Vitiligo: o que é, sintomas, causas e tratamento

Saúde
04 de Julho, 2022
Vitiligo: o que é, sintomas, causas e tratamento

Já surgiu alguma mancha no seu corpo e você ficou na dúvida sobre o que poderia ser? Existem diversos tipos de doenças que tem como sintoma principal o surgimento de manchas brancas, uma delas é o vitiligo.

O que é vitiligo?

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, ocasionada por uma redução ou ausência dos melanócitos, que são células responsáveis pela produção de melanina, substância que dá cor à pele. A doença afeta ambos os sexos e pessoas de qualquer etnia. Os sinais costumam aparecer, em média, aos 24 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Leia mais: Vitiligo e estresse: Entenda a relação

Causas do vitiligo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, as causas do vitiligo não estão claramente estabelecidas. Mas há alguns fenômenos autoimunes associados ao quadro, assim como alterações e traumas emocionais também se encontram entre os possíveis causadores da doença.

Os pacientes com essa condição têm uma maior tendência de envelhecimento na pele, principalmente nas áreas despigmentadas; além de maior propensão a sentir os efeitos de “queimaduras” no local por conta de exposição excessiva ao sol.

Sintomas da doença

As pessoas com vitiligo não costumam se queixar de sintomas físicos, além das manchas brancas pelo corpo e transtornos psicológicos, como baixa autoestima, pouca qualidade de vida e retração social. Os sintomas psíquicos provocados pelo preconceito, no entanto, são os que mais preocupam os especialistas.

O vitiligo pode se manifestar de seis formas: 

  • Focal: manchas pequenas em uma área específica do corpo; 
  • Mucosal: manchas somente nas mucosas, como lábios e região genital, por exemplo; 
  • Segmentar: manchas distribuídas unilateralmente, apenas em uma parte do corpo;
  • Acrofacial: manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e genitais; 
  • Comum: manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais; 
  • Universal: manchas espalhadas por várias regiões do corpo.

Médicos que integram a Sociedade Brasileira de Dermatologia ressaltam que pessoas que apresentam vitiligo não possuem limitações físicas ou cognitivas, não transmitem sua condição pelo contato social e estão aptas ao trabalho e ao desenvolvimento de relação afetivas e humanas em qualquer contexto.

Diagnóstico do vitiligo

O diagnóstico do vitiligo é clínico e pode ser confirmado por meio do exame de biópsia cutânea. Em pacientes de pele branca, por exemplo, utiliza-se uma lâmpada especial para auxiliar na detecção. Quando há dúvidas é realizada biópsia das lesões, já que as manchas do vitiligo podem se confundir com as de outras doenças de pele, como a micose fungoide hipocromiante ou lúpus discoide.

Também é importante a realização de exames para estudo imunológico e pesquisar se há, concomitantemente, um quadro de doença autoimune como hepatite ou doenças da tireoide. Dessa forma, o dermatologista deve ser o médico responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento da doença, pois, ao determinar o tipo da condição e verificar possíveis doenças associadas, indicará o melhor tipo de tratamento.

Leia mais: Conheça os melhores e os piores alimentos para quem tem vitiligo

Tratamento

O vitiligo ainda não tem cura, mas tem controle. Com a ajuda médica, fazendo uso de medicamento e terapias reconhecidos cientificamente, alguns pacientes podem repigmentar a áreas afetadas ou mesmo despigmentar o corpo por inteiro.

Por isso, logo que surgirem as primeiras manchas brancas na pele, é necessário procurar um dermatologista, pois quanto antes começar o tratamento, maior é a chance de controlar/interromper a propagação das manchas e repigmentar a pele. Atualmente, o tratamento do vitiligo é feito com fototerapia, laser, além de técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Também existem medicamentos em fase de pesquisas que devem surgir em médio prazo.

