Sedentarismo em idosos afeta qualidade do sono
Um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicou, recentemente, na revista “Cadernos de Saúde Pública” um estudo que associa o sedentarismo ao histórico de problemas de sono em idosos brasileiros. O objetivo da pesquisa era entender essa relação e alertar sobre a necessidade de redução do sedentarismo nos idosos.
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Panorama do estudo
Para o estudo, foram avaliados dados de 43.554 idosos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019. Foram observados aspectos como o tempo assistindo televisão, atividades de lazer (como acesso a dispositivos móveis e computadores) e tempo de sedentarismo total (televisão + lazer).
Como resultado, os idosos que relataram permanecer mais de seis horas diárias vendo TV e mais de três horas em comportamento sedentário tiveram mais chances de ter problemas no sono.
Dessa forma, as autoras observaram que os idosos que passam mais de três horas do dia sem movimento têm 13% mais chances de ter problemas no sono.
“A questão do comportamento sedentário é uma área relativamente recente de estudos. Com o envelhecimento, é comum a ocorrência de mudanças no padrão de sono, tais como o tempo, o sono fragmentado e a quantidade de sono não REM, fundamental para a restauração física e manutenção da qualidade de vida”, aponta Núbia Carelli, coordenadora do Laboratório de Envelhecimento, Recursos e Reumatologia (LERER) da UFSC e coautora do artigo.
Conclusão exige ação contra o sedentarismo em idosos
Evidências já demonstram que os problemas de sono estão associados a depressão, declínio cognitivo e aumento do índice de Massa Corporal (IMC). Embora o objeto do estudo seja a população idosa, descanso inadequado e estilo de vida sedentário afetam qualquer faixa etária.
No entanto, as autoras perceberam que, apesar de ser um hábito sedentário, usar dispositivos móveis ou computadores demonstrou ser menos danoso ao sono dos idosos que a TV. Segundo Núbia, o estudo revelou que o uso de computadores e de smartphones não se mostrou associado ao histórico de problemas no sono. O motivo é que a pessoa idosa pode se movimentar mais enquanto utiliza o aparelho, sobretudo ao longo do dia.
De acordo com as pesquisadoras, o conhecimento da relação entre sono e sedentarismo serve de alerta para mudanças de hábitos para um estilo de vida mais ativo.
Como evitar o sedentarismo
Com o cenário da pandemia, a relação das pessoas com a atividade física mudou. Todavia, com a queda dos casos de Covid-19, é possível se exercitar de forma segura, seja em ambientes abertos ou fechados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o mínimo de 1 hora de exercícios por dia.
Portanto apostar em caminhadas ao ar livre, frequentar a academia e buscar modalidades prazerosas não beneficiam apenas a saúde física, mas também a mental.
É importante ressaltar que atividades físicas devem ter supervisão de um profissional de educação física. Dessa forma, evita-se lesões e o especialista irá elaborar um programa de treinamento personalizado.
Fonte: Agência Bori.