Agrotóxicos foram encontrados em 58% dos alimentos ultraprocessados

Alimentação Bem-estar
28 de Julho, 2022
Agrotóxicos foram encontrados em 58% dos alimentos ultraprocessados

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou uma nota alertando os brasileiros sobre a presença de agrotóxicos em alimentos ultraprocessados de origem animal. Entre os produtos da lista, foram encontrados pesticidas em mortadela, requeijão industrializado, linguiças e tiras de frango empanadas (nuggets) — alguns deles com até cinco substâncias diferentes na composição.

O segundo volume do estudo Tem Veneno Neste Pacote, realizado pelo órgão, analisou 24 marcas de itens ultraprocessados e feitos à base de carne ou lácteos. Dessas, 14 tinham ao menos um agrotóxico — ou seja, cerca de 60% dos produtos investigados.

“Essas descobertas reforçam a necessidade de mudanças em nosso sistema alimentar, em que o modelo agrícola predominante é baseado na monocultura que atende a demanda de commodities, como soja, milho, trigo e açúcar, e faz um uso intensivo de agrotóxicos”, afirmou o comunicado.

Leia também: Alimentos embutidos aumentam o risco de câncer? Saiba mais

Agrotóxicos em ultraprocessados

Os pesticidas aparecem nos derivados de carnes e leite de duas maneiras distintas. A primeira delas é a partir da aplicação direta, com o intuito de evitar a proliferação de micro-organismos maléficos à saúde. A segunda, por outro lado, é por meio de rações feitas com grãos que recebem os agrotóxicos ainda nas plantações.

Uma das substâncias encontradas, aliás, foi o glifosato, ingrediente classificado como provavelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), mas um dos mais usados no Brasil.

Contudo, o problema é que ele não foi o único. Dos oito agrotóxicos descobertos nos produtos ultraprocessados, seis deles estão relacionados ao desenvolvimento de doenças crônicas.

Confira a cartilha completa do Idec com as principais marcas.

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O problema dos ultraprocessados

Especialistas alertam, com frequência, sobre os riscos do consumo excessivo dos ultraprocessados. Isso porque o hábito tem ligação com uma série de condições, como:

  • Sobrepeso e obesidade;
  • Aumento da circunferência abdominal;
  • Redução do HDL (conhecido como “colesterol bom”);
  • Síndrome metabólica;
  • Por fim, depressão.

Existem algumas explicações para o excesso de ultraprocessados trazer tantos prejuízos. A primeira é que esse tipo de alimento acaba vindo com uma carga mais elevada de sal, açúcar e gordura, no geral.

Ainda pensando em aumentar palatabilidade, muitas vezes a indústria utiliza mais de um tipo de açúcar de adição (xarope de glicose, maltodextrina, açúcar invertido, açúcar líquido etc.). Já as gorduras influenciam tanto no sabor, quanto na textura do alimento.

Mas não para por aí. De acordo com a OMS, a Organização Mundial da Saúde, o consumo recorrente de carnes ultraprocessadas (como as embutidas) está diretamente relacionado ao maior risco de desenvolvimento de câncer.

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