Alergia alimentar: o que é, sintomas e tratamento
Leite, ovo, trigo, aveia, centeio, frutos do mar e aditivos alimentares são os principais grupos que causam alergia alimentar em pacientes. Quando esse problema não é identificado em um indivíduo, ele pode trazer uma série de consequências cutâneas, gastrointestinais, respiratórias e cardiovasculares.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), não há estatísticas oficiais. Entretanto, a previsão é que 8% das crianças, com até dois anos de idade, foram diagnosticadas com a doença. Já em relação aos adultos, é possível registrar 2% de casos com alguma restrição alimentar.
O que causa alergia alimentar?
Trata-se de uma condição em que o indivíduo tem uma reação alérgica a algum componente de um determinado alimento, bebida ou aditivo alimentar que foi consumido.
É fundamental deixar claro que a alergia pode surgir devido a qualquer substância. O motivo varia de acordo com a pessoa ou o histórico familiar dela. Geralmente, o grupo de alimentos que mais trazem desconto para um paciente são: frutos do mar, amendoim e castanhas, leite de vaca e sementes comestíveis.
Sintomas
De acordo com o Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a alergia pode ser diagnosticada com vários tipos de sinais.
- Cutâneas: placas vermelhas situadas ou difusas por todo corpo (urticária), inchaço de olhos, bocas e orelhas (angioedema), coceira. A dermatite atópica, lesão de pele extremamente pruriginosa (muita coceira), está relacionada a alimentos apenas nas formas mais graves (dermatite ou eczema disseminados pelo corpo e não somente em dobras de cotovelos e joelhos).
- Gastrointestinais: diarreia e vômitos imediatos; um mecanismo imunológico denominado por “não mediado por IgE” pode trazer sintomas gastrintestinais mais tardios, horas ou dias após a ingestão (leite e soja são os alimentos mais comumente relacionados) e acrescenta um ou mais dos sintomas: diarreia com ou sem sangue, refluxo exacerbado, perda de peso, vômitos prolongados.
- Respiratório: falta de ar e chiado no peito (broncoespasmo) podem ocorrer assim que um indivíduo consome um alimento. Pacientes com asma não controlada têm mais chances de contrair esse sintoma. Mas é importante ressaltar que sinais crônicos do sistema respiratório, como asma e rinite, dificilmente são manifestações de alergia alimentar quando não houver modificações cutâneas e/ou gastrintestinais.
- Cardiovasculares: a queda da pressão arterial, ocasionando desmaio, tontura, arroxeamento dos lábios (hipóxia) caracteriza o choque anafilático e representa a forma mais grave da doença.
É possível que ocorra sinais mais graves, atingindo diversos órgãos ao mesmo tempo (reação anafilática).
Já em relação às crianças, a ASBAI informa que elas podem ter sinais, como a perda de sangue nas fezes, o que pode provocar anemia e dificuldade no crescimento.
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Diagnóstico
O processo é feito por meio da anamnese, conhecida popularmente como história clínica. A investigação não pode ser feita de qualquer forma. É fundamental que o médico conheça cada detalhe da relação causal entre o consumo dos alimentos e a identificação dos sintomas, conforme explica a ASBAI.
A próxima etapa é solicitar alguns exames laboratoriais. Dessa forma, é possível ter um relatório completo em relação a alergia alimentar do paciente.
Tratamento de alergia alimentar
A forma de tratamento dependerá da alergia que foi identificada no paciente. No entanto, em grande parte dos casos, a eliminação do alimento causador do problema é indicada. O uso de cromolina via oral e corticoides para enteropatia eosinofílica também são ótimas alternativas.
Ao contrário do que grande parte das pessoas imagina, o nutrólogo Tasso Carvalho explica que o modo de combater a alergia eliminando o alimento da dieta para sempre não é o único modo de tratar a doença.
“Cerca de 90% dos casos de alergia alimentar são ocasionados por apenas oito alimentos: ovos, leite, peixe, crustáceos, castanhas, amendoim, trigo e soja. No entanto, existem tratamentos de uso de imunoterapia com antígeno-específica, que consiste no fornecimento de quantidade crescente de alérgeno por um longo período de tempo, com o objetivo de suprimir os sintomas de alergia alimentar.”, explica o profissional.
Então, antes de tomar qualquer atitude, lembre-se de consultar o médico. O profissional é o melhor especialista para identificar quais são as ações que a pessoa deve tomar em relação a um determinado problema.
Fontes: Tasso Carvalho, mestre em Ciências da Saúde e médico nutrólogo; Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).