Filhos de Romana Novais Alok nunca comeram doces. Quando liberar?
Recentemente, a médica Romana Novais recebeu críticas sobre a alimentação de seus filhos Ravi (dois anos) e Raika (um ano) com o DJ Alok. Ela afirmou em suas redes sociais que os pequenos nunca experimentaram doces, e um internauta comentou: “Acho muita frescura com essa questão da educação alimentar”. Afinal, quando liberar açúcar para as crianças?
Caso Romana Novais: açúcar para crianças
Logo, Romana respondeu ao comentário. “O meu pai desenvolveu diabetes tipo 2, se tornou paciente renal crônico e precisou fazer transplante renal. Eu sei o quanto se preocupar com a alimentação faz diferença!”, disse a influenciadora. “Educo meus filhos para eles desde cedo saberem a importância de se cuidar e ter uma relação saudável com a comida. E eu faço o mesmo por mim. Isso é uma coisa que só eu posso fazer por mim mesma. Saúde é um assunto que eu levo muito a sério. Meu corpo, meu templo!”, complementou.
Mas será que restringir doces e alimentos com açúcar para bebês e crianças menores de dois anos é realmente uma “frescura”? Entidades oficiais, órgãos de saúde e especialistas dizem que não.
Primeiramente, o consumo de açúcar por parte dos pequenos deve ser bastante controlado e, antes dos dois anos de idade, é totalmente contraindicado, afirma a nutricionista Bel Fagundes, de São Paulo. Isso também vale para o consumo de mel, pois ele aumenta o risco de botulismo intestinal.
Portanto, evite os alimentos industrializados que geralmente são ofertados ao bebê, como sucos de caixinha, bolos, biscoitos (como o de maisena) e papinhas artificiais.
E lembre-se: o ingrediente não é completamente liberado depois dessa fase, viu? Mesmo após os dois anos de idade, a ingestão de açúcar refinado deve ser controlada pelos pais ou responsáveis. Isso porque o item, em excesso, pode trazer consequências à saúde do pequeno, como:
Paladar viciado
Se o consumo de açúcar acontecer antes dos dois anos de idade, torna-se maior o risco de paladar “viciado”. Ou seja, pode provocar a maior recusa por alimentos saudáveis e naturais. Por isso, a recomendação de evitar o consumo de açúcar antes dos dois anos de idade também é suportada pela Associação Americana do Coração.
Piora no desenvolvimento cognitivo
Alimentos açucarados na infância podem afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo. De acordo com um estudo do The American Journal of Clinical Nutrition, os filhos de mulheres que consumiam grande quantidade de açúcar durante a amamentação tiveram pior desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos de vida.
Açúcar para crianças: maior risco de doenças e ganho de peso
Ainda, os alimentos ricos em açúcar aumentam o risco de desenvolver doenças como a pressão alta, a obesidade e o diabetes tipo 2.
Leia também: Método BLW: Como aplicá-lo na introdução alimentar dos bebês
E o glúten para crianças?
Outro assunto que gerou polêmica no começo do ano tem ligação com o glúten. Durante uma conversa no BBB 22, Arthur Aguiar contou que sua filha com Maíra Cardi — Sophia, de três anos — não come açúcar e glúten, bem como leva as próprias comidinhas saudáveis em festas.
Diferentemente do açúcar, a história do glúten para crianças é um pouco mais complicada. O Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, afirma que “não há recomendação sobre o período ideal de introdução do glúten na alimentação (acima de 6 ou 12 meses)”. No entanto, a organização não indica a dieta sem glúten para crianças que não tenham doença celíaca, alergia ao trigo ou algum tipo de sensibilidade à proteína encontrada em grãos.
Cortar o glúten da dieta da criança sem motivos, aliás, pode prejudicar a sua nutrição. Da mesma forma, quem precisa eliminar a proteína do cardápio do pequeno deve fazer isso com ajuda profissional. “A dieta sem glúten [e sem acompanhamento] aumenta a ingesta de gordura, reduz o consumo de fibras e altera microbiota intestinal, podendo, portanto, aumentar o risco de doenças cardiovasculares”, diz a SBP.
Alguns especialistas indicam, desse modo, que o primeiro contato com o glúten ocorra aos sete meses de idade. O melhor a fazer? Conversar com o pediatra de confiança. Ele analisará as características individuais do pequeno e poderá avaliar o melhor momento de introduzir o item no cardápio do mesmo.
Contudo, é sempre bom lembrar: a SBP aconselha o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade e, a partir de então, a introdução alimentar. Durante o processo, devem ser priorizados ingredientes naturais, como frutas, legumes e verduras.
Referências:
- O açúcar e o sódio na alimentação infantil, Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP);
- Utilização de Dietas Isentas de Glúten para Fins de Emagrecimento, Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN);
- Dieta Sem Glúten e Sem Lactose, Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);
- Nota do Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).