Fake news: Suco de quiabo não cura diabetes

Alimentação Bem-estar
03 de Fevereiro, 2022
Fake news: Suco de quiabo não cura diabetes

De tempos em tempos, surgem informações falsas a respeito da nossa alimentação. Algumas até são embasadas por estudos científicos reais, infelizmente interpretados de forma incorreta. É o caso do suco de quiabo: ele não cura o diabetes, mas mensagens e vídeos na internet afirmam o contrário. Entenda a polêmica:

Estudo sobre o suco de quiabo

A pesquisa é antiga, de 2014, e ficou conhecida por ter sido veiculada em uma reportagem na televisão. Nela, um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fez um experimento com o quiabo para entender se o alimento poderia ser um aliado na diminuição dos índices glicêmicos (ou seja, de açúcar) no sangue. Com o resultado, eles levaram para casa um prêmio de cerca de 30 mil reais.

Para o estudo, os pesquisadores primeiramente utilizaram camundongos, e o alimentaram com uma ração à base de quiabo por um período. Depois, observaram uma melhora na glicemia dos animais.

Por conta das primeiras conclusões satisfatórias, a equipe substituiu a ração por uma mistura da “baba” do alimento com água, e os ratinhos por pessoas com diabetes. Nessa fase, eles ofereceram a bebida para os voluntários e os acompanharam por três meses. Ao final, os índices glicêmicos de todos os participantes diminuíram — mas nenhum deixou de tomar os medicamentos para o controle da condição.

E apesar de a matéria jornalística deixar claro que o experimento era inicial e que mais investigações precisavam ser feitas a respeito do assunto, logo a pesquisa foi parar na internet para embasar a informação falsa de que o suco de quiabo cura o diabetes.

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Suco de quiabo não cura o diabetes

Preocupada, a própria Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu uma nota na época dizendo que via “com grande preocupação e grande potencial maléfico a divulgação, por grandes veículos de comunicação, de formas ‘alternativas’ de tratamento sem qualquer base científica.”

O médico Walter Minicucci, presidente da SBD, apesar de ter aprovado a iniciativa dos estudantes mineiros em prol da população diabética, esclareceu que não é possível largar os medicamentos e a insulina por água e quiabo. “É elogiável o esforço dos meninos e da professora, mas do ponto de vista de experiência científica, ainda falta muita coisa. Nós ficamos preocupados com a repercussão, por isso não dá para sair dizendo para as pessoas que, tomando isso, elas estarão curadas. É preciso comparar, fazer testes com uma amostragem maior. Por mais que apareçam indivíduos dizendo que os níveis diminuíram, tem aquela história na medicina chamada efeito placebo. Para se chegar a uma conclusão, são necessários inúmeros testes, que duram anos.”

A verdade é que o quiabo é um alimento benéfico para a saúde. Afinal, ele é rico em fibras, que formam uma espécie de “gel” dentro do sistema digestivo e dificultam a absorção de carboidratos pelo corpo (que virariam glicose). Contudo, afirmar que o ingrediente é milagroso e mais poderoso do que os remédios para o diabetes não passa de mentira.

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