Cientistas criam “salada de outro mundo” para astronautas
Você já parou para imaginar como deve ser a alimentação de astronautas que estão fora da Terra? Afinal, como eles conseguem obter todos os nutrientes necessários para o correto funcionamento de seus corpos? Tentando solucionar essa questão, um grupo de cientistas australianos desenvolveu a “salada de outro mundo”!
Trata-se de um prato com ingredientes estrategicamente selecionados. Para isso, os pesquisadores utilizaram as recomendações dietéticas para desbravadores do espaço publicadas em um estudo da NASA. Então, criaram um modelo computacional que prevê a melhor combinação de alimentos (todos à base de plantas, é claro).
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A “salada espacial”, outro nome que o prato recebeu, contém soja, sementes de papoula, cevada, couve kale, amendoim, batata-doce e sementes de girassol. Ficou curioso? Saiba mais sobre a receita:
Afinal, de onde surgiu a ideia da “salada de outro mundo”?
A pesquisa faz parte de um programa da Universidade de Adelaide (Austrália) e da Universidade de Nottingham (Reino Unido), cujo objetivo é estudar temas como astrofarmácia, agricultura e pesquisa de alimentos.
“Simulamos uma mistura de seis a oito culturas que fornecem todos os nutrientes necessários a um astronauta, o que é diferente do que as pessoas precisam na Terra”, disse o principal autor do estudo Volker Hessel, professor da Universidade de Adelaide e diretor de pesquisa do Andy Thomas Center for Space Resources.
A equipe analisou mais de cem espécies de vegetais e cereais. “Embora existam dezenas de culturas que podem atender às necessidades de nutrientes de um astronauta, precisávamos encontrar aquelas que pudessem fornecer as calorias necessárias em porções menores e que pudessem ser cultivadas em um espaço pequeno”, ele complementou.
Mas é claro que os especialistas também utilizaram outros critérios para montar a “salada de outro mundo”. Por exemplo, a escolha dos ingredientes precisou ser restrita a apenas dez variedades (para facilitar as coisas). Além disso, as plantas deveriam oferecer a possibilidade de cultivo in situ (isto é, fora da Terra), usando sistemas de cultivo espacial, além de ocuparem uma área mínima. Por fim, os vegetais deveriam exigir poucos fertilizantes, e características como sabor, textura e frescor também foram consideradas.
Para testar a receita, quatro voluntários provaram o prato, e concluíram que “não se importariam de comer isso a semana toda como astronautas”. Agora, o próximo passo dos cientistas é projetar sistemas e componentes de agricultura espacial para atender às demandas desses profissionais em missões de longo prazo.
Confira, então, o vídeo da universidade com o resultado final:
Fonte: Site da Universidade de Adelaide.