Tipos de colírio: veja quais são os principais e quando eles são indicados

Ao acompanhar a sua saúde ocular, provavelmente você já usou um dos tipos de colírio presentes no mercado. Ele é um medicamento que, de acordo com o oftalmologista Pablo Rodrigues, da Clinic Spot, pode ser usado tanto para fins terapêuticos quanto para fechar o diagnóstico de possíveis doenças.

Embora o colírio pareça inofensivo, o especialista lembra que ele ainda é um remédio e pode trazer consequências negativas. Por exemplo, o paciente pode vir a apresentar algum efeito colateral do medicamento assim como ter reação alérgica a um dos seus componentes.

Recentemente, o assunto veio à tona no TikTok, após especialistas alertarem sobre o uso de colírios que deixam os olhos mais claros. Segundo o Dr. Pablo, esse clareamento ocorre porque o produto é um vasoconstritor, ou seja, ele estreita os vasos sanguíneos, diminuindo a vermelhidão na região ocular. No entanto, sua utilização errônea pode acarretar consequências perigosas.  

“Ele pode deixar um olho seco e a pessoa pode vir a ter lesões corneanas, por exemplo. Além disso, o colírio pode ter impacto sobre um paciente que usa lentes de contato e levar a uma úlcera”, detalha o especialista. Portanto, só se deve usar qualquer tipo do remédio mediante prescrição médica.

Abaixo, listamos as principais categorias de colírios e quando eles tendem a ser recomendados por especialistas. Confira!

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Tipos de colírio

1. Lubrificante

De acordo com a oftalmologista Renata Rabelo Ferretti, este tipo de remédio equilibra a qualidade da lágrima. “Ela possui vários componentes, como água, gordura, proteína e sais. Todavia, por várias razões, ela pode estar em desequilíbrio. Nesses casos, indicamos os colírios lubrificantes”, completa a especialista.

Ainda segundo Dr. Pablo, este tipo de colírio ajuda a melhorar a superfície do olho. Em suma, ela pode ficar prejudicada por causa de poluição, exposição ao ar-condicionado e uso constante de telas, como celulares e computadores. Portanto, ao usar esse remédio, o intuito é lubrificá-la e diminuir o desconforto principalmente do olho seco.

2. Anti-inflamatório

Os especialistas explicam que o colírio anti-inflamatório é dividido em dois tipos. “São eles os hormonais, que têm corticoide, e os não hormonais, que são puramente anti-inflamatórios de outras classes”, detalha o oftalmologista. De acordo com Dra. Renata, esta categoria de medicamentos pode ser usada em quadros de conjuntivite, uveíte, em pós-operatórios e depois de traumas oculares.

3. Tipos de colírio: antibiótico

Em suma, este tipo de colírio é um contraponto quando há a presença de um agente causando um quadro infeccioso. Assim, tradicionalmente, ele é utilizado quando há uma infecção bacteriana associada. Só que Dr. Pablo alerta: “Mais de 90% das conjuntivites não são infecciosas bacterianas. Portanto, não adianta querer tratar conjuntivite viral com antibiótico”.

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4. Anestésico

Dra. Renata esclarece que o colírio anestésico serve única e exclusivamente para aplicação no consultório e/ou centros cirúrgicos, a fim de médicos realizarem procedimentos voltados à saúde ocular.

5. Vasoconstritor

Como dito anteriormente, o colírio vasoconstritor é usado principalmente em casos de hemorragia conjuntival. Em outras palavras, é quando ocorre pequenos acúmulos de sangue na conjuntiva, membrana que recobre a parte branca dos olhos (chamada de esclera). Assim, esse remédio promove uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos e a região ocular volta a clarear.

“Acontece que o vaso sanguíneo é elástico e vai carregando uma espécie de memória. Logo, isso provoca uma dependência do uso dessa medicação, o que chamamos de efeito rebote. Então, você vai precisar cada vez mais de remédio para reverter esse aspecto de vermelhidão”, esclarece o Dr. Pablo.

Assim, mais do que agir diante do sintoma, é importante procurar por um oftalmologista para que ele procure a causa que faz com que o olho fique vermelho.

6. Tipos de colírio: Hipotensor

Por fim, de acordo com Dr. Pablo, “esses medicamentos têm por função final diminuir a pressão intraocular do olho”. Logo, indica-se esse tipo de colírio para casos de glaucoma ou suspeita da doença, além de pós-operatórios. Assim, como também deve acontecer com outros tipos do remédio, um oftalmologista deve indicá-lo.

Fontes:

• Dr. Pablo Rodrigues, oftalmologista na Clinic Spot. especialista em córnea, doenças externas e lentes de contato pelo Departamento de Oftalmologia da FMUSP-SP;
• Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista clínica e cirúrgica.