Vacina da febre amarela: quando tomar e reações comuns

Saúde
21 de Fevereiro, 2022
Vacina da febre amarela: quando tomar e reações comuns

Muito além das tão faladas dengue, zika e chikungunya, o Aedes aegypti é o responsável por transmitir no meio urbano outra doença tão grave quanto essas: a febre amarela. Se um mosquito infectado pica uma pessoa, ela pode desenvolver essa doença infecciosa, cujos sintomas – náuseas, vômitos, febre alta, calafrios, cansaço e dores no corpo – aparecem repentinamente. E como prevenir é sempre o melhor remédio, junto às boas ações para conter a proliferação do mosquito vale se proteger tomando a vacina da febre amarela.

Encontrada na rede pública de saúde, a imunização entrou para o calendário nacional de vacinação desde o surto da doença ocorrido entre 2016 e 2017. Antes disso alguns estados não previam o uso da vacina. Mas, agora todo o território brasileiro é área de recomendação.

Quando tomar a vacina da febre amarela

A primeira dose é indicada aos nove meses de idade, com um reforço aos quatro anos. Se não der pra seguir à risca, a recomendação é que toda criança com menos de cinco anos tome um reforço depois da primeira dose. Com pelo menos 30 dias de intervalo. Já quem se imuniza após os cinco anos, uma dose da vacina da febre amarela é suficiente. 

Para quem mora fora de área de risco, a imunização deve ser feita com pelo menos dez dias de antecedência da viagem para um local endêmico. Agora, se a pessoa não reside em zona de risco e nem planeja viajar para uma, não há necessidade de tomar a vacina. Assim, o ideal é acompanhar as recomendações das autoridades de saúde locais.

Reações comuns e contraindicações

A vacina da febre amarela é feita com o vírus vivo e enfraquecido (atenuado). Então, pode ser que ela gere alguns desconfortos depois da aplicação. Febre, dor de cabeça e no corpo e reação na pele (como vermelhidão) são os relatos mais comuns de quem apresenta reações. 

Em casos muito raros, pode acontecer de o vírus da vacina migrar para o sistema nervoso e algumas vísceras, provocando inflamações como encefalite e meningite. Por esse motivo, a imunização é contraindicada para bebês com menos de seis meses. 

E já que a vacina é produzida com o vírus vivo, a contraindicação também conta para pessoas imunossuprimidas (como pacientes com HIV, quem está em quimioterapia, transplantados e até alguns idosos com mais de 60 anos). Vale pontuar que, embora enfraquecido, o vírus do imunizante ainda é infectante, por isso quem apresenta deficiências no sistema imunológico nem sempre deve receber a vacina da febre amarela.

Além disso, outros grupos que seguem essa lógica são mulheres gestantes ou que estão amamentando bebês com menos de seis meses. Já que o vírus da vacina pode passar para os pequenos, cuja imunidade ainda está em desenvolvimento.

Quem tem alergia a ovo também deve se atentar. Pois, o vírus que vai na vacina da febre amarela é produzido em ovos. Então, contém resquícios do alimento. A orientação é uma avaliação médica para esses casos.

Mas, é importante pontuar que em situações críticas, como em meio a surtos, pode ser que as recomendações mudem. Por isso, vale acompanhar as determinações das autoridades de saúde além da própria indicação médica, que irá avaliar o risco-benefício para cada caso.

Por que é importante tomar a vacina da febre amarela?

O nome febre amarela se refere à icterícia que alguns pacientes apresentam na forma grave da doença. Então, aí já dá pra notar que não se trata de uma enfermidade qualquer. A febre amarela é uma doença hemorrágica viral, e se o paciente evolui para a segunda fase dela, de maior gravidade, o risco de morte também aumenta, já que ela afeta funções vitais

A boa notícia é que a maioria dos casos não evolui e os sintomas desaparecem entre três ou quatro dias. O que pesa contra, porém, é que ainda não existe um medicamento antiviral contra febre amarela. O tratamento é de apoio, amenizando os sintomas e possíveis infecções associadas. Portanto, a vacina da febre amarela é o meio mais seguro e eficaz de se proteger.

Fontes: Camila Sacchelli, especialista em doenças infecciosas e professora de Biologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fiocruz e Organização Mundial da Saúde

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