Hipopressivo ajuda a prevenir escape de xixi em mulheres
O escape de xixi é um assunto tão pouco comentado nas rodas de conversa, que parece ser bem raro, não é mesmo? Contudo, ele é mais comum do que imaginamos, principalmente entre as mulheres. Uma boa notícia é que alguns métodos, como o hipopressivo, podem ajudar a prevenir e até melhorar a chamada incontinência urinária nelas. Saiba mais:
O que é a incontinência urinária?
A definição é bastante simples: trata-se de qualquer perda involuntária de urina. Pode acontecer quando a pessoa espirra, tosse, faz algum esforço físico ou pratica esportes de alto impacto, por exemplo.
E não pense que o problema só ocorre quando há a eliminação de um grande volume de líquido. Poucas gotas já podem ser caracterizadas como incontinência urinária.
A condição traz incômodos e impactos sociais para quem convive com ela – um dos motivos pelos quais o assunto é pouco falado. Constrangimento social, isolamento, ansiedade e insegurança para realizar tarefas simples podem se tornar frequentes e minar a autoestima da pessoa, limitando sua qualidade de vida de forma geral.
Verônica Motta, especialista na Técnica da Barriga Negativa e em Reabilitação da Diástase, tem conhecimento da causa. Ela não só tratou milhares de alunas com o problema, como também já vivenciou na pele o escape de xixi.
“Depois do meu segundo filho, comecei a ter escapes de xixi quando dava aula de jump. A cada salto mais forte, sentia que saíam algumas gotinhas. Mas, na minha cabeça, eu pensava o seguinte: ‘já não sou mais novinha, passei por duas gestações, deve ser normal’. Acabava usando absorvente diário e estava tudo certo”, relata.
Essa, aliás, é uma reação comum de muitas mulheres com incontinência urinária. Grande parte aposta nos absorventes íntimos e em outras técnicas que apenas mascaram a questão, mas não tratam efetivamente. “Ter incontinência urinária é comum entre as mulheres, mas não é normal”, afirma a profissional.
Por que as mulheres?
Mas por que será que elas são as mais afetadas pela condição? As explicações envolvem uma série de fatores, como a própria anatomia genital (afinal, o canal por onde a urina passa, a uretra, é menor nas mulheres), a menopausa (que promove a diminuição dos níveis hormonais) e o número de gestações e de partos (tanto os naturais quanto as cesáreas).
Todos esses motivos, além de questões que atingem ambos os sexos, como envelhecimento e prática de alguns tipos de exercícios, podem contribuir para o enfraquecimento do assoalho pélvico, o que gera certas disfunções:
- Necessidade de ir com urgência ou muita frequência ao banheiro;
- Escape acidental de urina, evacuações ou ar vaginal;
- Dificuldade em esvaziar a bexiga ou o intestino;
- Protuberância intra-abdominal;
- Dor na bexiga, intestino ou costas ao exercitar o assoalho pélvico ou durante a relação sexual;
- Levantar mais de uma vez à noite para fazer xixi.
Leia também: Incontinência urinária em mulheres representa 70% dos casos
Método hipopressivo como um aliado para prevenir a incontinência urinária
Verônica Motta, que também é conhecida como Vevefit nas redes sociais, conta que o método hipopressivo pode ser um grande amigo das mulheres que se incomodam com os escapes de xixi – ou seja, ele não é indicado somente para tratar a diástase abdominal, como muita gente pensa.
“A prática também está relacionada ao assoalho pélvico, aumentando o tônus desse grupo muscular. Isso ajuda a colocar os órgãos internos em suas posições originais e, consequentemente, a manter a saúde e a anatomia deles e da cavidade pélvica”, diz.
Para entendermos melhor, ela explica um pouco sobre a pelve. Os músculos do nosso corpo são compostos, basicamente, por dois tipos de fibras musculares. “A fibra do tipo 1 garante tônus, enquanto a fibra do tipo 2 é de força.”
70% dos músculos que compõem o assoalho pélvico são formados predominantemente por fibras do tipo 1. Ou seja, a maioria dos casos de incontinência urinária pode estar relacionada à falta de tônus na região (estado de tensão do músculo no repouso). “Mas isso não significa que a incontinência urinária é somente a falta de tônus. Também pode estar associada a uma falta de força.”
O pompoarismo, por exemplo, é um exercício para o assoalho pélvico muito difundido. Ele estimula contrações voluntárias na região, o que trabalha mais a força do local. Por isso, muitas vezes a técnica, isolada, pode não ser suficiente para resolver o problema.
“É muito comum vermos mulheres atletas de Crossfit, por exemplo, com o assoalho pélvico forte, e mesmo assim com incontinência urinária por não terem tônus. Já o hipopressivo, apesar de não ser tão relacionado pelas pessoas à região pélvica, ativa especialmente as fibras do tipo 1”, complementa a especialista.
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Como funciona o hipopressivo para prevenir incontinência urinária?
O método hipopressivo nada mais é do que uma série de exercícios e estímulos que focam na tonificação de músculos do abdômen e regiões complementares. Verônica Motta recomenda começar com apenas cinco minutos por dia (e mais um treino de 20 minutos uma vez por semana).
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Na hora de praticar, é preciso prestar muita atenção na respiração, estar com a barriga e a bexiga vazias e manter uma boa postura. A técnica é parecida com o ato de encolher a barriga, como se quisesse encostar o umbigo nas costas. Saiba mais!
Fonte: Verônica Motta (Vevefit), autoridade na Técnica da Barriga Negativa e em Reabilitação da Diástase.