Alimentos azedos e amargos tiram a vontade de comer doce?
Se você é do time das sobremesas e não pode ver um chocolate que já quer devorá-lo, com certeza já deve ter ouvido várias formas e indicações de como diminuir esse desejo. Há quem diga que consumir alimentos azedos e amargos ajuda a tirar a vontade de comer doce. Mas será que essa tática realmente funciona? A nutricionista esportiva e funcional Vitoria Campanholi explica se essa é uma prática eficaz e como fazê-la de maneira saudável.
De acordo com a especialista, comer alimentos azedos e amargos auxilia na redução da vontade de doces. Isso porque o paladar passa a ser mais sensível a pequenas doses de dulçor. “Assim, requer menos açúcar ou estimulantes de papilas para sinalizar a percepção do sabor. Logo, naturalmente, essa pessoa vai ter o hábito de comer menos açúcar”, completa.
Entretanto, ela explica que, caso a pessoa volte a ingerir grandes quantidades de açúcar, a referência dessas doses elevadas volta e, por consequência, as papilas ficam menos sensíveis. Dessa forma, o desejo por doces passa a ser intenso e constante novamente. “Ou seja, doce não é o problema, e sim, a forma como lidamos com ele”, defende.
Como inserir mais alimentos azedos e amargos?
Alimentos azedos e amargos não costumam ser tão convidativos quanto preparações açucaradas. Mas, na verdade, é preciso entender que tudo é uma questão de acostumar o paladar. Vitória indica a introdução de opções estratégicas no cardápio do dia a dia para que, aos poucos, você encontre prazer em consumir tais alimentos. Confira algumas orientações:
- Tomar uma xícara de café preto sem açúcar pela manhã (caso não consiga beber dessa forma, vá diminuindo aos poucos a adição de açúcar);
- Troque o chocolate da sobremesa carregado de açúcar por uma opção com um teor mais elevado de cacau, evoluindo a partir de 40%;
- Aposte em saladas mais amargas, por exemplo, rúcula e agrião;
- Temperos como vinagre e limão também são bem-vindos;
- Introduza ao menos uma xícara de chá ao longo dia. Exemplos: hibisco, chá verde, carqueja, dente-de-leão e boldo;
- Consuma frutas mais azedas (maracujá, limão, frutas vermelhas, acerola, etc).
Por que sinto muita vontade de comer doce?
Além disso, é importante entender os motivos pelos quais a vontade de comer doce pode ser tão presente para algumas pessoas. “Ela surge devido a um processo biológico. Ao ingerir alimentos ricos em açúcar, gordura ou cafeína, o organismo libera substâncias que geram satisfação. São elas: serotonina e dopamina”, pontua.
Tais hormônios ajudam a combater o estresse e, por isso, quando a prática de comer doce se torna regular, o desejo de experienciar essa sensação repetidas vezes cresce e, assim, a vontade de comer doce passa a ser frequente e excessiva.
Alterações emocionais ao longo do dia fazem com que a busca por um momento de bem-estar cresça e, nesse momento, muitas pessoas recorrem ao prazer momentâneo oferecido pela ingestão de doces. Entretanto, existem outras formas mais saudáveis e efetivas de regular a concentração de cortisol (hormônio do estresse) no sangue e manter-se bem sem a necessidade de grandes doses de açúcar.
“Optar sempre por uma alimentação cada vez mais equilibrada, saudável, rica em vitaminas e minerais, para trabalhar a redução da inflamação do nosso organismo. Além de procurar auxílio em outras áreas da saúde, através da terapia, psicologia, atividades físicas, a fim de proporcionar a homeostase corporal”, indica a nutricionista.
Leia também: Comer muito doce pode causar tontura; riscos e como evitar
Consequências de comer muito doce
Apesar de causar boas sensações no corpo, comer muito doce pode trazer malefícios a longo prazo para a saúde. Isso porque os altos índices de açúcar são responsáveis pelo desenvolvimento de diversas doenças, como diabetes, obesidade e insônia.
Além disso, a profissional ainda explica que tais alimentos geram um maior acúmulo de gordura no sangue. Por isso, as chances de desenvolver problemas cardíacos aumentam. Crises de gastrite e prisão de ventre também podem surgir ao ingerir doces em grandes quantidades e com frequência.
Fonte: Vitoria Campanholi, nutricionista esportiva e funcional