistentes por horas.
É possível morrer por causa de apendicite?
Sim, caso o apêndice se rompa ou seja perfurado, as bactérias e micro-organismos presentes no órgão inflamado podem se disseminar para a corrente sanguínea, causando a sepse. Por esse motivo, a cirurgia de remoção é a alternativa para conter esse desfecho, já que a infecção generalizada costuma ser mortal.
Fonte: Celdo Monaco Rosella Junior, médico gastroenterologista do Dr. Consulta.