Quantas xícaras de café tomar por dia sem afetar a saúde?
Para muitos, o café é o aroma matinal que tem o efeito de despertar a cada manhã. Quente ou fria, a bebida é uma das mais consumidas do mundo e proporciona benefícios à saúde por conter uma porção de nutrientes. Contudo, é necessário moderação para não exagerar na dose e colher efeitos adversos. Mas afinal, quantas xícaras de café se pode tomar por dia? Veja a seguir.
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Quantas xícaras de café tomar por dia sem afetar a saúde?
De acordo com a recomendação da Food and Drug Administration (FDA), a dose diária de cafeína pode depender de pessoa para pessoa, mas em média, um adulto saudável pode consumir até 400 miligramas de cafeína, ou seja, até 4 xícaras de café.
Contudo, para crianças e lactantes o consumo deve ser reduzido, sendo 1 xícara para crianças a partir de 2 anos de idade e até 2 xícaras para gestantes (e lactantes). Além disso, existem também as pessoas sensíveis à cafeína. Nesses casos, a quantidade diária recomendada é de até 2 xícaras de café no máximo.
O cálculo da organização se baseia nas quantidades de cafeína concentradas em um café do tipo coado comum. Mas vale lembrar que quando o café é expresso, a quantidade de cafeína pode ser triplicada.
Abstinência de café
Estima-se que 75% dos adultos têm o hábito de tomar um cafezinho, e quase 50% o bebem diariamente. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2022, demonstrou que a cafeína aumenta temporariamente a pressão arterial e em doses mais altas pode causar ansiedade e dificuldade para adormecer, se consumida no fim do dia.
De acordo com o Dr. Gleison Guimarães, pneumologista especialista em medicina do sono, a abstinência acontece quando as pessoas continuam ingerindo café no piloto automático, mesmo que não precisem. Porém, o consumo excessivo pode criar uma dependência com sintomas específicos.
“Esse efeito pode ser sentido 12 horas após o último gole. Ao interromper o consumo, você pode enfrentar sintomas como dores de cabeça, irritabilidade, fadiga e dificuldade de concentração”, comenta o médico.
Riscos de exagerar na dose de cafeína
Além do tradicional café coado, vale lembrar que a nossa alimentação também pode conter outras somas de cafeína que devem estar dentro da quantidade de 400mh por dia, como chocolate amargo, chás ou suplementos.
“Beber o superior a 1200 mg por dia pode causar agitação, ansiedade severa, pressão arterial elevada e palpitações. Isso ocorre tanto com o uso excessivo de comprimidos ou suplementos na forma líquida, a exemplo das bebidas energéticas, quanto na versão em pó. Para quem exagera no consumo, ainda é possível ter dificuldade para regular as emoções”, explica o médico que é membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM).
Café pode atrapalhar o sono: veja cuidados indicados
Vale destacar que muita gente dorme mal, menos do que o ideal, e vê no café uma escolha rápida, só que ele não é um substituto para o sono. “Dormir pouco pode reduzir o estado de alerta, retardar o tempo de reação, atrapalhar o raciocínio e a tomada de decisão. O perigo nisso é você entrar num ciclo de precisar de mais café para superar o cansaço, e o excesso de cafeína afetar negativamente o sono”, comenta o Dr. Gleison Guimarães.
Portanto, o médico orienta que o melhor momento para beber o café é 1 hora depois de ter acordado. Isso porque nos primeiros 60 minutos do seu dia, o corpo está em produção elevada de cortisol, considerado o principal hormônio do estresse.
“Ao ingerirmos a substância durante este pico, acabamos ensinando o nosso organismo que ele não precisa do cortisol naquele momento. Por isso, prefira ingeri-lo nos momentos em que os níveis de cortisol diminuem naturalmente. Aproveite os horários de 9h30 às 11h30, e 13h30 às 15h, períodos em que você necessita daquela força a mais para seguir o dia. Lembre-se que o ideal é consumir cafeína até no máximo 8 a 10 horas antes do seu horário de dormir. Essa regra é de ouro”, explica o especialista.
Fonte: Dr. Gleison Guimarães, médico especialista em Pneumologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS).