Testosterona: entenda a importância do hormônio para a saúde

Saúde
26 de Abril, 2022
Testosterona: entenda a importância do hormônio para a saúde

Muito se fala sobre a testosterona e sua importância, sobretudo para a saúde masculina. Mas, afinal, o que é e qual o seu papel nas funções do organismo? A testosterona é um hormônio produzido por homens e mulheres, porém exerce uma influência maior sobre o sexo masculino.

De acordo com Lorena Lima Amato, endocrinologista doutora pela Universidade de São Paulo (USP), o hormônio é fabricado no testículo masculino, estimulado pelas gonadotrofinas, substâncias secretadas pela glândula hipófise. “Além dos testículos, as glândulas adrenais e suprarrenais são responsáveis por uma parcela produtiva. Já as mulheres produzem o hormônio nos ovários, mas em uma proporção muito menor do que nos homens”, explica.

Veja também: Homens emagrecem com mais facilidade do que as mulheres?

Funções da testosterona

Lorena afirma que o hormônio é essencial em toda a vida do homem. “Durante a gestação, a testosterona atua na formação da genitália do bebê e na descida do testículo. Quando o homem entra na fase da puberdade, os níveis de testosterona aumentam para conferir características típicas masculinas, como o crescimento da barba e pelos corporais, engrossamento da voz e aumento do porte muscular”, descreve a especialista. Ao longo da vida do homem, a substância é responsável pela fertilidade e atua na qualidade do espermatozoide (espermatogênese), na libido e em outras funções do metabolismo, como aumento do desempenho esportivo e da massa muscular. Os níveis equilibrados de testosterona também evitam doenças metabólicas e de mobilidade, como a osteoporose.

Já para as mulheres, a relevância do hormônio é menor, pois há outro elemento predominante no organismo feminino — o estrogênio. Assim como a testosterona é fundamental para os homens, o estrogênio é para as mulheres. Dessa forma, a produção de testosterona é bem menor e pouco relevante na síntese metabólica da mulher, a não ser quando há a presença excessiva do hormônio no organismo feminino. “Nesses casos, a quantidade anormal de testosterona provoca o que chamamos de síndrome ou crise androgênica nas mulheres, que têm como sintomas acne, queda de cabelos, disfunção no ciclo menstrual e sinais de infertilidade”, esclarece Lorena.

Exames que medem os níveis hormonais

Para os homens, é importante fazer exames de rotina que avaliam a dosagem do hormônio. Normalmente são testosterona total, livre e SHBG, que mede a qualidade e quantidade da proteína que transporta o hormônio masculino. Caso seja necessária uma investigação minuciosa, o endocrinologista pode pedir uma avaliação da produção das gonadotrofinas, que estimulam a produção da testosterona.

Por outro lado, a avaliação para as mulheres é um pouco diferente. “Todas as sociedades médicas, inclusive a Brasileira de Endocrinologia, não recomendam a dosagem para checar a deficiência do hormônio em mulheres, pois as métricas são pouco eficazes. Afinal, os níveis de testosterona no corpo feminino são muito inferiores e não exames que medem essa sensibilidade”, alerta Lorena. Contudo, os exames laboratoriais são exigidos quando a mulher apresenta indícios de excesso de testosterona, que refletem nos sintomas de uma síndrome androgênica. Caso contrário, a avaliação é feita no próprio consultório de forma clínica, sem a exigência de exames.

Consequências da deficiência de testosterona

Entre as mulheres, o déficit não exerce muitos efeitos, mas pode afetar a libido. No entanto, os homens podem sofrer diversas complicações. Por exemplo:

  • Na gestação: a falta do hormônio provoca a formação da genitália com aparência feminina, mesmo que o sexo biológico seja o masculino. Os testículos não descem.
  • Na puberdade: pode impactar no desenvolvimento do homem e das características físicas referentes ao sexo biológico, como pelos e estatura muscular.
  • Durante a vida: síndromes metabólicas, obesidade (associado a outros contextos), depressão, osteoporose e infertilidade.

Tratamento para ajustar os níveis da substância

Se for constatada a deficiência do hormônio, o endocrinologista pode sugerir terapias hormonais para balancear a produção e normalizar a atividade. No entanto, é necessário observar a razão dessa queda, se está ligada a alguma enfermidade ou outra disfunção hormonal. Dessa forma, será feito um tratamento integrado para o problema diagnóstico e para o ajuste hormonal. Para as mulheres que estão com o excesso do hormônio, a lógica é a mesma — identificação de possíveis enfermidades e terapias combinadas.

É possível aumentar a testosterona de forma natural?

A princípio, cada indivíduo tem seu limiar de produção hormonal, mas é possível mantê-lo por meio de um estilo de vida saudável, caso a produção esteja deficiente em algum momento. Principalmente o descanso, pois a qualidade do sono impacta na fabricação dos hormônios e em outras funções. Manter o peso e apostar em treinamento de força associada a uma boa alimentação também colaboram para os níveis saudáveis de testosterona.

Fonte: Lorena Lima Amato, endocrinologista doutora pela Universidade de São Paulo (USP).

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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