Vacina contra câncer de pele: estudo revela benefícios do imunizante
Já imaginou poder prevenir doenças, como o câncer, com vacinas? A boa notícia é que cientistas já estão desenvolvendo imunizantes para alguns tipos de tumores. É o caso da vacina contra câncer de pele.
Um estudo da Journal of Investigative Dermatology sugere que é, sim, possível criar uma vacina contra o câncer de pele, que seria aplicado em pessoas do grupo de risco. Confira mais detalhes.
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Estudo detalha vacina contra câncer de pele
De acordo com pesquisadores e autores do estudo, existe uma enzima antioxidante capaz de proteger contra o câncer de pele. Os melanócitos presentes no organismo são capazes de produzir um pigmento bronzeador que protege o corpo das frequências de luz e do espectro ultravioleta do sol, responsável por liberar elétrons. Essa produção de pigmento gera tais enzimas, que por sua vez equilibram o organismo em relação à oxidação solar.
Dessa forma, segundo os cientistas, a enzima TXNRD1 pode ser uma boa candidata para aumentar a proteção solar. A remoção desse gene em camundongos forneceu à equipe de pesquisa uma maneira de estudar o papel da enzima na pigmentação e a capacidade dos melanócitos de responder ao estresse oxidativo resultante da exposição à radiação ultravioleta-B.
Embora ainda seja necessário avançar bastante na pesquisa para desenvolver, de fato, uma vacina, o RNA mensageiro que codifica a enzima poderia ser entregue ao organismo por meio do tipo de tecnologia semelhante à que está sendo usada nas fórmulas contra o Sars-CoV-2 produzidas pelas vacinas da Pfizer e Moderna, por exemplo.
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Quando teremos a vacina?
De acordo com uma pesquisadora da Oregon State University, embora o desenvolvimento de uma vacina contra câncer de pele seja uma possibilidade plausível, dado o sucesso das vacinas de mRNA diante da pandemia atual, a criação de um imunizante contra o câncer de pele é ainda especulativa, com muitos obstáculos a serem superados.
“Por mais de 40 anos, os pesquisadores analisaram os antioxidantes dietéticos como uma possível fonte de agentes baratos e de baixo risco para a prevenção do câncer, mas nem sempre tiveram um bom desempenho em ensaios clínicos. Daí a necessidade de tentar intervir com novos agentes de quimioprevenção, como uma vacina de mRNA”, disse a farmacologista Arup Indra à plataforma Science Alert.
Segundo ela, pessoas com risco aumentado de câncer de pele, como aquelas que trabalham ao ar livre, principalmente no sol, poderiam ser vacinadas uma vez por ano. “Claramente estamos na ponta do iceberg, mas as possibilidades são animadoras para prevenir diferentes tipos de progressão de doenças, incluindo câncer, modulando o sistema antioxidante do corpo”, declarou.
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Dados sobre a doença no Brasil
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos da patologia no Brasil. Por ano, aproximadamente 180 mil novos casos são registrados.
A expectativa é de que ocorram mais de 176 mil novos casos no Brasil (83 mil em homens e 93 mil em mulheres) entre 2020 e 2022. Se somarmos a esses números os dados referentes à neoplasia do tipo melanoma (que é a mais agressiva) o número total sobe para 185 mil casos.
Principais tipos de câncer de pele
Carcinoma basocelular (CBC)
Localizado nas células basais da epiderme, o CBC é o principal tipo de câncer de pele. Entretanto, tem baixa letalidade, pois pode ser curado quando há detecção precoce. Geralmente, ocorre em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
“O tipo mais encontrado normalmente se apresenta como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central e que pode sangrar com facilidade. Uma ferida que não cicatriza é a dica para alertar sobre esse tipo de tumor”, diz a dermatologista.
Carcinoma espinocelular (CEC)
É o segundo mais prevalente dentre os tipos de câncer de pele. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte da camada superior da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, face, couro cabeludo e pescoço.
Nessas regiões, normalmente a pele apresenta sinais de dano solar como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.
Geralmente, as lesões de CEC têm coloração avermelhada e forma de machucados ou feridas ásperas que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Ao contrário do carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular pode ser bastante agressivo, pois causa metástases (quando o tumor migra para outras partes do corpo). A detecção precoce e o tratamento adequado resultam em grandes chances de cura para o doente.
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Melanoma
O melanoma é o tipo menos frequente de câncer de pele, mas é o que tem o pior prognóstico e o índice mais alto de mortalidade. “Embora o diagnóstico de melanoma normalmente gere medo e apreensão ao paciente, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce e tratamento adequado da doença”, tranquiliza Ana Maria Bertelli.
O melanoma tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Contudo, a mancha muda de cor, de formato ou de tamanho e pode apresentar sangramento.
Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um especialista caso detecte qualquer lesão suspeita. O melanoma pode surgir em áreas de difícil visualização pelo paciente, embora seja mais comum nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo pode ser suspeita para um médico.
Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando expostas ao sol têm mais risco de desenvolver a doença. O melanoma tem origem nos melanócitos, células que produzem melanina (o pigmento que dá cor à pele). Nos estágios iniciais, se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor.
Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental.
Cuidados essenciais para prevenir o câncer de pele
A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do câncer de pele. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.
O mais importante é a conscientização sobre a importância do uso do protetor solar para evitar o desenvolvimento de câncer de pele. Em paralelo, é importante se atentar para o surgimento de novas ‘pintas’ ou mudanças nas lesões já existentes. Nessas situações, busque imediatamente um especialista, pois a melhor forma de combater o câncer de pele é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Já a melhor prevenção é o uso de protetor solar.