O ácido fólico é a vitamina B9 que pode ser facilmente encontrada em alimentos de cor verde escura como espinafre, couve e brócolis, além de cápsulas. Também conhecido como folato, o ácido fólico é uma das primeiras e mais importantes vitaminas recomendadas para gestantes. Isso acontece porque a vitamina ajuda a prevenir doenças de ordens neurológicas e cerebrais no bebê.
Contudo, o ácido fólico não se restringe a gestantes. A suplementação da vitamina apresenta benefícios como prevenção de infarto, câncer e quadros de demência. Continue lendo e saiba mais.
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O ácido fólico contribui com diversas funções do corpo, além de ser um componente essencial para a formação de células de crescimento e desenvolvimento. “Essa vitamina apresenta papel fundamental no processo de multiplicação celular e na formação de proteínas estruturais. Além disso, é essencial para a renovação dos glóbulos vermelhos no sangue e sua falta no organismo pode levar à anemia”, explica a nutricionista Caroline Possato, do Instituto Mineiro de Endocrinologia.
A seguir, confira os principais benefícios da vitamina:
Quando os níveis de ácido fólico estão baixos, geralmente, a pessoa tende a apresentar os sintomas gerais de anemia como fadiga sem motivo aparente, palidez, irritabilidade, falta de ar e tontura. Contudo, em casos mais graves, a falta da vitamina pode causar sintomas mais bruscos como diarreia, redução do paladar, perda brusca de peso, dor na língua e até mesmo quadros depressivos.
No geral, a deficiência da vitamina é resultado da má absorção de nutrientes, ausência de uma alimentação saudável e diversificada, deficiência dietética etc. Em outros casos, medicamentos e toxinas também podem prejudicar a absorção do ácido.
O ácido fólico é essencial para as gestantes porque previne malformações neurológicas e na medula espinhal do feto. Por isso, o recomendado é que todas as mulheres grávidas comecem a ingestão de suplementos de folato ao menos um mês antes de engravidar, indica a nutricionista.
Isso se deve ao fato de que a estrutura que forma o tubo neural do bebê, dando origem ao cérebro e à medula espinhal, se fecha por volta do 28º dia de gestação.
“Nesse período inicial, muitas mulheres ainda não sabem que estão grávidas. Ou seja, daí a importância da suplementação desde antes da concepção”, recomenda Caroline. Portanto, deve-se ingerir o nutriente até o fim do primeiro trimestre, quando a maioria dos órgãos do bebê já estão formados.
Em sua forma natural, o ácido fólico é encontrado em diferentes alimentos. Confira abaixo opções cheias desse nutriente que você pode incluir na dieta.
Em 2002, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que as indústrias passassem a adicionar ácido fólico em farinhas de trigo e milho, visando aumentar o consumo do brasileiro, já que nem todo mundo consegue atingir a recomendação diária.
Caroline diz que, para chegar ao valor diário, seria necessário consumir, por exemplo: 1 concha de leguminosas + 1 xícara (chá) de vegetais verde-escuros + 1 xícara de suco laranja + 1 prato de sobremesa com salada variada no almoço e no jantar + 1 banana + ½ unidade de mamão papaia.
“Infelizmente, hoje muitas pessoas não consomem alimentos in natura, levando a um déficit desse nutriente no organismo.”

Os valores normais de folato devem estar entre 3.10 – 20.50 ng/mL. Portanto, valores abaixo dessa métrica podem indicar a necessidade de suplementação. Esse índice pode ser identificado através de exames de sangue, que podem ser realizados em um check-up geral de saúde ou até mesmo após identificar os sintomas da deficiência de ácido fólico que mencionamos acima como fadiga, palidez e irritabilidade.
Vale reforçar que não é recomendado tomar a vitamina por conta própria, já que essa prática pode ser prejudicial à saúde. Portanto, resultados que fiquem acima ou abaixo da faixa recomendada, devem ser acompanhados por um médico para que sejam feitos os devidos ajustes na alimentação ou suplementação.
O excesso da vitamina na alimentação é facilmente eliminado pela urina e portanto, não é um problema. Contudo, existem riscos para a saúde no consumo exagerado de suplementos, que por sua vez, podem causar problemas digestivos como náuseas, dor de estômago e até mesmo reações cutâneas. Por isso, é importante só iniciar a suplementação após a recomendação de um médico.
De acordo com a Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o período da gestação impõe uma sobrecarga para o organismo da mulher e com isso, aumentam as necessidades de macro e micronutrientes que nem sempre são supridos com a alimentação. Por isso, a suplementação de ácido fólico pode começar antes mesmo da gravidez, quando a mulher está planejando a concepção, e se estender durante a gestação e após o parto, sempre sendo orientada por um médico ou nutricionista.
Desse modo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) a dosagem diária adequada é de 400 microgramas da vitamina durante a gestação.
De acordo com a nutricionista, todo mundo deve consumir o ácido fólico, embora nem todas as pessoas precisem de suplementação. “Para um adulto saudável, recomenda-se a ingestão diária de 400 mcg de ácido fólico.”
Quando se opta pela vitamina em suplemento, o ideal é ingerir a cápsula com um copo de água 30 minutos antes das refeições. Geralmente, recomenda-se 1 comprimido por dia. Porém, essa instrução pode variar de acordo com as necessidades de cada paciente.
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Se você acha que os benefícios do ácido fólico se restringem a gestantes ou pessoas com anemia, ficará surpreso em saber que a vitamina também é essencial para gerir um bebê saudável. Assim, o ácido fólico ajuda a prevenir alterações cromossômicas nos espermatozoides, melhorando a qualidade seminal. Além disso, a vitamina oferece diversos benefícios como proteção contra doenças cardiovasculares e fortalecimento do sistema imunológico.
Por fim, a ingestão da vitamina pode ajudar com a redução da perda dos fios e estimulação do crescimento capilar devido a ação das vitaminas. Além disso, o ácido é indicado para pacientes com anemia, condição que fragiliza os cabelos e causa enfraquecimento das unhas. Portanto, pessoas dentro desse quadro de anemia tendem a se beneficiar ainda mais dos efeitos da vitamina dentro do tratamento capilar.
Fonte: Caroline Possato, nutricionista do Instituto Mineiro de Endocrinologia.
Referências: Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM).
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