Vacina contra a dengue apresenta eficácia prolongada em estudo

Saúde
20 de Dezembro, 2022
Vacina contra a dengue apresenta eficácia prolongada em estudo

Ainda em fase de testes, a vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan mostrou boa eficácia prolongada.

O fármaco é mais efetivo em pessoas com histórico de dengue — nessa faixa populacional, a proteção chegar a bater 89% contra 73% no grupo que nunca ficou enfermo pelo vírus. Como resultado, a média imunológica é de 79%, mesmo após dois anos da aplicação da vacina nos voluntários.

Outro achado é que nenhum participante apresentou complicações da doença, que pode ser hemorrágica e mortal em muitos casos.

Quando a população terá acesso à vacina contra a dengue?

Embora os resultados sejam animadores e correspondam a mais um avanço da ciência brasileira, as informações do estudo são preliminares. Mas, a expectativa do Instituto é publicar as conclusões parciais oficialmente em 2023.

Contudo, para que a população se beneficie da vacina contra a dengue, é necessário finalizar a etapa de acompanhamento, que dura aproximadamente cinco anos contados a partir da vacinação. Ou seja, o encerramento só irá acontecer em 2024 e, assim, a Anvisa poderá avaliar o imunizante.

Informações sobre o imunizante

A vacina do Instituto Butantan se chamará Butantan-DV, e está sendo testada em pessoas que já tiveram a doença e que nunca se contaminaram. A faixa etária dos indivíduos também é diversa, de 2 a 59 anos de idade.

A ideia é que, se aprovada, a vacina seja de dose única, que protegerá contra quatro cepas da dengue, dos tipos 1 ao 4.

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Dengvaxia: primeira vacina contra a dengue

Muitas pessoas não sabem, mas já existe uma vacina para proteger as pessoas da dengue, a Dengvaxia. Produzida pela farmacêutica Sanofi, o imunizante foi o primeiro a ser aprovado em diversos países, incluindo o Brasil. No entanto, o fármaco possui diversas restrições: só pode ser ofertado em pessoas de 9 a 45 anos de idade que já tenham contraído a infecção.

Pessoas fora desse perfil — por exemplo, crianças que nunca adquiriram a doença — apresentaram efeitos colaterais severos. Além disso, a Dengvaxia não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), apenas em clínicas e hospitais particulares.

Surto de dengue no Brasil 

Neste ano, o Brasil enfrentou uma alta nos casos de dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, até meados de outubro, houve aumento de 184,6% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2021. As ocorrências passaram de 478,5 mil casos, no ano passado, para 1,3 milhão neste ano. Foram 909 mortes confirmadas em 2022.

Como se prevenir

Enquanto a vacina não chega, é importante tomar todas as providências para evitar a presença do Aedes Aegypti, mosquito transmissor do vírus.

Elimine quaisquer pontos de água parada (garrafas, pneus, calhas e lajes, por exemplo). Uma dica é colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem as caixas d’água, caso você more em casa. Além disso, utilize repelentes se for a locais com maior risco de proliferação de mosquitos.

 

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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