Rejeição das próteses de silicone: por que ela acontece em alguns casos?

Beleza Saúde
29 de Novembro, 2022
Rejeição das próteses de silicone: por que ela acontece em alguns casos?

O Brasil é um dos principais líderes em cirurgias plásticas. Um levantamento de 2018 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostrou que mais de 1 milhão de pessoas se submeteram a procedimentos invasivos naquele ano. Desse total, quase 19% correspondiam a cirurgias de próteses de silicone. Embora faltem dados atuais, o número de intervenções para o aumento das mamas caiu, em comparação com 2016 (19,6%) e 2014 (22,5%). Mesmo com a queda, a intervenção é uma das mais procuradas no país. No entanto, muitas mulheres se preocupam com a possível rejeição das próteses de silicone.

Afinal, algumas pacientes podem passar por isso, mas o termo “rejeição” não é o mais adequado, segundo Odair Soares Jr., cirurgião plástico do hospital CEMA. Na verdade, o corpo não rejeita o silicone, mas pode ocorrer um processo inflamatório que os médicos chamam de contratura capsular.

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Por que ocorre a “rejeição” das próteses de silicone?

“A prótese de silicone é um corpo estranho. Então ela promove uma reação inflamatória que leva à formação de uma cápsula. Como resultado, a cápsula pode evoluir para uma contratura”, explica o médico. A contratura capsular é uma espécie de cicatriz que passa a envolver o silicone, podendo levar a sintomas, como mamas doloridas e com distorções nos casos mais avançados (Baker III e IV).

Essa contratura pode ocorrer em qualquer momento, após a colocação do implante. Mas, segundo o cirurgião, é menos frequente no primeiro ano e mais frequente por volta dos 10 anos de uso. Quando isso acontece, existem várias alternativas, e elas passam por entender se a mulher vai querer manter ou não o silicone.

“Em situações nas quais ocorre contratura e há intenção de continuar utilizando o silicone, a principal proposta é de troca da prótese mamária e do plano cirúrgico. Por exemplo: se a prótese está localizada na estrutura retroglandular (a mais comum) ela pode ser mudada para subfascial (acima do músculo e abaixo da camada fascial) ou submuscular (atrás do músculo peitoral)”, detalha.

Todavia, muitas mulheres têm optado pelo explante de silicone, que consiste na retirada da prótese. Nesses casos, o médico explica a necessidade de uma avaliação médica do volume residual da mama após o explante e se há flacidez.

Se não existe flacidez, a indicação é fazer uma lipoenxertia da mama. Ou seja, a remoção de gordura de uma área e para injetar em outros locais, como a mama, aumentando o seu volume. “Porém, se existir flacidez, fazemos a montagem do tecido residual (pexia) associado ou não à lipoenxertia. Tudo vai depender de quanto tecido mamário existe após a retirada do silicone”, completa.

Dá para saber se terei contratura capsular?

Cada organismo é único. Isso quer dizer que nem todas as mulheres terão esse tipo de problema, enquanto outras são mais suscetíveis. Contudo, se você tem interesse em colocar próteses de silicone, não há como prever se sofrerá uma contratura no futuro.

Portanto, é importante manter contato com seu cirurgião plástico (que precisa ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e avisá-lo sobre quaisquer desconfortos.

Além disso, para quem já tem silicone ou pretende ter, precisa realizar exames periódicos para monitoramento. São nessas avaliações que se descobrem possíveis imprevistos, como o caso da contratura da cápsula.

 

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