Entenda as possíveis relações entre alimentação e esclerose múltipla

Alimentação Bem-estar Saúde
06 de Setembro, 2022
Entenda as possíveis relações entre alimentação e esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica que pode afetar o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos. Pode causar problemas de visão, equilíbrio, controle muscular e de outras funções básicas do corpo. Pouca gente sabe, mas há relações entre a alimentação e a esclerose múltipla. Entenda:

O que é esclerose múltipla?

Recentemente, a atriz Guta Stresser, que está com 49 anos, recebeu o diagnóstico da doença. Em uma publicação no Instagram, Guta compartilhou uma série de fotos com a atriz Cláudia Rodrigues em um encontro em Curitiba, no Paraná. Na legenda, contou que estão planejando uma peça com tom de comédia para falar sobre a esclerose múltipla, doença com a qual ambas convivem.

Autoimune, esse tipo de condição atinge o sistema nervoso central. Em outras palavras, a doença acomete cérebro, medula espinhal e outras partes do sistema nervoso, e traz sequelas irreversíveis. Apesar de não haver cura, é possível conviver com os sintomas da esclerose múltipla, desde que haja tratamento adequado.

Os sinais vão desde alterações na sensibilidade (formigamento em diferente partes do corpo), fadiga, perda da coordenação motora e da motricidade, visão turva ou dupla, até incontinência ou retenção urinária, dores crônicas, espasmos musculares, perda de força, falta de equilíbrio e depressão.

Leia também: Afinal, qual a importância dos exercícios para quem tem esclerose múltipla?

Alimentação e esclerose múltipla: quais as relações?

Pesquisas mostram que hábitos alimentares e o estilo de vida têm influência no curso da esclerose múltipla.

A nutricionista Nathália Guimarães, da equipe Nutrindo Ideais e especialista em nutrição clínica integrativa e funcional, explica que isso é alcançado controlando as vias metabólicas e inflamatórias nas células, assim como melhorando a composição da microbiota intestinal. Isso porque o que aumenta a inflamação são as dietas hipercalóricas e ricas em ultraprocessados, que geralmente são associadas a altos teores de sal, gordura animal, carne vermelha, bebidas açucaradas a frituras, além de pouca fibra e falta de exercício físico.

Vale lembrar que a EM é uma doença autoimune extremamente inflamatória e uma das doenças neurológicas mais comuns. Ela gradualmente destrói as camadas protetoras que envolvem as fibras nervosas (bainha de mielina). Embora a dieta não possa curar, estudos sugerem que mudanças na alimentação certamente podem reduzir o processo inflamatório (e, com isso, a sensação de dor), retardar a progressão da perda da bainha de mielina e melhorar a propagação dos impulsos nervosos.

Uma dieta amigável à EM deve focar em alimentos anti-inflamatórios, (reduzir a inflamação intestinal e sistêmica é essencial), ser rica em antioxidantes (devido ao estresse oxidativo sempre presente nesses indivíduos) e priorizar a restauração da microbiota intestinal.

Hoje, sabe-se que existe uma correlação entre intestino – microbiota – e cérebro. Pessoas com EM possuem algo chamado “hiperpermeabilidade intestinal”, o que leva substâncias tóxicas a entrarem na corrente sanguínea, assim agravando possíveis processos inflamatórios e autoimunes. Por isso, é importante focar em uma alimentação rica em fibras e polifenóis, que ajudam a corrigir a hiperpermeabilidade e a modular bactérias do bem.

Além disso, muitos desses indivíduos apresentam deficiências de magnésio, vitamina A, vitaminas do complexo B (principalmente B12) e vitamina D. Nesses casos, é imprescindível um acompanhamento nutricional para averiguar a necessidade de suplementação.

O que evitar

Existem alguns grupos alimentares que pessoas com EM devem limitar para ajudar a gerenciar os sintomas. A maioria desses alimentos estão ligados à inflamação crônica. Confira, então, alguns:

  • Proteínas processadas: salsichas, presunto, carnes enlatadas e carnes defumadas;
  • Carboidratos refinados: pão branco, macarrão, biscoitos e bolos;
  • Alimentos altamente processados ricos em aditivos: fast-food, batatas fritas, refrigerante, bolachas;
  • Gorduras trans: margarina e óleos vegetais parcialmente hidrogenados;
  • Bebidas açucaradas: energéticos, bebidas esportivas e refrigerantes;
  • Álcool: limitar o consumo de todas as bebidas alcoólicas.

Fonte: Nathália Guimarães, nutricionista da equipe Nutrindo Ideais e especialista em nutrição clínica integrativa e funcional.

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