Tendência a intolerância à lactose atinge 51% dos brasileiros, aponta estudo
Queijos, leite e bolos são um problema para quem tem intolerância à lactose. Contudo, a condição é mais comum do que se imagina, é o que diz um estudo publicado pelo laboratório Genera. De acordo com a pesquisa “O perfil do DNA do brasileiro na saúde e bem-estar”, cerca de 51% dos brasileiros têm tendência para desenvolver intolerância à lactose. Os dados foram obtidos a partir de uma análise das informações de saúde de 200 mil pessoas, considerando resultados de exames de análise genética.
Na oportunidade, os pesquisadores identificaram um ponto importante do estudo que é a relação entre a intolerância à lactose e a ancestralidade.
“Foi no centro da Europa que começou o hábito de cultivar gado, então a intolerância aparece só em 9% dos descendentes mais próximos dessas populações. Mas no caso de pessoas com forte ascendência nigeriana ou do Sudeste Asiático, 100% tiveram alta tendência”, aponta o médico geneticista Ricardo di Lazzaro Filho, cofundador da Genera.
A constatação indica que, ao cultivar o gado, os europeus tinham mais acesso ao leite e por isso, a tendência à intolerância era menor. Algo que não aconteceu com povos da África e Ásia e aumentou a tendência à intolerância.
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Afinal, existem formas de evitar a tendência a intolerância à lactose?
Até o momento, não existem métodos para evitar a intolerância à lactose. A condição indica uma deficiência ou ausência de uma enzima intestinal chamada lactase, que possibilita a decomposição e absorção do açúcar do leite comum. Portanto, a deficiência pode ser congênita ou genética.
Contudo, a vida de quem tem intolerância não precisa ser extremamente restritiva, já que hoje existem diversos produtos específicos sem lactose que facilitam a seleção de itens para uma alimentação saudável.
Portanto, se os sintomas surgirem ao consumir alimentos com lactose, procure um médico para avaliar a condição, de preferência um gastroenterologista. Por fim, ao ser diagnosticado com a condição, é necessário reavaliar a dieta para reduzir os alimentos que causam flatulência e mal estar.
Como ter uma alimentação saudável com a intolerância à lactose
O cuidado com a alimentação sem lactose deve ser ainda mais cuidadoso. Mas isso não significa que não possa ser prático e eficiente, principalmente se incluirmos mais itens saudáveis e naturais no carrinho do supermercado. A seguir, confira dicas essenciais para ter uma dieta equilibrada, mesmo com intolerância à lactose.
Prepare a sua ida ao supermercado
Comece delineando os itens que você vai comprar antes de ir ao supermercado. Com a ajuda de uma lista, pontue os itens que podem fazer parte da sua alimentação, sem desencadear a intolerância. Dessa forma, recheie o seu carrinho com produtos naturais como frutas, verduras, legumes, carnes e peixes.
Se você prefere manter o leite, por exemplo, na sua dieta, atente-se às opções sem lactose. Isso também vale para o consumo de doces, pães, queijos etc. Hoje, as prateleiras estão cheias de produtos adaptados para quem tem intolerância. Assim, leia os rótulos antes de colocar o produto no carrinho e certifique-se que não há lactose na composição.
Conte com ajuda de um nutricionista
Na substituição de itens, alguns nutrientes podem ficar de fora da sua alimentação — se ela não for planejada previamente. Por isso, é importante contar com o apoio de um profissional de nutrição. Ele pode abrir os horizontes com relação aos benefícios de cada alimento e como fazer escolhas variadas e mais conscientes dentro da sua rotina, considerando seus gostos pessoais.
Cápsulas de lactase
As cápsulas de lactase são opções que devem ser utilizadas ocasionalmente, principalmente quando eventos ou restaurantes não possuem cardápios adaptados a essa necessidade. Então, as cápsulas são de grande valia para evitar as náuseas, desconforto abdominal e diarreia.
As cápsulas possuem uma enzima que ajuda a promover a quebra da lactose e devem ser tomadas de 15 a 30 minutos antes da refeição, a depender da recomendação de cada fabricante. Embora esse medicamento não tenha restrição de uso, vale consultar o médico para entender o melhor tipo de remédio para o seu caso.
Referência: Ministério da Saúde e Laboratório Genera.