Como a poluição sonora interfere na sua saúde — e o que fazer para evitar
Com a janela de casa aberta, você consegue ouvir o som de motos, caminhões, das pessoas falando enquanto andam na rua, latidos de cachorros… Todos esses sons, em conjunto, constituem o que chamamos de poluição sonora.
Para quem vive nas grandes cidades, como São Paulo ou Rio de Janeiro, conviver com esse tipo de trilha sonora (para não dizer “barulho”!) é normal — tanto que a diferença para uma cidade do interior é bastante perceptível! E por mais que conviver com a poluição sonora seja bastante comum, fato é que ela tem uma série de efeitos na nossa vida, inclusive na nossa saúde.
O que é poluição sonora?
Podemos definir como poluição sonora toda e qualquer emissão de ruído ou som que possa prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado um problema sério e uma questão de saúde pública, já que pode interferir diretamente na vida de uma população.
Aliás, a própria OMS estima que 25% da população do mundo — ou seja, quase 2 bilhões de pessoas –, terá algum grau de perda auditiva ao longo da vida. E por mais que o envelhecimento populacional tenha um papel nessa história, a Agência Europeia do Ambiente atribui cerca de 18 mil mortes, 80 mil internações e 900 mil casos de pressão alta por ano à exposição prolongada a ruídos.
Como, além da saúde, a poluição sonora também é motivo de conflitos entre as pessoas (quem nunca reclamou de um vizinho barulhento?), tornou-se um tema abrangido por lei e enquadrado também como crime ambiental — afinal, os sons muito altos espantam animais e até interferem nos seus padrões reprodutivos, podendo acelerar processos de extinção.
Leia também: Pressão estética: como as imagens afetam a saúde mental?
O que é considerado poluição sonora?
Vale o reforço: para quem vive nas grandes cidades, os sons ambientes já se tornaram tão comuns que, muitas vezes, mal os percebemos — a não ser que passem do aceitável. E, afinal, o que é aceitável nesses casos?
De acordo com a OMS, o nível de barulho tolerável para o ser humano é de 50 decibéis (dB). Ou seja, o som de uma conversa tranquila em volume normal. Para dormir bem, a organização diz que o som ambiente não deve passar de 30 dB, já que os ouvidos não param de funcionar durante o descanso. Além disso, diz ainda que a exposição a sons acima de 120 dB, sem a devida proteção auricular, pode gerar dores físicas.
Caso você seja como a maioria das pessoas e não tenha um aparelho específico para medir a altura dos ruídos, vale a dica: se você precisar aumentar o tom de voz ou o som da TV para ouvir bem, significa que o som ambiente está beirando o desconfortável.
Fora isso, é fácil perceber quando um som está além do normal: basta pensar no desconforto que sentimos quando estamos na rua e uma moto passa em alta velocidade com um barulho alto de escapamento.
Esses valores todos são importantes porque, segundo a própria OMS, sons a partir de 55 dB já podem causar estresse e outras questões de saúde física e mental, e valores a partir de 75 dB já apresentam risco de perda auditiva, dependendo do tempo de exposição diário.
Leia também: Descontentamento normativo: como afeta a autoestima
Sintomas da poluição sonora
Apesar de parecer parte do ambiente, é fácil identificar os sintomas da poluição sonora, especialmente para os moradores das grandes capitais. São eles:
- Estresse;
- Depressão;
- Insônia;
- Agressividade;
- Perda de atenção;
- Perda de memória;
- Dor de cabeça;
- Zumbidos nos ouvidos;
- Cansaço.
Entre outros mais específicos, como a perda direta da capacidade auditiva e a queda na produtividade no trabalho.
Leia também: Não usar óculos de grau piora a visão?
O que fazer?
Evitar a poluição sonora é complicado — de novo, isso se aplica principalmente àqueles que vivem nos grandes centros urbanos. Mas é possível contorná-la para evitar exposições a sons que ultrapassem o saudável, tanto física quanto mentalmente.
Para isso, vale a pena você:
- Evitar se colocar com frequência em locais com muito barulho (como shows);
- Utilizar protetores auriculares em locais de trabalho com muito ruído (como obras);
- Escutar música no fone de ouvido com um volume que não impeça você de ouvir o som ambiente (e nem usá-lo por muito tempo);
- Evitar ficar perto das caixas de som em shows e casas noturnas;
- Fechar as janelas do carro em vias com muito trânsito ou que são muito movimentadas;
- Optar por equipamentos domésticos mais silenciosos.