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Por fim, especialistas destacam a importância em controlar o estresse, evitando assim o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Além disso, não é indicado utilizar roupas apertadas, que provoquem atrito ou pressão sobre a pele. Do mesmo modo, é fundamental se proteger da exposição solar usando medidas fotoprotetoras, tais como chapéus de aba larga, roupas que cubram áreas do corpo que ficam expostas ao sol, óculos com proteção UVA e UVB e, é claro, uso regular de protetor solar.

Especialistas envolvidos no tratamento de vitiligo

  • Dermatologista: é responsável por realizar o diagnóstico da doença, avaliar se há alguma doença associada e indicar o tratamento mais adequado;
  • Psicólogo: ajuda o paciente a lidar com os impactos do vitiligo na saúde mental, incluindo a baixa autoestima, entre outros fatores.

Perguntas frequentes

1) Vitiligo tem cura?

O vitiligo não tem cura. No entanto, existem várias formas de tratamento que ajudam a melhorar a aparência da pele

2) É genético?

De acordo com especialistas, o vitiligo é uma doença de origem genética e somente pessoas com predisposição podem desenvolvê-la.

4) É contagioso?

Apesar de essa dúvida ser muito comum, a doença não é infecciosa, ou seja, transmissível para outras pessoas. Mas não há formas de prevenir, apenas estar atento aos sintomas e realizar um check-up com dermatologista.

Impactos do vitiligo na saúde mental

De fato, um dos principais impactos do vitiligo é na saúde mental. Embora não cause nenhum outro sintoma físico além das manchas na pele, pessoas com essa doença podem passar por vários problemas psicológicos.

Dessa maneira, o vitiligo causa sequelas emocionais em virtude da discriminação sofrida por pessoas portadoras. No entanto, para muitas delas, a convivência com a doença é harmoniosa. Um exemplo é a atual participante do Big Brother Brasil 2022, Natália Deodato, de 22 anos, que revelou ter vitiligo desde os 9 anos.

A modelo e designer de unhas afirmou que, no começo, tinha vergonha e tentava esconder a despigmentação. Depois de entender melhor a doença, passou a se respeitar mais. “O que mais gosto no meu corpo é o meu vitiligo! Quando falam que sou manchada, agradeço. Não tenho problema nenhum e sinto prazer em falar sobre ele porque, infelizmente, o que falta nas pessoas é informação”, disse em entrevista ao Gshow.

“A forma como a candidata Natália Deodato se relaciona com o vitiligo é um exemplo de como pessoas com esta condição devem preservar sua autoestima em alta e buscarem ocupar espaços no convívio social. Um portador de vitiligo não deve ser excluído ou alvo de estigmas. Ele merece respeito, como qualquer outro individuo, e estímulos para desenvolver seu potencial”, ressalta o presidente da SBD, Mauro Enokihara.

Melhores e piores alimentos para quem tem vitiligo

Apesar de suas causas ainda não serem completamente conhecidas pela ciência, o que você coloca no prato pode impactar a condição. Uma dieta focada em comidas naturais e o consumo de frutas e verduras ricas em vitaminas A, C e E ajudam a combater os radicais livres. Por outro lado, a gordura animal (bacon e torresmo), alimentos artificiais, processados ou com substâncias químicas precisam ficar longe do cardápio.

As folhas verdes, como alface, agrião e couve, trazem altas doses de fenilalanina, que é o aminoácido precursor da melanina. O betacaroteno também auxilia na pigmentação da epiderme, e pode ser encontrado no ovotomateabóboramanga e mamão. Por fim, as carnes brancas e os peixes completam a dieta, pois fornecem ômega-3.

A alimentação adequada pode segurar a evolução da doença e manter sob controle o surgimento das manchas pelo corpo. Entretanto, consulte um nutricionista: ele indicará o melhor cardápio para você.

Links úteis

Ministério da Saúde

Hospital Universitário Pedro Ernesto

Cnn

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Fontes

Mauro Enokihara, presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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