Surto do fungo Candida auris é identificado por cientistas

Saúde
23 de Janeiro, 2023
Surto do fungo Candida auris é identificado por cientistas

Recentemente, os cientistas da Fundação Oswaldo Cruz – FioCruz identificaram o maior surto causado pelo fungo Candida Auris no Brasil. Os dados da pesquisa apontam nove infectados no Recife, em Pernambuco, no período entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. Geralmente encontrados em ambientes de construção e reforma, o fungo é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Assim, estima-se que 30% a 40% dos pacientes contaminados vão a óbito. Continue lendo e entenda!

O que é o fungo candida auris? 

Também chamado de C. Auris, o fungo representa um grande perigo para a saúde já que ele resiste aos medicamentos adequados para infecção por fungo. Além disso, o fungo permanece no ambiente por longos períodos, que podem chegar a meses, e resiste a diversos tipos de desinfetantes.

A preocupação dos pesquisadores não é por menos, a contaminação pelo fungo se dá pelas vias respiratórias, ou seja, ao respirar, o que facilita ainda mais a sua proliferação. O Candida auris foi encontrado pela primeira vez em 2009, quando infectou uma mulher de 70 anos. Na sequência, começou a se espalhar pelo continente asiático e, em 2016, já tinha chegado a países como Estados Unidos, Coreia do Sul, Índia e Inglaterra.

Leia também: Candida auris: conheça os sintomas e tratamento do “super fungo”

Assim, o super fungo causa preocupação, especialmente em espaços hospitalares, haja vista a grande dificuldade para exterminá-lo do ambiente, além de atingir, principalmente, pessoas imunossuprimidas.  

Detalhes sobre o estudo

De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Saúde, 48 casos foram confirmados entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022 em um hospital de Recife, em Pernambuco. Já no estudo recente, os pesquisadores identificaram o fungo em nove pessoas, no total foram 2 mulheres e 7 homens com idades entre 22 e 70 anos. 

Assim, o estudo demonstra uma tendência global, já que as infecções pelo fungo têm surgido em todo o mundo. Dessa forma, os pesquisadores apontam sobre a importância de implementar metodologias rápidas para implantar medidas de prevenção e controle da proliferação do fungo.

Em especial, o fungo é considerado uma ameaça para pacientes imunossuprimidos, como por exemplo àqueles que têm lúpus, doença de Crohn, artrite reumatóide etc. Pacientes transplantados, com câncer no sangue ou cirrose também ficam mais expostos.

“Um sistema de Saúde Única permite um rápido diagnóstico e observamos que houve um baixo número de óbitos entre esses pacientes. Demonstramos que a presença de candida auris em pacientes não quer dizer necessariamente que eles vão evoluir para o óbito. O fungo pode colonizar o paciente e ainda há medidas para impedir que essa infecção se dissemine nesse paciente”, explicou Manoel Marques, do Laboratório de Taxonomia da FioCruz em uma entrevista à CNN.

Tratamento contra o surto do fungo Candida Auris

Detectar o Candia Auris não é tarefa fácil. Isso porque, no Brasil, apenas as unidades do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), que fazem parte da rede do Ministério da Saúde, e alguns hospitais universitários, possuem os equipamentos que conseguem identificar o agente infeccioso nos exames de sangue.

Assim como a detecção, o tratamento também é difícil, devido à resistência aos antifúngicos normalmente utilizados no tratamento desse tipo de infecção. Dessa forma, o médico define o tratamento de acordo com a gravidade da infecção e com o sistema imunológico do paciente. Portanto, a medicação pode conter o uso de antifúngicos da classe das Equinocandinas ou a combinação de vários antifúngicos em altas doses.

É importante que a infecção seja identificada e tratada o mais rápido possível. Dessa forma, evita-se que esse fungo espalhe-se pela corrente sanguínea e dê origem à infecção generalizada, o que é muitas vezes fatal.  

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