Sialorreia ou os primeiros dentes do bebê? Saiba diferenciar
A preocupação dos pais com os filhos é algo extremamente natural. Qualquer detalhe é percebido atentamente, principalmente quando se trata de bebês, que não sabem falar. Uma condição muito comum entre os pequenos, por exemplo, é a salivação abundante, que pode significar duas coisas: sinal de que os primeiros dentinhos estão por vir; ou, então, indício de uma condição chamada sialorreia. Mas como diferenciar?
“Geralmente, o fato de as crianças salivarem constantemente não é um problema. Essa fase é passageira. Como os bebês, nesta idade, não têm total controle dos músculos responsáveis pelo movimento de deglutição, a hipersalivação (ou sialorreia) é normal. É um quadro que tende a acontecer por volta dos três meses de idade — já que, até os dois meses, as glândulas salivares dos bebês não estão desenvolvidas”, aponta a cirurgiã-dentista Samantha Sousa.
O desenvolvimento neurológico também é um fator que contribui para o aumento considerável da produção de saliva, de acordo com Samantha. “Porém, esse excesso de ‘baba’ é natural até certa idade (até aproximadamente um ano e meio, ou dois anos). Até lá, os bebês já têm o sistema neuromuscular e orofuncional apurados e conseguem engolir a saliva produzida”, ela diz.
Há também os casos em que a hipersalivação pode ser causada por outros fatores. “Podem ser aftas na mucosa bucal dos bebês, resfriados, nascimento de dentes de leite, problemas respiratórios, refluxo e alergias nasais. Vale ressaltar que a relação do excesso de saliva com o nascimento dos dentes do bebê existe”, destaca. Contudo, a especialista alerta que o excesso de baba, neste caso, deve estar associado a outros sinais, como gengiva avermelhada e inchada e irritação incomum.
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Sialorreia crônica
“Em situações mais graves, quando a sialorreia é crônica, se prolongando após os quatro anos de idade, é importante uma avaliação médica detalhada. Problemas neurológicos que levam a alterações funcionais na deglutição podem estar relacionados. É fundamental que o pediatra da criança seja informado a respeito de qualquer anormalidade. As consultas periódicas com o odontopediatra também são muito importantes, pois ele poderá identificar qualquer disfunção na cavidade oral que possa ser a causa da salivação excessiva. Por fim, vale visitar o otorrinolaringologista, uma vez que ele será capaz de diagnosticar outros fatores relacionados a distúrbios respiratórios.”
Se algum quadro patológico for detectado, os tratamentos variam de acordo com a origem do problema. “Podem incluir prescrição de medicamentos para reduzir o fluxo salivar, injeção de toxina botulínica do tipo A, terapias com fonoaudiólogos para estimular os movimentos dos músculos da boca e da face, entre outros”. Entretanto, na maioria dos casos, não há a necessidade de tratamento.
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Dicas para diminuir o problema em casa
Segundo a profissional, é importante que os pais tenham consciência de que, raramente, a fase da “baba” se estende e traz complicações. E há atividades que podem ser feitas em casa e que são capazes de ajudar a evitar a sialorreia. Como:
- Oferecer uma alimentação mais sólida, incentivando a mastigação;
- Ofertar alimentos mais ácidos;
- Colocar o bebê em posições que proporcionem uma postura adequada e favoreçam o controle do tronco e da cabeça;
- Fazer exercícios que estimulem o pequeno a manter os lábios fechados.
“A escovação, nestes casos, além de ser necessária e recomendada para a prevenção de doenças bucais, ainda age como um estímulo de manipulação oral para a criança. O que pode, dessa forma, ajudar no controle de saliva e servir como incentivo para os atos de cuspir e engolir”, complementa Samantha.
Fonte: Samantha Sousa, cirurgiã-dentista perceira da Dentalclean.