Síndrome de Münchhausen: o que é, sinais, causas e mais

Saúde
03 de Novembro, 2022
Síndrome de Münchhausen: o que é, sinais, causas e mais

A síndrome de Münchhausen é uma condição em que um indivíduo simula ou provoca de forma proposital, compulsiva e contínua, qualquer tipo de sintoma físico ou psicológico. Tal comportamento tem um único objetivo: obter atenção e, assim, cuidados médicos.

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Características

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais enquadra a síndrome de Münchhausen no grupo de Transtornos Factícios. Além do papel de doente que motiva o comportamento, o paciente manifesta, por exemplo:

  • Produção ou simulação intencional de sintomas e sinais predominantemente físicos.
  • Ausência de incentivos externos para o comportamento (ganho econômico, fuga de responsabilidade legal ou melhora de bem-estar físico).

Como identificar a síndrome

“Os atos dos pacientes são intencionais e premeditados. Então, eles conseguem simular patologias ao ler manuais de diagnóstico e livros de medicina. Além disso, possuem conhecimento avançado de práticas médicas”, afirma Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C.

De acordo com a psiquiatra Danielle Admoni, preceptora na residência da UNIFESP/EPM e especialista pela ABP, pode ocorrer também a produção de sinais clínicos a partir do consumo de substâncias tóxicas e de lesões autoinfligidas. Como resultado, “a pessoa pode causar danos reais à saúde ao simular sintomas”, alerta.

Segundo um artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, uma das simulações típicas ainda pode resultar na hemoptise fictícia.

Em outras palavras, o indivíduo coleta parte do próprio sangue com uma seringa, aspira o líquido para armazená-lo na cavidade oral e o elimina pela boca, fingindo um sangramento interno.

 Outros sinais da síndrome de Münchhausen 

  • Comportamentos autodestrutivos e sintomas sem conexão com a patologia de base.
  • Exagero dos sintomas, principalmente na presença de outras pessoas.
  • Incompatibilidade das histórias contadas e vontade incomum de fazer exames e procedimentos médicos.
  • Resposta ineficiente aos tratamentos.

Causas da síndrome de Münchhausen 

Embora apresente diversos sinais e sintomas, a ciência ainda não descobriu as causas exatas da síndrome. Contudo, sabe-se que a carência afetiva e alguns transtornos estão relacionados:

Transtorno de Borderline

A maior característica é a instabilidade emocional. Ou seja, constante mudança de humor e baixa tolerância a frustrações.

“O paciente tem episódios intensos de depressão, ansiedade e até mesmo de raiva, que podem durar minutos e às vezes horas ou dias. Por isso, pessoas com Borderline estão mais suscetíveis a desenvolver a síndrome de Münchhausen”, explica Monica Machado.

Depressão

A doença gera alterações importantes de comportamento. Principalmente desinteresse pela vida, baixa autoestima, desânimo, isolamento, entre outros. “Muitas pessoas com sintomas de Münchhausen têm diagnóstico de depressão, cuja tendência é iniciar o tratamento e abandonar logo depois no início”, conta Danielle Admoni.

Traumas na infância

Podem envolver abuso e violência sexual, assaltos, acidentes, assim como agressões físicas psicológicas e outras situações de estresse extremo. Além disso, estes episódios podem desencadear a síndrome na vida adulta.

Tratamento da síndrome de Münchhausen 

O diagnóstico tende a ser um desafio. Dessa forma, exige atenção a detalhes que vão além dos sintomas, como análise do histórico de saúde física e mental do paciente. No entanto, se transtorno não for tratado logo, a pessoa pode se ferir gravemente devido aos constantes procedimentos desnecessários.

De acordo com Monica Machado, familiares e pessoas próximas têm papel importantíssimo no diagnóstico e tratamento do paciente. Afinal, “eles costumam ser os primeiros a identificar anormalidades no comportamento e nos discursos do indivíduo”, pontua a psicóloga.

Nesse sentido, o especialista precisa fazer uma investigação extensa da vida do paciente para chegar a um possível diagnóstico.

Além disso, ele deve listar os lugares de internação e quantas vezes ela ocorreu, os tratamentos realizados e as razões por ter mudado de médico ou instituição de saúde.

“O ideal é sempre evitar o confronto enquanto o paciente conhece sua situação, visando à cooperação e à aceitação do tratamento. É preciso, portanto, que ele tenha consciência que sua situação não é física, mas psíquica. Por fim, vale lembrar que o uso de antidepressivos e outros medicamentos é indicado quando há outro transtorno concomitante”, finaliza Danielle Admoni.

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