Por quanto tempo devo tomar selênio?

Alimentação Bem-estar Saúde
31 de Janeiro, 2024
Por quanto tempo devo tomar selênio?

Presente em castanhas, atum, sardinha e outros alimentos, o selênio é um mineral importante para o bom funcionamento do organismo. Através dele, é possível fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças como AVC, infarto e esclerose múltipla. Com tantos benefícios assim, surge a dúvida ‘por quanto tempo tomar selênio?’. A seguir, veja o que dizem os especialistas ouvidos pela Vitat.

Selênio: quando e como suplementar? 

Embora não seja tão conhecido, o selênio faz parte do grupo de minerais essenciais para a nossa saúde. Isso se deve graças a sua função antioxidante, capaz de combater os radicais livres do organismo.  

“O selênio é um oligoelemento fundamental para o organismo humano e desempenha diversas funções importantes, especialmente como componente de enzimas antioxidantes”, explica a médica Marcella Garcez, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN. 

Presente na alimentação, a suplementação de selênio em cápsulas pode depender de pessoa para pessoa. Dessa forma, entre as situações mais comuns, estão:

  • Diagnóstico de deficiência de selênio;
  • Distúrbios de saúde crônicos associados a baixos níveis baixos de selênio;
  • Regulação da tireoide. Inclusive, a maior quantidade do micronutriente se encontra lá, na parte anterior do pescoço.
  • Gravidez e lactação, quando a necessidade de selênio pode aumentar;
  • Por fim, atletas de alta performance, devido ao estresse oxidativo.

Sintomas de deficiência de selênio

Enquanto ainda não existe diagnóstico confirmado, os sintomas da deficiência do mineral podem vir através de sinais simples, como unhas e cabelos quebradiços, cansaço, falta de concentração, fraqueza muscular e até dores nas articulações.

Por isso, logo nos primeiros sintomas, é importante buscar ajuda médica para evitar agravamentos. Em estágios mais avançados, a falta de selênio pode estar relacionada a um risco maior de desenvolver câncer, obesidade, doenças na tireoide e até Alzheimer.

Selênio via alimentação

Por quanto tempo tomar selênio

A principal forma de atingir e manter os níveis de selênio é através da alimentação saudável, como explica a médica: “É possível obter as quantidades ideais de selênio por meio de uma dieta equilibrada e variada. O mineral é encontrado em vários alimentos, especialmente em alimentos de origem animal e em alguns alimentos vegetais”.

Confira as principais fontes alimentares de selênio: 

  • Castanhas e sementes: castanhas-do-Pará é uma das grandes fontes, castanha de caju, nozes, amêndoas, sementes de girassol e sementes de chia.
  • Frutos do mar: peixes, como atum, bacalhau, salmão e camarão.
  • Carne: preferencialmente magras, como frango, peru e carne bovina.
  • Produtos lácteos: leite, queijo e iogurte.
  • Ovos: representam uma fonte razoável.
  • Grãos integrais: cereais integrais, como arroz integral e aveia.
  • Vegetais: embora contenham menos selênio do que alimentos de origem animal, os vegetais ainda podem contribuir para a quantidade total. Assim, a ingestão inclui alimentos como brócolis e cogumelos.

Dica de ouro 

Antes mesmo de considerar a suplementação, observe se você está incluindo fontes de selênio na alimentação. Dessa forma, a suplementação só deve ser considerada após uma avaliação médica adequada da necessidade individual e a dosagem deve ser ajustada conforme necessário para evitar efeitos colaterais indesejados.

“É importante ressaltar que a maioria das pessoas pode obter a quantidade adequada de selênio através de uma dieta equilibrada que inclua fontes naturais de selênio, como nozes, castanhas, carne, peixe, ovos e grãos integrais”, aconselha a médica. 

E por quanto tempo tomar selênio?

A duração da suplementação é variável e pode depender de fatores como condições prévias de saúde, necessidades individuais e, por fim, as razões gerais pelas quais a suplementação está sendo considerada. 

Por outro lado, vale reforçar que a suplementação serve para o casos de deficiência comprovada e a resposta à suplementação, condições crônicas associadas a baixos níveis circulantes, situações que consideram a suplementação como medida preventiva.

Qual a quantidade ideal para o consumo de selênio?

A quantidade diária recomendada de selênio pode variar de acordo com a idade, sexo e estado fisiológico, como gravidez e lactação. No entanto, existem diretrizes internacionais para a ingestão diária do mineral. Veja a seguir: 

  • Adultos: 55 mcg por dia;
  • Mulheres grávidas: 60 mcg por dia;
  • Mulheres lactantes: 70 mcg por dia.

“A ingestão total, incluindo a dieta e os suplementos, não deve ultrapassar os limites superiores toleráveis estabelecidos. Além disso, é importante lembrar que é possível obter nutrientes essenciais através de uma dieta equilibrada e variada”, finaliza a Dra. Marcella.

Contraindicações

Suplementar selênio pode ter uma série de benefícios para a saúde, mas, segundo a médica, é importante ter cautela devido aos riscos associados ao excesso de ingestão. 

“Entre riscos relacionados à suplementação ou o consumo excessivo de selênio estão a sensibilidade ou intolerância, indivíduos com doença renal crônica devem ter precaução pois altas doses podem ser prejudiciais, o selênio em excesso pode afetar os níveis de glicose no sangue em pessoas com diabetes e embora a gravidez e a lactação aumentem as necessidades de selênio, a suplementação deve ser feita sob a orientação médica, para evitar doses excessivas”, conclui.

Dessa forma, a ingestão excessiva de selênio pode levar à toxicidade, conhecida como selenose. Isso pode resultar em sintomas como fadiga, perda de cabelo, unhas quebradiças, problemas gastrointestinais e problemas neurológicos. 

Por fim, outro ponto de atenção é que a suplementação de selênio pode interagir com certos medicamentos, como anticoagulantes. Portanto, é importante informar o médico sobre consumo de fármacos e suplementos. “É crucial que qualquer decisão sobre a suplementação de selênio seja tomada em consulta médica, pois a auto suplementação e a ingestão excessiva podem levar a complicações sérias”, alerta.

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Fontes:

– Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. 

Manual MSD.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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