Riscos de AVC aumentam com temperaturas mais baixas no outono e inverno
Neste período do ano em que as temperaturas são mais frias, especialmente no outono e inverno, crescem os riscos de AVC, abreviação de Acidente Vascular Cerebral, bem como suas variações, como AVC isquêmico e o hemorrágico. De acordo com o Dr. Feres Chaddad, neurocirurgião da Beneficência Portuguesa de São Paulo, isso ocorre porque a pressão corpórea sofre um aumento natural no frio para o organismo manter a homeostasia – quando os vasos da pele se contraem para evitar a perda de calor.
“Este processo deixa as pessoas com aspecto tipicamente pálido. No verão, ocorre o contrário. O indivíduo tem vasodilatação periférica para perder calor para manter a temperatura corpórea. Isso que faz a pessoa ficar com rubor ou vermelhidão, típicos de épocas mais quentes”, explica.
De acordo com estudos internacionais, o risco de homens serem acometidos por AVC isquêmico aumenta 12% nesta época do ano, contra 11% nas mulheres. Já o AVC hemorrágico aumenta em 28% as chances dos homens sofrerem com o problema. As mulheres aumentam sua probabilidade em 33%.
Leia mais: Derrame: causas, sintomas e como prevenir
Riscos de AVC também aumentaram na pandemia
A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o aumento das doenças vasculares cerebrais. Dentre as principais, o médico destaca o AVC isquêmico, a trombose venosa cerebral e rupturas de aneurismas. “Podemos observar nessas doenças alterações no fluxo sanguíneo cerebral que podem ou não cursar com sangramentos e evoluir para quadros graves”, analisa o neurocirurgião.
Não são todos os casos de AVC que precisam de cirurgia. O caminho para buscar o tratamento adequado passa pelo neurologista clínico que, ao constatar qualquer problema passível de cirurgia, faz o encaminhamento para o neurocirurgião.
Prevenção
Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil será o país com maior número de casos de morte por doenças cardiovasculares em 2040. Dessa forma, a prevenção é o principal aliada para evitar diversas patologias, incluindo o derrame. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia revelam, por exemplo, que a ingestão de frutas e legumes diariamente reduz em aproximadamente 20% a mortalidade da doença.
Dessa forma, para prevenir o derrame, deve-se manter uma vida saudável, incluindo uma alimentação saudável, consumo de água, prática regular de atividade física, evitar vícios como cigarro, bebida e drogas, além de controlar o peso e diminuir o risco de doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto. Exames preventivos também são fundamentais, pois muitas doenças podem ser silenciosas em um primeiro momento, sendo descobertas somente após o derrame já ter acontecido.
Por fim, havendo sequelas, o tratamento geralmente é multidisciplinar, incluindo fisioterapia, além de acompanhamento com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, entre outros, a depender da sequela de cada paciente.
Leia mais: Problemas que você evita ao deixar o sedentarismo
Fonte: Dr. Feres Chaddad, neurocirurgião da Beneficência Portuguesa de São Paulo.