Alimentação desordenada: o problema “oculto” que afeta as crianças
Os transtornos alimentares são algo comum entre milhões de pessoas. No entanto, engana-se que acredita que a condição seja restrita a adolescentes e adultos. As crianças também sofrem com distúrbios desse tipo. Uma revisão recente revela um dado preocupante: 1 a cada 5 crianças ou adolescentes enfrentam algo chamado alimentação desordenada.
A análise, chamada Global Proportion of Disordered Eating in Children and Adolescents, reuniu 32 estudo de 16 países do globo, constatou que 22% dessa jovem população apresenta o quadro. Dentre eles, meninas, adolescentes perto da idade adulta e que ainda têm IMC elevado, são os mais vulneráveis.
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O que é a alimentação desordenada?
A alimentação desordenada seria um passo anterior ao distúrbio alimentar. Embora possua comportamentos parecidos, a desordem também envolve restrições alimentares e exercícios para manter o gasto calórico. No entanto, a alimentação desordenada é menos rígida do que um distúrbio alimentar, que já afetou a saúde física e mental em grau maior.
Além disso, a alimentação desordenada é mais fácil de se esconder no começo. Logo, a privação de comida pode começar com a criança ou adolescente pulando uma refeição ou outra, ou deixando de comer algo que gostava, por exemplo.
O interesse repentino por calorias e quantidade de comida que se coloca no prato, excesso de atividade física e preocupação constante com o peso também podem ser um sinal da condição. Por ser mais sutil nesses aspectos, os responsáveis podem demorar para perceber que algo não vai bem.
Como resultado, os pesquisadores alertam que situações desse tipo são subdiagnosticadas, o que pode inflar ainda mais os números de jovens vítimas da desordem.
Pais e responsáveis precisam ter atenção
Os autores responsáveis não identificaram as possíveis causas da alimentação desordenada, embora a insatisfação com a imagem seja uma forte hipótese. De qualquer forma, a conclusão da análise é um recado importante para os pais e responsáveis observarem o comportamento dos filhos com a alimentação.
Além dos sinais mencionados acima, o uso de medicamentos e laxantes indicam a instalação do problema. Portanto, o diálogo com as crianças e adolescentes é essencial para notar abalos na saúde mental, ansiedade e outros transtornos que podem ser um gatilho — tanto para a alimentação desordenada como para um distúrbio de fato.
Por fim, os dois cenários podem impactar qualquer pessoa, independentemente de sua classe social, gênero e etnia. Ambos inspiram acompanhamento psicológico e apoio da família para conscientizar o indivíduo de sua condição e encorajá-lo a entender as causas e, assim, mudar sua conduta.