Quem tem diabetes pode fazer tatuagem?

Saúde
25 de Agosto, 2022
Quem tem diabetes pode fazer tatuagem?

Comumente o diabetes é associado a problemas de cicatrização. Por isso, uma das dúvidas mais comuns é: será que quem tem diabetes pode fazer tatuagem? Além disso, será que, realmente, os pacientes podem ter problemas de cicatrização?

A resposta para ambas as perguntas é: sim. Mas nem todos os pacientes vão apresentar dificuldades de cicatrizar uma tatuagem, por exemplo. Isso vai depender de vários fatores. Conversamos com a endocrinologista Taciana Borges, que nos explicou quais são os principais cuidados que se deve ter antes de fazer uma tatuagem.

Quem tem diabetes pode fazer tatuagem

Sim, pessoas com diabetes podem fazer tatuagens e, inclusive, há pacientes que aproveitam para tatuar que tem a condição”, explica. “Isso serve para alertar em casos de emergência, como hipoglicemias, em que pode haver perda de consciência.”

Essas tatuagens que Taciana se refere são realizadas por pacientes para ajudar na identificação da doença em quadros de queda de açúcar, onde pode levar a desmaios. As tatuagens de identificação ajudam a equipe médica a prestar o atendimento correto e imediato. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, se o paciente está bem controlado, o risco de se fazer uma tatuagem é o mesmo de qualquer outra pessoa.

Quais cuidados deve-se ter antes de realizar a tatuagem?

Antes de realizar qualquer procedimento, como tatuagens e piercings, o paciente deve estar com a glicemia mais controlada possível. Uma das formas de acompanhar o controle é dosando a hemoglobina glicada, que aponta a média da glicose nos últimos três meses. “O recomendado é que a glicada esteja, pelo menos, abaixo de 7%”, ressalta Taciana.

Contudo, o ideal é fazer uma avaliação da glicemia mais completa: checando, também, a glicemia na ponta do dedo ou com o uso de sensores, como o FreeStyle Libre. Essas informações ajudam a acompanhar melhor como está o controle do diabetes e, principalmente, se há muita variabilidade da glicemia, com altos e baixos.

Leia mais: Hemoglobina glicada: o que é e valores de referência

Exames que o médico pode solicitar

Além de solicitar por exame de sangue a hemoglobina glicada, o médico pode também pedir outros testes laboratoriais:

  • Dosagem de glicemia em jejum
  • Frutosamina, que avalia a glicose nos últimos 15 dias
  • Contagem de plaquetas

“Pode ser necessária a investigação de alteração da coagulação, por meio do hemograma, para avaliar a contagem de plaquetas. Isso ajuda a afastar risco aumentado de sangramento”, explica Taciana.

Quem tem diabetes pode fazer tatuagem, mas em alguns casos é melhor esperar

Se a pessoa não estiver com um bom controle da glicemia ou algum grau de infecção no momento de realizar a tatuagem, é melhor não realizar. Além disso, a médica também destaca que, se possível, evite fazer tatuagens nos locais de aplicação da insulina.

Por fim, é importante também estar cientes dos riscos de se fazer tatuagem para qualquer pessoa, entre eles: reação alérgica ao material, risco de contaminação por material não bem esterilizado ou infecção no local por dificuldade de manter limpa a região.

E em casos de neuropatia diabética: pode ou não pode?

Uma das complicações mais frequentes em quem tem diabetes é a neuropatia diabética, que pode afetar a sensibilidade, principalmente, nas pernas e pés, entre outros sintomas. “Nesses casos, pode-se realizar a tatuagem, mas devem evitar locais que a sensibilidade está prejudicada, para reduzir o risco de infecção”, explica a especialista.

Mito ou verdade: a cicatrização em pessoas com diabetes é pior?

A glicemia elevada, também chamada de hiperglicemia, pode prejudicar, sim, a cicatrização da pele e aumentar o risco de infecção no local. Por isso, alguns pacientes que estão com descontrole glicêmico podem apresentar dificuldades de cicatrização. Por isso, é importante checar antes com o médico como está a saúde e o diabetes antes de realizar qualquer procedimento estético.

Fonte: Taciana Borges, endocrinologista e metabologista
Referência: SBD

Sobre o autor

Beatriz Libonati
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em diabetes e obesidade.

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