Analgésico na gravidez: remédio aumenta risco de parto prematuro

Gravidez e maternidade Saúde
16 de Maio, 2022
Analgésico na gravidez: remédio aumenta risco de parto prematuro

A gestação é uma fase em que a mulher dialoga constantemente com a dualidade: ao mesmo tempo que ela experimenta a felicidade de viver o novo, seu corpo pode se deparar com diferentes dores. Neste momento, a saída mais óbvia parece ser a automedicação.Todavia, será que consumir analgésico na gravidez é uma boa escolha? A pergunta pede cautela na resposta.

O estudo publicado no periódico científico BMJ Journals mostra isso. Segundo ele, as chances de uma gestante ter um parto prematuro aumenta por volta de 50% caso ela tenha consumido um dos cinco analgésicos analisados durante a gravidez. São eles: paracetamol, ibuprofeno, aspirina, diclofenaco e naproxeno.

Da mesma forma, esta porcentagem aparece diante do risco da morte neonatal, ou seja, quando o pequeno vem a óbito antes de completar 28 dias de vida, devido ao consumo de uma das medicações. Já o risco do feto falecer ainda na barriga da mãe ou nascer morto (natimorto) eleva para 33%, independente de qual remédio tenha sido ingerido.

A pesquisa também revela que a má-formação do tubo neural, responsável mais tarde pela estruturação do cérebro e da medula espinhal, é 64% maior entre estas mães, bem como o risco de hipospádia (anomalias congênitas no trato urogenital masculino), que é de 27%.

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O consumo desenfreado de analgésico na gravidez

Além das porcentagens importantes diante dos efeitos que as medicações podem ter durante e após a gestação, a pesquisa mostrou o aumento brusco do consumo de remédios nos últimos 30 anos por grávidas. 

Para isso, o levantamento acompanhou 151.141 gestantes, por meio do Aberdeen Maternity and Neonatal Databank. Na ocasião, elas usaram pelo menos uma das cinco opções citadas durante a gravidez, entre 1985 e 2015. O consumo mais marcante é o de paracetamol, que foi de 1,3% em 1985 para 42,2% em 2015. Já o naproxeno, ibuprofeno e aspirina tiveram um acréscimo menos significativo ao longo dos anos: de 0,5% para 1,9%.

Até 2005, o diclofenaco não tinha tanta relevância entre as grávidas. Todavia, o cenário mudou abruptamente na década seguinte, quando sua regulação passou por percalços. Dessa forma, o número saltou para 25% de mulheres grávidas usando o remédio em 2006 e 45,6% em 2015. 

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Então, o que deve ser feito para amenizar a dor na gravidez?

Ao passo que analgésicos podem ter efeitos colaterais perigosos às gestantes, listamos algumas modalidades de exercícios físicos que auxiliam na prevenção de incômodos durante a gravidez. Confira:

  • Dança: melhora a capacidade cardiorrespiratória, aumenta conexão com o próprio corpo, além de elevar a autoestima, já que ela pode estar fragilizada neste momento;
  • Yoga: promove a flexibilidade, corrige a postura e ajuda a trazer atenção para o aqui e agora, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade

Vale apenas lembrar que todos os exercícios físicos precisam de liberação do obstetra para serem colocados em prática, combinado?

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