7 perguntas sobre a cafeína respondidas por estudos
- 1. 1 - Perguntas sobre a cafeína: ela pode causar dependência?
- 2. 2 - Gestantes podem ingerir cafeína?
- 3. 3 - Perguntas sobre a cafeína: ela gera desidratação?
- 4. 4 - Cafeína em excesso pode matar?
- 5. 5 - Consumir cafeína regularmente faz o corpo “acostumar” com os seus efeitos?
- 6. 6 - Perguntas sobre a cafeína: promove perda óssea?
- 7. 7 - Beber café pode gerar problemas cardíacos?
Ao lado do leite e do suco de laranja, o café faz parte da lista de bebidas mais conhecidas e adoradas entre os brasileiros. A cafeína, principal substância presente no líquido, tem a fama de dar energia e garantir mais concentração. Contudo, justamente por ter ação estimulante, ela levanta alguns receios e dúvidas. Veja, a seguir, as principais perguntas que as pessoas fazem sobre a cafeína:
1 – Perguntas sobre a cafeína: ela pode causar dependência?
Ainda não existem evidências suficientes para falarmos em vício ou dependência de cafeína. Estudos preliminares, por exemplo, apontam que há chances de a cafeína ser usada de maneira abusiva em algumas situações – ainda que o risco seja bem menor do que o gerado por substâncias como álcool ou outras drogas.
O próprio Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da American Psychiatric Association, afirma que faltam dados para determinar se a cafeína é capaz de levar a um quadro de dependência. O mesmo documento reconhece, porém, que a intoxicação por cafeína e a abstinência de cafeína são transtornos que estão relacionados à substância e podem derivar do seu uso exagerado.
Ou seja, cada caso precisa ser analisado individualmente.
2 – Gestantes podem ingerir cafeína?
Especialistas normalmente recomendam que as gestantes diminuam o consumo de café. Isso porque algumas investigações mostram uma relação entre a exposição à cafeína antes do nascimento e algumas consequências negativas, como menor altura durante a infância.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), de fato, a ingestão de produtos cafeinados pode estar ligada a efeitos não desejáveis para o feto — baixo peso ao nascer e parto prematuro, por exemplo.
Por isso, o órgão recomenda que as futuras mamães não ultrapassem a dose de 300mg/dia de cafeína – cerca de duas xícaras e meia de café. Já o National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, é ainda mais cauteloso, e fala em apenas 200mg diários.
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3 – Perguntas sobre a cafeína: ela gera desidratação?
A cafeína é considerada diurética, isto é, aumenta a nossa produção de urina. É por isso que muita gente afirma que ela pode levar à desidratação – fato que não é completamente verdadeiro. Na verdade, uma ingestão de café durante o dia (até quatro xícaras de 200ml) não gerou desidratação em uma pesquisa feita com 50 homens saudáveis e publicada em 2014.
Moral de história: o risco do problema provavelmente irá aparecer se você exagerar na dose e não beber líquidos de maneira adequada.
4 – Cafeína em excesso pode matar?
Tecnicamente, sim, mas em casos mais raros e extremos. A maioria das mortes acidentais por cafeína está relacionada ao uso exagerado de cápsulas de cafeína, que costumam trazer concentrações altíssimas da substância, e não à ingestão de café em si.
5 – Consumir cafeína regularmente faz o corpo “acostumar” com os seus efeitos?
Sim. Beber café diariamente, por exemplo, pode fazer com que nosso corpo se adapte à exposição da cafeína. Desse modo, a tolerância ao composto é aumentada, fazendo com que precisemos de doses um pouco maiores para sentir os efeitos de forma mais perceptível.
6 – Perguntas sobre a cafeína: promove perda óssea?
Ainda não há consenso científico sobre esse tópico. Enquanto algumas pesquisas não encontraram relações entre a cafeína e problemas como a osteoporose, outro estudo apontou uma tênue ligação entre o composto e uma diminuição na densidade óssea do fêmur de mulheres mais velhas.
No entanto, não é possível estabelecer uma relação de causa/efeito entre as duas coisas, uma vez que a saúde óssea envolve fatores que não foram levados em conta no artigo em questão, como idade, sexo biológico, menopausa e dieta.
O que se sabe, atualmente, é que a cafeína pode atrapalhar a absorção de cálcio pelo organismo – é por isso que alguns especialistas recomendam beber café e comer alimentos fontes do mineral em refeições distintas ou com um certo intervalo.
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7 – Beber café pode gerar problemas cardíacos?
Se a ingestão não for exagerada (até quatro xícaras de 100 ml por dia), o café não traz riscos para a saúde cardiovascular. Uma pesquisa publicada em 2021 no JAMA Internal Medicine, aliás, mostrou que o consumo adequado da bebida não costuma ser perigoso nem para aqueles que possuem problemas no ritmo cardíaco.
Mas é claro que, na dúvida, o ideal é sempre consultar um médico de confiança para que ele analise o seu caso individualmente.
Referências:
- Meredith SE, Juliano LM, Hughes JR, Griffiths RR. Caffeine Use Disorder: A Comprehensive Review and Research Agenda. J Caffeine Res. 2013;
- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), American Psychiatric Association;
- Chen L-W, Wu Y, Neelakantan N, Chong MF-F, Pan A, van Dam RM. Maternal caffeine intake during pregnancy is associated with risk of low birth weight: a systematic review and dose-response meta-analysis. BMC Med. 2014;
- Alice Helena de Resende Nóra Pacheco, Daniele Marano Rocha Araujo, Elisa Maria de Aquino Lacerda, Gilberto Kac. Consumo de cafeína por grávidas usuárias de uma Unidade Básica de Saúde no município do Rio de Janeiro. Consumo de cafeína por grávidas usuárias de uma Unidade Básica de Saúde no município do Rio de Janeiro. 2008;
- Killer SC, Blannin AK, Jeukendrup AE. No evidence of dehydration with moderate daily coffee intake: a counterbalanced cross-over study in a free-living population. PLoS One. 2014;
- Cooper, C., Atkinson, E. J., Wahner, H. W., O’Fallon, W. M., Riggs, B. L., Judd, H. L., & Melton, L. J. (1992). Is caffeine consumption a risk factor for osteoporosis? Journal of Bone and Mineral Research, 1992;
- Kim EJ, Hoffman TJ, Nah G, Vittinghoff E, Delling F, Marcus GM: Coffee consumption and incident tachyarrhythmias: reported behavior, Mendelian randomization, and their interactions. JAMA Intern Med. 2021.